
VAR será uma das novidades da Ligue 1 | Foto: Divulgação/LFP
O VAR (sigla em inglês para o famigerado “árbitro de vídeo”) virou sensação no futebol mundial, inclusive, tendo fator determinante na decisão da Copa do Mundo, quando o árbitro argentino Nestor Pitana assinalou um pênalti para a França após consultar o replay. Antes mesmo disso tudo, o VAR já vinha provocando intensas discussões em ligas como a alemã e a italiana.
A partir desta temporada, será a Ligue 1 quem adotará o recurso. Essa será a chance de mudar a impressão deixada no ano anterior pela empresa Goal Control, que forneceu um serviço de qualidade duvidosa e que mais atrapalhou do que ajudou os árbitros – como detalhei aqui mesmo no blog. O contrato com a Goal Control foi rescindido e a tecnologia da linha do gol, da empresa Hawk-Eye (“Olhos de Águia”, em tradução literal) será outra das novidades para resolver os problemas em lances de gol.
Quanto ao VAR, ele já foi testado em diversas partidas antes da abertura da temporada 2018/19 da Ligue 1, marcada para sexta-feira (10), quando Marseille e Toulouse se enfrentam no Vélodrome. Através do site oficial, a liga informou que a tecnologia foi experimentada em cerca de 80 amistosos e em partidas oficiais dos playoffs para a primeira e segunda divisão e em jogos das copas nacionais.
Segundo a Ligue 1, o VAR está “destinado a corrigir apenas erros claros e óbvios ou fatos de jogo não detectados incluídos no protocolo”. Seguindo essa regra, o recurso será utilizado em quatro situações:
– Depois de um gol marcado (validado ou não);
– Em uma situação de pênalti assinalado ou não;
– Em lances de cartão vermelho direto;
– Em um erro de identidade do jogador que recebeu cartão;
Em cada partida da Ligue 1, a equipe de arbitragem de vídeo será composta de quatro a cinco membros, sendo um assistente de vídeo, um auxiliar do assistente de vídeo, um ou dois operadores e um assistente na beira do campo.
Além disso, o protocolo do VAR contará com três passos: 1) controle silencioso, onde o árbitro assistente de vídeo controlará silenciosamente e permanentemente todas as situações de jogo; 2) controle pelo fone de ouvido, momento onde haverá a comunicação entre o assistente de vídeo e o árbitro em campo em qualquer uma das quatro situações pontuadas acima; 3) assistindo, onde o assistente de vídeo realiza um estudo mais completo e a decisão inicial pode ser modificada.
Importante frisar que o assistente de vídeo terá total liberdade para tomar decisões por conta própria em casos de impedimentos considerados simples, cruzamento de linha (gol ou saída de bola) e local da penalidade (se a falta foi, de fato, dentro ou fora da área). Em suma, o auxiliar poderá corrigir lances objetivos.
Já o árbitro de campo terá a possibilidade de rever as jogadas em pênaltis, cartões vermelhos diretos e lances de interpretação ou incidentes não percebidos, como agressões, por exemplo.
Todas as decisões do VAR serão comunicadas no estádio onde acontece o jogo, seja via telão ou pelo sistema de som.
É um sistema bem claro e que visa ajudar a arbitragem francesa. Tenho meus “poréns” com o VAR, especialmente no que trata de lances interpretativos. Ainda não fui 100% convencido de que pode ser utilizado nessas jogadas. Em situações objetivas não tem como discutir sua utilidade – vou além: sua necessidade.
Ou alguém acha que é preferível marcar um pênalti numa falta que foi fora da área?
Ou então marcar uma penalidade num toque de mão que foi na barriga?
Validar um gol em que a bola saiu de campo antes da finalização?
São mais prós do que contras e o VAR vem para ajudar. Que junto dos “olhos de águia” possa ajudar no progresso da Ligue 1.