Após muito tempo, pude assistir a uma porrada de jogos do futebol europeu. Infelizmente, em todos eles algo em comum aconteceu: erros de arbitragem.
A cada dia que passa, a arbitragem europeia se assemelha com a arbitragem brasileira, mas outras horas não, mas isso chega a ser ruim, pois essa diferença lhes tornam passivos. Eles não só deixam o jogo correr – que é até bom em certos momentos -, mas deixam o pau comer e não mostram nenhuma reação contra essa violência.
No primeiro jogo, que era Liverpool x Manchester United, tudo estava correndo bem. Os Reds venciam por 1×0 – gol de Dirk Kuyt -, a partida era boa, aberta e com disputas limpas, até que no fim da etapa inicial, Carragher, que não tem o estilo “casca grossa”, apelou. Nani tinha a bola dominada próximo da risca lateral, no meio campo, até que veio o camisa 23 com um carrinho criminoso, por cima da bola e direto na perna do português. Phil Dowd deu só amarelo pra Carragher. Essa passividade gerou um nervosismo entre os jogadores e no fim do primeiro tempo, tivemos mais entradas duras. Se tivessemos mais uns 15 minutos, alguém ia sair no braço.
Pode-se dizer que esse yellow card mudou o rumo da partida. O Liverpool, que já tinha tido que mexer na defesa – Fábio Aurélio saiu contundido e Kyrgiakos entrou em seu lugar – seria obrigado a mexer de novo pra melhorar a defesa. E ainda os Red Devils perderam Nani, que saiu contundido na entrada de Carragher, mas em contra-partida, Chicharito, que entrou em seu lugar, fez o gol de honra do Manchester. “Gol de honra” porque o Liverpool venceu por 3×1, com três gols de Kuyt e atuação de gala de Suárez.
Acima de tudo, não estou contestando a vitória do Liverpool, que foi justa, os Reds jogaram melhor e tiveram Luís Suárez como o diferencial, mas sim que uma eventual expulsão de Carragher poderia mudar o rumo da partida.
O outro grande erro de arbitragem foi na Bundesliga. Hamburgo e Mainz se pegavam na Imtech Arena e faziam um jogo disputado, de muito perde e ganha, mas um erro do juizão virou polêmica. A partida estava 0x0 e após levantamento do croata Petric, a zaga desviou e a bola sobrou limpinha para Jansen, que finalizou bonito. A bola bateu no travessão e na queda, caiu logo em frente a risca do gol, não foi em cima da linha nem depois dela, foi na frente, ou seja, não foi gol. O árbitro Babak Rafati confiou no mal posicionado assistente, Holger Henschel, que deu gol. Veja o vídeo abaixo e perceba que não foi gol.
Sorte do Mainz – outros diriam da arbitragem, mas não é a vitória do time prejudicado que apaga o erro – que André Schürrle esteve em dia inspirado e seu time venceu por 4×2, com dois gols do garoto e mais uma assistência.
Só por curiosidade: Vocês com certeza devem conhecer o polêmico gol de Hurst na final da Copa do Mundo de 1966, onde a Inglaterra venceu a Alemanha em Wembley, onde nunca se soube se a bola ultrapassou a linha ou não. Pois é, esse gol foi marcado no Wembley e no país germânico, esse gol ficou conhecido como “Wembley Tor” (gol de Wembley). Todos os gols onde fica a dúvida se a bola cruzou a linha ou não, ganham esse apelido de “Wembley Tor”. O gol de Jansen ganhou esse apelido.
No outro jogo, não achei vídeo individual – até porque é uma dureza achar vídeos da Ligue 1, geralmente só encontro os gols -, só os melhores momentos, que tem um dos lances que eu destacarei, mas vale também o registro por escrito. No jogo mais importante da rodada do Campeonato Francês, Marseille x Lille, a arbitragem de Johan Hamel foi muito ruim e muito conivente com a violência. O primeiro lance mais violento, foi quando Ayew deu um carrinho duro em Beria, por cima da bola. O ganês levou amarelo, mas poderia ser vermelho. Esse foi o lance mais plausível de cartão amarelo. Agora, nos outros lances não há discussão. No meio do segundo tempo, o costa-marfinense Gervinho recebeu em velocidade e dentro da área, foi duramente empurrado por Diawara, Hamel fez que não viu o empurrão e mandou o atacante do Lille se levantar. Mais tarde, os visitantes estavam próximos de armar um ótimo contra-ataque, quando o mesmo Diawara voou para dar um carrinho muito forte, com as duas solas e de frente para Sow. Falta grave que só resultou em um cartão amarelo pro zagueiro. Lance pra cartão vermelho indiscutível. Mas diga-se de passagem, tá certo que os maiores erros da arbitragem foram à favor do Marseille, mas o Hamel errou pros dois lados.
E a cada dia vai ficando mais claro que não é no país x que a arbitragem é ruim e que no país y é boa. Em todo o mundo está ruim. A arbitragem inglesa, que “era exemplo para todos, de como se administrar uma partida de futebol”, tem recebido críticas de todos os lados desde o início da Premier League. A alemã não anda tão mal, mas segue um tanto quanto conivente com a violência. Na França, assim como em outros países, mantém o mesmo ritmo de arbitragens boas, ruins, péssimas…
(Se você souber de outro grande erro de arbitragem nesse fim de semana, é só dar um toque!)