Mutante, França tem prova de fogo para buscar o bicampeonato

Foto: FFF

Foto: FFF

Não há seleção na Copa do Mundo que seja mais mutante que a França. Há um ano, muitos acreditavam que a ausência no Mundial era algo provável de acontecer. Após a histórica vitória sobre a Ucrânia na Repescagem, os franceses começaram a ser colocados no bloco de coadjuvantes.

O triunfo sobre a Holanda (2×0), em março deste ano, trouxe novos horizontes para a equipe comandada por Didier Deschamps. Os então personagens secundários começaram a ser apontados como potenciais surpresas da Copa. Entretanto, o corte de Franck Ribéry, semanas antes do debute na competição, fez muitos darem passos atrás com os Bleus.

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Weidenfeller não mereceu ser convocado

Weidenfeller deveria fazer essa cara ao saber da convocação

Weidenfeller deveria fazer essa cara ao saber da convocação

Aos 33 anos, Roman Weidenfeller, goleiro do Borussia Dortmund, recebeu sua primeira convocação para defender a Seleção Alemã. Convocação injusta, diga-se de passagem.

Weidenfeller não merece porque é ídolo de um time que ajudou a tirar da lama.

Não merece porque está há pelo menos dois anos jogando mais que Manuel Neuer, que é mero expectador dos jogos do Bayern.

Não merece porque não vale a pena ser banco deste mesmo Neuer.

Não merece porque toda vez que entra no Signal Iduna Park, se sente pisando em uma arena de gladiadores, e que a camisa amarela e preta é um escudo muito mais forte que a branca com o brasão alemão bordado.

Não merece porque não precisa estar entre os ditos “melhores” para ser “o melhor”.

Não merece porque tem alma, coisa que uns e outros convocados não têm.

Não merece porque preza pelo amor ao jogo e ao clube, coisa que outros tantos convocados nunca nem ouviram falar.

Não merece porque ser sinônimo de Borussia Dortmund é muito mais relevante que ser mais um na seleção.

Não merece porque não é jogador pra ser convocado quando a Alemanha não precisa de resultado.

Não merece porque a seleção não tem necessidade, assim como ele não necessita estar nela.

Não merece porque Joachim Löw é louco.

Não merece porque sua carreira não vai ser um algo mais só por ter o nome presente em uma fichinha da DFB (Federação Alemã).

Weidenfeller não precisa da seleção!

Ele não merece defender o time de Löw. Tudo que ele precisa para ter carreira completa está em Dortmund e nunca sairá de lá. O que lhe completa é o clube, a torcida e a mística do Westfalenstadion.

A Seleção Alemã não vai ser nada na sua carreira. Vai acrescentar o que? Que jogou por um time que não ganha nada desde os anos 90?

Recuse Weidenfeller! Recuse a convocação e deixe Löw fracassar junto com os “desalmados”.

Os onze gols que a Alemanha precisava

A final da Liga dos Campeões será alemã (Franck Fife - AFP/Getty Images)

A final da Liga dos Campeões será alemã
(Franck Fife – AFP/Getty Images)

Bayern de Munique x Borussia Dortmund é a final de Liga dos Campeões da Europa que o futebol alemão tanto aguardava. De um jeito ou de outro o campeão será germânico e isso por si só será um alívio para todos que trabalham com o futebol no país. Desde o título europeu e mundial do Bayern em 2001, os clubes alemães e também a seleção têm acumulado decepções em momentos decisivos.

Desde 2001, Borussia Dortmund e Werder Bremen foram vice-campeões da Copa da Uefa, o Bayern ficou com o segundo lugar da Liga dos Campeões em duas oportunidades e a seleção alemã teve de se contentar com um vice-campeonato e o terceiro lugar da Copa do Mundo em duas oportunidades, além de um vice-campeonato europeu e uma inesperada eliminação na semifinal da edição de 2012.

Vale salientar que, tirando o vice-campeonato do Borussia Dortmund na Copa da Uefa e da Alemanha na Copa do Mundo, ambos em 2002, todos os outros tropeços foram depois de 2006, quando novas gerações de jogadores passaram a vestir as camisas dos grandes clubes do país, além, é claro, da seleção.

Bastian Schweinsteiger, Manuel Neuer e Phillip Lahm são apenas alguns dos que já vem desde a geração de 2006 – apesar do goleiro não ter disputado a Copa daquele ano – outros como Mário Götze, Marco Reus, Mesut Özil e Toni Kroos surgiram mais recentemente, mas todos eles sofrem até hoje com o estigma de serem ótimos jogadores, formarem times condizentes com suas qualidades individuais, mas que pecam na hora da decisão.

Os onze gols que Bayern e Dortmund marcaram contra a poderosa dupla Barcelona e Real Madrid se tornou o momento chave da afirmação da força do futebol no país. Futebol envolvente, toques rápidos e nenhum medo do rival. Essas foram as características que colocaram a Alemanha, pelo menos nesta temporada, no topo do futebol europeu.

No fundo, a decisão que será realizada no Wembley será um grande teste para o futuro da seleção alemã. No dia 25 de maio, Joachim Löw poderá observar nos dois times quem são os “caras”, quem não treme e pode ser decisivo para tirar a Alemanha da fila que será de 18 anos sem título em 2014.

Thomas Müller marcou nos dois jogos diante do Barcelona (Quique Garcia - AFP/Getty Images)

Thomas Müller marcou nos dois jogos diante do Barcelona
(Quique Garcia – AFP/Getty Images)

No momento, o grande nome é Thomas Müller. Apesar de Reus e Götze pintarem como futuras estrelas da seleção, o meia-atacante bávaro voltou a jogar bem após acumular atuações fracas depois da Copa do Mundo de 2010. Müller é peça fundamental do time de Jupp Heynckes e o período em que colocou Arjen Robben no banco foi primordial para seu amadurecimento.

O momento ruim do holandês proporcionou a Müller a vaga no time titular em sua melhor função: a ponta direita e por ali voltou a mostrar o bom futebol que lhe rendeu vários elogios durante a última Copa.

O amadurecimento se mostrou nítido após a lesão de Toni Kroos, ainda nas quartas-de-final da Liga dos Campeões. Robben entrou no time, o que forçou um deslocamento de Müller para a faixa central na linha de três meias do Bayern e ele, diferente de temporadas anteriores, apresentou um bom futebol e marcou três dos sete gols de seu time na massacrante série sobre o Barcelona nas semifinais.

Falta esse amadurecimento pegar em outros atletas do time. Thomas Müller é ótimo jogador, mas não chega a ser um grande craque. Como citado anteriormente, Mário Götze e Marco Reus se aproximam mais dessa alcunha e essa final de 2013 marca o ponto de ebulição para, no mínimo, o início do amadurecimento desses atletas. Enquanto isso, para Schweinsteiger, Lahm, Weidenfeller e outros será a caminhada final rumo à consagração máxima que suas carreiras necessitam.

Mas, acima de todo amadurecimento e quebra do jejum de títulos, a final da Liga dos Campeões de 2013 será o momento em que a supremacia alemã será sentida. Desde 2010 fala-se nisso. Desde 2010 fala-se da nova geração. Desde 2010 fala-se do novo estilo de jogo do país. E, principalmente, desde 2001 fala-se do tão almejado título internacional.