Azar total!

A UEFA Champions League retorna no meio desta semana com quatro jogos que abrirão a fase de oitavas-de-final da competição. Como não poderia de ser, vocês poderão ler abaixo uma prévia dos duelos que serão realizados nesta semana!

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Azar. Esta palavra pode definir bem o Bayer Leverkusen. Segundo colocado no grupo que tinha Chelsea, Valencia e Genk, os comandados de Robin Dutt terminaram na segunda colocação, quando poderiam terminar na ponta caso vencessem o time belga. Para a maioria, pareceu um absurdo o Leverkusen não vencer o Genk, mas não custa reforçar que o representante da Bélgica não perdeu para ninguém jogando em casa.

Porém, o time alemão pagou um preço caro por não vencer o Genk e como segundo colocado, irá pegar o Barcelona, atual campeão europeu e mundial. O sorteio por si só já é algo que demonstre certo azar dos Aspirinas, mas acontece que o time catalão não vive seu melhor momento. O time de Guardiola tropeçou em muitos jogos na Liga BBVA e já estão bem atrás do Real Madrid na briga pelo título nacional. Sorte dos alemães? Nada disso!

Ballack acumula confusões desde que retornou ao Leverkusen (Foto: Andreas Pohl)

O início de 2012 tem sido muito conturbado nos lados de Leverkusen. Um dos grandes responsáveis é Michael Ballack, que no duelo contra o Mainz – que o Leverkusen venceu por 3×2 – foi substituído quando a partida estava empatada, não gostou nada disso e criou um grande mal-estar envolvendo ele, seu empresário, a comissão técnica, os diretores e até o presidente Wolfgang Holzhauzer. Rudi Völler, diretor esportivo do clube, já disse que se o meio-campista aprontar outra dessas, não pisa mais na BayArena. Ballack está contundido e não pega o Barça, mas mesmo inteiro, não sei se jogaria…

Para completar, Sidney Sam e Eren Derdyiok, duas peças importantes do time de Dutt se contundiram. O primeiro chegou a voltar de lesão contra o Stuttgart, mas com menos de 10 minutos em campo, sofreu uma lesão muscular e ficará um bom tempo fora. Já o suíço se cortou em seu banheiro e será mais um a ficar longe dos gramados.

A boa notícia para Robin Dutt é que Renato Augusto está de volta e nos dois jogos anteriores – Stuttgart e Dortmund – que entrou no decorrer da partida, o brasileiro esteve bem e se o treinador assim quiser, pode utilizá-lo já como titular.

Enquanto isso na Bundesliga o time não vai bem. A vaga para a próxima Champions League está muito distante e no momento, a Liga Europa é a realidade. Até agora, em 2012, foram dois empates, uma derrota e uma vitória.

O problema do Barcelona já é diferente do problema alemão. O time simplesmente parou com a mágica. No último domingo, os Blaugranas perderam fora de casa para o Osasuna, 3×2 e já estão dez pontos atrás do líder Real Madrid.

O antes incessante e mágico toque de bola, se tornou um não menos incessante, porém, sonolento toque de bola. Está faltando objetividade!

É nisso que o Leverkusen terá de se agarrar no confronto de ida. Apostar em mais uma atuação ruim do Barcelona e se superar dentro de campo. Os problemas precisarão ser deixados de lado e a eficiência tem de ser o ponto alvo, já que é quase impossível jogar “por uma bola” contra o time catalão. O Leverkusen pode até conseguir essa bola, mas fatalmente sofrerá mais gols.

Assim como os alemães, o Barcelona precisa jogar os problemas de lado e ter o espírito de Champions League, que é algo que não falta aos comandados de Pep Guardiola.

Para essa partida de ida, aposto no 1×1.

CORAGEM, GARDE!

Rémi Garde precisa pedalar firme para conquistar a vaga nas quartas-de-final (Reuters)

Rémi Garde está em sua primeira temporada como técnico, mas já mostra seus valores comandando o Lyon. Inteligente taticamente, bom nas alterações e não cede as pressões. Julgando seu currículo, era de se esperar que alguma hora, Yoann Gourcuff seria titular absoluto do time, mesmo sendo um flop do clube. Garde não é assim e o aspirante a seleção francesa é banco e há jogos que nem pisa dentro do gramado.

Beleza, isto é um ato corajoso! Mas a coragem que cobro do treinador do Lyon está na questão de postura do time. Les Gones são muito acomodados em confrontos diretos. Vide o duelo contra o Marseille, a duas semanas atrás. O Lyon saiu perdendo por 2×0 e antes do intervalo buscou o empate. Só que na etapa final desistiu do jogo e se contentou com a igualdade no marcador. Na Liga dos Campeões foi a mesma história. O Lyon não precisaria ter ido a Zagreb meter 7×1 no Dínamo se tivesse tido uma postura corajosa diante do Ajax no Gerland, tentando evitar o placar zerado.

Jogando em casa, contra a zebra APOEL, o time francês tem a responsabilidade de ir para cima desde o início e conseguir uma vantagem confortável já neste jogo de ida. O Lyon é mais time, joga uma liga mais forte e tem costume de disputar a Liga dos Campeões, tudo conspira a seu favor.

Se Garde for corajoso e mandar seu time para frente, o Lyon não precisará reerguer a fama de “Time da Virada” – já temos alguns exemplos na temporada do time francês conseguindo viradas improváveis.

O APOEL já chegou longe, surpreendendo muita gente. Mas não é um time bobo. O time titular inteiro é praticamente formado por estrangeiros, contando com um enorme número de brasileiros, que mesmo desconhecidos, vão se destacando na maior competição interclubes do mundo.

Porém, o grande nome da equipe é do próprio Chipre. Konstantinos Charalambidis, de 30 anos, veste a camisa 10 do time e é a cabeça pensante do meio-campo do APOEL.

Para muitos, é um confronto equilibrado, mas para mim, o Lyon tem obrigação de se impor neste duelo. É mais time, tem mais história e melhores jogadores. Rémi Garde, se não for covarde, coloca seu time pra frente e leva o duelo já na ida. Meu palpite: 2×0 pro Lyon.

O CALENDÁRIO DESEQUILIBRA

O calendário do futebol russo é igual ao calendário brasileiro, é anual. Porém, haverá uma mudança e o calendário será adaptado ao do resto da Europa. Enquanto isto não acontece, os times do país seguiram prejudicados por causa disso.

O Zenit irá pegar o Benfica, mas será seu primeiro jogo oficial em 2012. Nessa horas, o fato de ter um bom time, um técnico de alto nível e um entrosamento adquirido após anos de jogos em conjunto de pouco adiantará. Será que eles terão pernas para correr 90 minutos na fria Rússia? Acho que não!

O que piora a situação do Zenit é a lesão do português Danny, um dos grandes nomes do time. Eu até entendo quem diz que ele é “supervalorizado” – também acho que Danny joga menos do que se fala sobre ele -, mas mesmo assim, ele é uma peça importante do time de Luciano Spaletti. Sem o português, a responsabilidade cairá sobre os experientes Kerzhakov e Bukharov.

Aliás, falar de “jogadores experientes” beira a redundância, já que a média de idade do Zenit é de quase 27 anos.

O brasileiro Bruno César tem sido um dos destaques da invicta campanha encarnada (Reuters)

Se o time russo vem sem ritmo pela pausa de inverno, a história é diferente nos lados do Benfica. São oito vitórias consecutivas na liga portuguesa e os comandados de Jorge Jesus seguem invictos no campeonato nacional. O melhor de tudo está no fato dos Encarnados ocuparem a parte mais alta da tabela de classificação, com oito pontos de vantagem para o vice-líder Porto.

O times são equilibrados, são forças de suas ligas nacionais e fatalmente levarão os títulos, cada um em seu país, mas para mim, o ritmo de jogo vai desequilibrar a favor dos portugueses.

Se o Benfica jogar de forma inteligente, com a bola no pé, forçando o Zenit a correr atrás da bola e cozinhando a partida para matar na hora certa, tem tudo para vencer. Não acredito que o time russo vá ter um “prazo de validade físico” tão grande assim…

Aposto em 1×0 pros portugueses.

OS TRAUMATIZADOS

De um lado, o Milan, acostumado a ser eliminado nas oitavas-de-final da Champions League por clubes ingleses; do outro, o Arsenal, equipe que tem o hábito de se dar mal em sorteios da UEFA. Alguém quebrará este trauma!

Mesmo alcançando a liderança da Serie A – com a Juventus tendo dois jogos por fazer -, o Milan vive um momento que precisa provar do que é capaz. Ibrahimovic foi suspenso na Itália, Prince Boateng e Pato estão voltando lentamente, Cassano está fora, e ainda há a instabilidade nas laterais. É o momento de Massimo Allegri provar do que é capaz, fugir do já tradicional e imutável 4-3-1-2 e mostrar que o Milan pode sim jogar de outros modos.

Falta a Champions para Ibra... (Reuters)

Além do técnico Rossonero, outro que precisa provar algo é o sueco Zlatan Ibrahimovic. Campeão das ligas nacionais desde a temporada 2003/04, o atacante ainda não conseguiu conquistar uma UEFA Champions League. E o pior, sempre some nos jogos mais importantes da competição. O motivo disto? Só Ibra sabe…

É o momento do sueco mostrar que pode ser decisivo em campos internacionais, não só com as habituais assistências – sim, mesmo sendo centro-avante, Ibra tem se destacado na atual temporada pelos passes para gols – mas também fazendo a rede balançar!

Já no caso do Arsenal, a fase do “pé atrás” já se foi. Antigamente, sempre ficava a esperança de ver um “algo mais” do clube londrino, que se notabilizava por jogar um futebol muito técnico, mas que falhava na hora decisiva.

A história é diferente nos dias atuais. Os Gunners dependem demais de Robin van Persie, que é o faz tudo do time. Marca gols, arma as jogadas, cobra faltas, escanteios… Enfim, o holandês é o coração do Arsenal.

O time londrino ainda contará com a despedida de Thierry Henry, que fará sua última partida pelo clube inglês contra o Milan. O francês, que neste retorno ao futebol inglês mostrou ainda ter estrela, irá retornar para o New York Red Bulls e jogará a Major League Soccer. Mas nada impede Henry de decidir a partida de ida.

Outro fator positivo do Arsenal é o garoto Oxlade-Chamberlain, contratado nesta temporada. O rapaz de 18 anos, que deveria apenas adquirir experiência em sua primeira jornada longa no clube, hoje se vê como peça importante de Wenger, que conta com Walcott com uma irregularidade tremenda e Arshavin confirmando o seu fracasso.

O problema do Arsenal, só pra variar, são as lesões. Depois de Jack Wilshere – e mais um time inteiro -, o zagueiro Per Mertesacker se reúne a infinita lista de jogadores machucados do clube. Uma pena, já que o alemão, acostumado com as lesões, estava inteiro desde que chegou a Inglaterra, mas desfalcará o time por um bom tempo.

O jogo tem tudo para ser muito bom, mas meu palpite é 2×1 pro Milan.

Na próxima semana, analiso os outros quatro jogos da Champions League. Até!

TOP 7 (duplo): Primeiro turno da Bundesliga

O primeiro campeonato nacional de grande porte a encerrar suas atividades foi a Bundesliga. O Campeonato Alemão teve a 17ª rodada disputada neste último fim de semana e terminada com o Bayern de Munich na liderança.

Aproveitando a deixa, decidi fazer um TOP 7 duplo com o que de melhor aconteceu na terra do chucrute. Confira!

TOP 7 – Os sete melhores jogadores

 

Bernd Leno: um achado do Leverkusen (Bayer04.de)

7) Bernd Leno – Bayer Leverkusen

O Leverkusen precisava de um goleiro. Os Aspirinas perderam de uma vez só o titular René Adler e seu reserva imediato, Giefer, ambos contundidos. Yelldell chegou, mas junto com ele surgiu Bernd Leno, de apenas 19 anos. O jovem nascido em Bietigheim-Bissingen, no noroeste da Alemanha, era jogador do time B do Stuttgart. Leno chegou com enorme personalidade, fazendo grandes defesas e deixando o presidente Wolfgang Holzhäuzer na obrigação de contratá-lo em definitivo. Dito e feito! Hoje, Leno é titular do Leverkusen com contrato até 2015, e René Adler, antes titular até da Seleção Alemã, dificilmente permanecerá no clube. Culpa de Leno!

6) Mario Götze – Borussia Dortmund

O jovem Götze pode não repetir as atuações que lhe consagraram na temporada 2010/11, mas continua sendo uma peça decisiva do time de Jurgen Klopp. Com a irregularidade de Shinji Kagawa, o camisa 11 do Dortmund é quem tem chamado a responsabilidade e decidido alguns jogos à favor do Borussia.

5) Franck Ribéry – Bayern

O francês Franck Ribéry tem feito uma temporada primorosa! Começou muito bem, reunindo nos primeiros jogos da temporada dribles envolventes, jogadas velozes e muitos gols. Na reta final do turno, com a lesão de Bastian Schweinsteiger, Ribéry foi prejudicado e seu rendimento caiu, mas isso não impediu que estivesse entre os 7 melhores da competição, pelo menos no primeiro turno. Se a forma física permitir, Ribéry certamente estará entre os melhores da Bundesliga.

Marco Reus em ação pelo Gladbach (Borussia.de)

4) Marco Reus – Borussia Mönchengladbach

Sem fazer muito barulho, os Potros chegaram na parte de cima da tabela do Campeonato Alemão. Boa parte disso está na conta do técnico Lucien Favre, que não só livrou o time do rebaixamento na última temporada, como ajeitou o time. Mas não bastava ter um time ajeitado, o Gladbach precisava de um “diferencial” e tem isso com Marco Reus. Aos 22 anos, o jogador nascido em Dortmund é a grande estrela do time, tendo anotado 10 gols em 15 jogos na Bundesliga.

3) Robert Lewandowski – Borussia Dortmund

Quem diria que o polonês Robert Lewandowski perderia boa parte de sua fama de caneleiro nesta temporada? O atacante de 23 anos marcou apenas 8 gols em 33 jogos na temporada 2010/11. Poderia terminar com uns 20 gols se fizesse 60% dos gols que perdia. Nesta temporada, tudo mudou. Barrios começou contundido e voltou mal fisicamente, e acabou perdendo espaço. Espaço esse que foi tomado por Lewandowski, autor de 12 gols e 6 assistências na Bundesliga. Hoje dá para dizer com clareza que Lucas La Pantera Barrios é reserva de Robert Lewandowski.

2) Mario Gómez – Bayern

16 jogos, 16 gols. Essa é a média de Mario Gómez na atual temporada da Bundesliga. O atacante bávaro tem feito gols de tudo quanto é jeito e está em grande forma. A fase de Super Mario é tão boa, que o técnico Jögi Löw já cogitou escalar Gómez e Klose juntos na Seleção Alemã. Esse foi outro que mandou embora a fama de “caneleiro”. Diferentemente de Lewandowski, não sei de onde Gómez pegou essa fama…

Toni Kroos tem sido o grande destaque bávaro (FCBayern.de)

1) Toni Kroos – Bayern

Já havia colocado dois jogadores do time bávaro na lista e como o Bayern acabou na ponta da Bundesliga, não poderia encerrar o primeiro TOP 7 sem colocar um atleta do time: Toni Kroos. Na temporada passada, Kroos deu 5 assistências e anotou um gol, mas nunca empolgou ninguém. Era motivo de piada por estar na seleção de Löw e nem ser titular do Bayern. Nessa temporada, Kroos já igualou os números da última temporada, mas desta vez, é o dono do meio-campo bávaro. Enquanto Schweinsteiger estava inteiro, eles formavam uma dupla infernal, de muito toque de bola e armação de jogadas impecável. Schweini se contundiu, mas Kroos não se apagou e seguiu comandando o meio-campo do Bayern. O camisa 39 foi muito bem do início ao fim do turno e por isso foi o melhor!

Menções honrosas: ter Stegen (M’Gladbach), Christian Fuchs e Huntelaar (Schalke 04), Claudio Pizarro (Bremen) e Abdellaoue (Hannover).

TOP 7 – Ninguém dava nada por eles…

 

Fillip Daems é peça fundamental do esquema de Favre (Borussia.de)

7) Fillip Daems – Monchengladbach

Desde 2005 no Gladbach, o veterano belga Fillip Daems faz atualmente a sua melhor temporada com a camisa dos Potros. Não só porque o seu time está lá em cima, mas também pelo fato do lateral-esquerdo mostrar um fôlego anormal para um cidadão de 33 anos. Daems está marcando e atacando com enorme eficiência. O capitão do Gladbach já marcou três gols e não levou nenhum cartão amarelo, coisa que nenhum outro defensor do time – que tenha feito pelo menos cinco jogos – tem igual.

6) Anatoliy Tymoshchuk – Bayern

Tymoshchuk nunca teve grande moral no Bayern, muito por causa do fato de ser reserva da dupla van Bommel e Schweinsteiger. O ucraniano chegou até ser testado na zaga, mas também não agradou muito. Mas com a saída de van Bommel no meio da última temporada, Tymo passou a disputar a vaga de titular com o brasileiro Luís Gustavo e tem levado a melhor. O ucraniano jogou dez partidas nesta temporada alemã e o Bayern não perdeu nenhum dos dez jogos, tendo sofrido apenas dois gols. Coincidência ou não, Tymoshchuk é titular da cabeça-de-área bávara.

5) Khalid Boulahrouz – Stuttgart

O holandês sempre foi um lateral de mediano pra bom. Bastava chutar uma moita que vários “Boulahrouzes” iguaizinhos saiam. Mas nesta temporada, o camisa 21 do Stuttgart tem tido atuações muito boas e é uma das peças fundamentais da equipe. Sua lesão no final do 1º turno deu uma enorme dor de cabeça para Bruno Labbadia, que não só não sabia como substituí-lo como lamentava muito sua ausência.

Poldi tem sido muito mais decisivo que na última temporada (FC-Koeln.de)

4) Lukas Podolski – Colônia

Na temporada 10/11, Podolski fez 13 gols e deu 7 assistências. Na atual temporada, faltam duas assistências pro número ser igualado e o número de tentos já foi ultrapassado – 14 gols. Poldi tem sido muito mais decisivo que o normal. De seus 14 gols, 9 foram marcados em jogos que o Colônia venceu, 3 em empates e 2 em derrotas. Na temporada passada, 8 gols foram marcados em vitórias do Colônia. Poldi já bateu o resultado da última temporada.

3) Raúl – Schalke

Raúl é um grande atacante, isso ninguém discute. Mas grande meia-armador? Isso é outra história! Na última temporada, o espanhol marcou 13 gols e deu 5 assistências, mas Raúl atuou boa parte daquela temporada como centro-avante. Agora com Huntelaar sem problemas físicos, o espanhol passou a jogar centralizado, como um armador. Embora tenha demorado pra emplacar uma atuação de gala, Raúl sempre se manteve regular e aos 34 anos, corre feito um garoto e mostrando essa nova faceta no meio-campo.

2) Michael Ballack – Bayer Leverkusen

Na última temporada, Ballack retornou ao Bayer Leverkusen, clube que lhe deu grande projeção no futebol. Porém, o camisa 13 não conseguiu fazer nem 20 jogos e não anotou nenhum gol. Ballack estava desanimado e deixando a impressão de que logo deixaria a carreira de jogador. Eis que o capitão do Leverkusen ressurge nesta temporada. Ballack já marcou dois gols e sempre que aparece nas partidas dos Aspirinas, dá uma nova cara ao time. Ballack voltou a ser importante para o Leverkusen!

De reserva a peça fundamental da zaga (FCBayern.de)

1) Daniel van Buyten – Bayern

O zagueiro belga nunca convenceu ninguém. Alto, lento e desengonçado, van Buyten era considerado peça fora do baralho de Jupp Heynckes quando Jêrome Boateng foi contratado. Só que o treinador do Bayern teve de rever seus conceitos quando notou que van Buyten estava ajeitando a zaga bávara. Boateng foi deslocado pra lateral para que o belga jogasse ao lado de Badstuber. van Buyten já tem 4 gols na Bundesliga e quando necessário, quebra um galhinho como centro-avante – claro que é ridículo, mas acontece. O fato é que o zagueiro de 1,97 de altura conquistou sua titularidade no Bayern e é o que mais tem calado os críticos nessa temporada.

E aí? O que acharam das listas? Faltou alguém? Jogador x entrou na lista sem mérito? Opine!

Pássaro novo na Renânia do Norte-Vestfália

Não! Não é um post ecológico que vai defender o habitat natural de aves da região alemã. Por incrível que pareça, falo de futebol.

É que recentemente, migrou para a cidade de Leverkusen um tal de pardal. Dizem que ele é professor e que descolou um emprego de treinador do time da região que disputa a primeira divisão da Bundesliga.

É, pard... ops, Dutt! (Reuters)

Antes de me esquecer, chamam esse pardal de Robin Dutt!

Já faz algumas rodadas que fiquei com essa impressão do pobre cidadão, mas antes de acusá-lo injustamente, decidi ter calma, pois ele quase levou o Freiburg para a Europa League na última temporada, era início de trabalho no Leverkusen e se ele fez um time como o Freiburg, com poucos investimentos e jogadores bem limitados, quase ir para a Europa League, por que ele não conseguiria com um time de maior investimento e de jogadores renomados como o Leverkusen?

Não acusei nada, não quis me precipitar, mas acho que este é o momento certo para botar a boca no trombone: Robin Dutt é sim um professor pardal!

A prova final veio hoje. O Leverkusen vencia o Hamburgo na BayArena por 2×0 e cedeu o empate ao HSV. Se eu pudesse escolher um único culpado, seria Dutt.

Na primeira etapa, o Leverkusen estava armado num interessante 4-3-3, com Rolfes jogando centralizado, protegendo a defesa e com a dupla Bender e Ballack saindo pro jogo. Mais na frente, Sam e Schürrle jogavam abertos, com Stefan Kiessling na referência. Esse esquema deu certo. Até sair o primeiro gol, o Leverkusen não deixou o Hamburgo jogar. Depois que o primeiro zero saiu do marcador, a deficiência do adversário permitiu um domínio maior dos Aspirinas.

A saída de bola do Hamburgo era muito lenta e feita somente de toques de lado. O time não avançava com a pelota! O Leverkusen nem fazia força pra roubá-la, pois sabia que uma hora ou outra, o HSV erraria um passe. O segundo gol, marcado por Lars Bender foi de total merecimento, não só pro Leverkusen como pro jogador. O irmão de Sven – jogador do Dortmund – era o condutor do time. Fez sua parte na defesa e controlava o ritmo ofensivo da equipe. Foi o melhor em campo na etapa inicial.

O gol que o Leverkusen sofreu no final da primeira etapa foi só uma repetição de jogos passados: bola na área, surge alguém livre e manda pras redes. Esse “alguém” no caso foi o zagueiro Heikko Westemann.

Não era pro Leverkusen sofrer tanto por um gol bobo… mas sofreu demais e agradeceu aos céus quando ouviu o último apito de Knut Kircher.

Era só botar a cabeça no lugar e voltar pra etapa final… assim como era pro Leverkusen seguir tranquilo após o gol sofrido…

Se vira, Reinartz (Reuters)

Robin Dutt resolveu agir e tirou de campo Sidney Sam para colocar Reinartz. Pra quem não acompanha a Bundesliga, Sam é meia/atacante, enquanto Reinartz é zagueiro, mas sabe Deus porque, Dutt o colocou como volante. Deu tudo errado! Ele mexeu na estrutura do meio campo e o time morreu.

Rolfes passou a jogar atrás de uma linha de quatro formada por Schürrle, Reinartz, Ballack e Bender, pelo menos eu acho que era isso, pois o time de desestruturou. Um negócio escroto e sem noção que o nobre pardal armou. Dutt acabou com seu meio campo, viu o Hamburgo pressionar e empatar, com Jansen.

Dutt percebeu a besteira que havia feito e tirou de campo Rolfes e colocou Derdyiok. O esquema ficou semelhante ao original, mas o atacante suíço não tem a agilidade de Sam – que estava muito mal na partida, diga-se de passagem – e por isso tornava o esquema apenas “semelhante”.

A grande mudança que esse esquema causou foi no surgimento de Castro. Reconhecidamente um lateral ofensivo, o camisa 27 ficou muito preso, porque Reinartz “inteliJentemente” subia junto com ele e ficava um enorme buraco na direita. Até que chegou o momento que Castro se tocou que era pra ficar atrás… Quando Derdyiok entrou e Reinartz virou o primeiro volante, Gonzalo Castro pôde avançar com mais tranquilidade.

"Eu mal tenho condições de jogar, vou ter mesmo de decidir..." Deve ter pensado o mascarado Ballack

Nada disso adiantou pra tirar o 2×2 do placar.

Dediquem esse marcador a Robin Dutt, que destruiu o time do Leverkusen. Tinha uma equipe muito bem armada na primeira etapa, desarrumou, sabe-se lá porque tirou Bender da faixa central e abriu na esquerda, colocou um zagueiro de volante, prendeu seus dois laterais – que tem boas qualidades ofensivas – e fica achando que Ballack, jogando o que está jogando, será a solução de seus problemas. Pobre coitado…

…e o Hamburgo!

Já vejo evoluções no time. Claro que táticamente fica difícil notar alguma grande mudança nesse início de trabalho de Thornsten Fink, mas a grande dessarrumação vista anteriormente sumiu. Os laterais sobem alternadamente, Marcell Jansen já vem entendendo o que significa jogar no meio campo e parou de ficar sempre esperando que alguém de trás venha salvar sua vida, percebendo que ele é que tem de salvar a vida de quem está à sua frente.

Também está nítido que a posição de Gokhän Töre é mesmo aberto na direita. Antes do início da temporada, falei que a técnica deste garoto me chamou a atenção e centralizado ele não conseguia mostrar o que tinha de melhor. Pelo flanco direito, Töre consegue criar jogadas mais agudas, vide o lance do segundo gol do Hamburgo, onde ele veio por dentro e deu belo passe por elevação para Jansen, que concluiu para as redes.

…e a arbitragem!

Está uma lástima nesta rodada! Na sexta, o senhor Guido Wilkmann deu um pênalti absurdo em Nicolai Müller do Mainz e estragou o jogo. Na ocasião, o time da Renânia Palatinado virou o jogo e deixou o time do Stuttgart nervoso em campo. O Mainz venceu por 3×1.

Em outro jogo da rodada que vi – que por acaso foi o supracitado Leverkusen x HSV -, o árbitro Knut Kircher anulou um gol muito esquisito do Hamburgo, onde não ficou claro se ele assinalou toque de mão de Jansen – que não houve – ou falta de Guerrero em Friedrich – não vi falta no lance. Mais tarde, ele deixou de marcar um pênalti de Töre em Bender. Em outras palavras, prejudicou os dois times.

Não vi os outros jogos – exceto Dortmund x Wolfsburg, onde nada de anormal aconteceu – pra saber se aconteceram irregularidades, apenas pênaltis em Bremen x Colônia e Nüremberg x Freiburg. QUERO IBAGENS!