Enfim tivemos os jogos de ida da repescagem da Uefa Euro 2012 e com os resultados, já temos praticamente tudo encaminhado para a competição que será realizada na Polônia e na Ucrânia. O único confronto que está mais aberto é Bósnia x Portugal.
O duelo entre bósnios e portugueses foi o único que manteu o esperado equilíbrio. Aliás, Portugal de certa forma surpreendeu ao ter jogado de forma mais ofensiva no Bilino Polje. O time lusitano teve mais finalizações e obrigou o time mandante a fazer faltas mais duras. Em contrapartida, as melhores chances foram criadas pela Bósnia. No final da partida, o atacante do Hoffenheim, Ibisevic, teve duas boas oportunidades, mas acabou as desperdiçando.
Outro fator que deixou a partida mais tensa e imprevisível foi o estado do gramado, que não era bom. No decorrer da partida, os morrinhos artilheiros atrapalharam mais os atacantes do que os goleiros…
Se o jogo de ida já foi tenso, vide as poucas oportunidades criadas, o ambiente em torno do jogo e o gramado ruim, o jogo de volta no Estádio da Luz tende a ser mais tenso ainda. Os jogos de Portugal em seu país costumam ser muito nervosos, muito por causa da impaciente torcida que costuma pegar no pé de alguns jogadores quando o resultado não vem.
Não arrisco palpite pra esta peleja. O fator casa pode pesar à favor de Portugal, mas não podemos esquecer que na última rodada da fase de grupos da Euro, os bósnios fizeram um primeiro tempo perfeito diante da França no lotado Stade France – motivo principal que fez assustar-me com a inoperância ofensiva da Bósnia diante de Portugal -, mostrando que estádio lotado não é problema. A paciência da torcida pode ser um fator preponderante pro sucesso português.
O resultado mais surpreendente acabou acontecendo na Turk Telekom Arena. Turcos e croatas fariam pra mim o jogo mais “sai faísca” da rodada, porém, nada disso foi visto. Com Luka Modric em dia inspirado, a Croácia dominou a partida e fez 3×0 com extrema facilidade. Com 32 minutos, Olic e Mandzukic já haviam feito dois tentos. Na etapa final, Corluka fechou a conta.
O prejuízo turco não ficou apenas no alargado placar, mas também na relação time-torcida. Não sei exatamente o que aconteceu – não assisti a partida e o meu turco não é dos melhores – mas durante a segunda etapa, Volkan Demirel defendeu um chute de Modric e ironicamente aplaudiu a torcida, que retrucou vaiando o arqueiro. Essa disputa prosseguiu, até que o experiente capitão, Emre chegou para pedir calma para a torcida (Veja no vídeo abaixo).
Se com 50 mil torcedores à favor já estava difícil, com eles contra se tornou mais complicado ainda para a Turquia…
Não dá pra imaginar os croatas fora de mais uma Eurocopa.
Outra seleção que de certa forma me surpreendeu foi a República Tcheca. Com um time envelhecido e pouco talentoso, os tchecos conseguiram um resultado bom de se administrar diante da animada e perigosa Montenegro.
A partida foi muito equilibrada, mas também muito faltosa. Foram 46 faltas cometidas – 20 dos tchecos e 26 dos montenegrinos – durante a partida, além de seis cartões amarelos – 2 tchecos e 4 montenegrinos. Václav Pilar fez o primeiro gol da República Tcheca no meio da segunda etapa, em um canudo de fora da área. Quando as luzes se apagavam, os tchecos conseguiram o gol que lhes dava tranquilidade, com Sivok, aos 47 minutos.
Faltou para Montenegro a velha “manha de fim de jogo”. No levantamento para a grande área, Sivok estava completamente livre, à poucos passos da pequena área para mandar pras redes. Se esse tipo de erro já é inaceitável no meio da partida, imagine no final.
Ficou complicado para Montenegro. O time de Vucinic e Jovetic precisará reverter dois gols e a tal da experiência poderá faltar. Não duvido que os montenegrinos partam pra cima feito malucos logo no começo e em um contra-ataque os tchecos definam a partida.
Aposto na República Tcheca!
No outro duelo, nada de surpresa. A experiência irlandesa se sobressaiu diante da empolgação estoniana. O experiente Robbie Keane anotou dois gols, enquanto Andrews e Walters fecharam a conta em 4×0.
Já era esperado um resultado semelhante em condições normais e essa expectativa aumentou quando foram juntados os fatores expulsões… Aos 35′ da etapa inicial, Stepanov levou o segundo amarelo e foi expulso com a partida ainda em 1×0. Na etapa final, quando a partida já estava em 3×0, o capitão Piiroja também foi expulso.
Vitória muito tranquila da Irlanda que lhe deixa em ótimas condições de classificação. Só uma catástrofe os tira da Eurocopa. Pro time da Estônia, fica o aprendizado e aquela velha frase: “Nas derrotas, acumule experiências e não fracassos”. É por aí. Se houver um abatimento, dificilmente a seleção nacional voltará a subir, mas se forem tiradas lições disso, a Estônia poderá voltar a figurar entre as surpresas da Europa.
Irlandeses, tchecos e croatas já podem começar a organizar as malas pra Ucrânia e Polônia 2012!