Vergonhoso!

Gol? (Fishing4)

Após muito tempo, pude assistir a uma porrada de jogos do futebol europeu. Infelizmente, em todos eles algo em comum aconteceu: erros de arbitragem.

A cada dia que passa, a arbitragem europeia se assemelha com a arbitragem brasileira, mas outras horas não, mas isso chega a ser ruim, pois essa diferença lhes tornam passivos. Eles não só deixam o jogo correr – que é até bom em certos momentos -, mas deixam o pau comer e não mostram nenhuma reação contra essa violência.

Nani tenta se agurmentar com a arbitragem (PA)

No primeiro jogo, que era Liverpool x Manchester United, tudo estava correndo bem. Os Reds venciam por 1×0 – gol de Dirk Kuyt -, a partida era boa, aberta e com disputas limpas, até que no fim da etapa inicial, Carragher, que não tem o estilo “casca grossa”, apelou. Nani tinha a bola dominada próximo da risca lateral, no meio campo, até que veio o camisa 23 com um carrinho criminoso, por cima da bola e direto na perna do português. Phil Dowd deu só amarelo pra Carragher. Essa passividade gerou um nervosismo entre os jogadores e no fim do primeiro tempo, tivemos mais entradas duras. Se tivessemos mais uns 15 minutos, alguém ia sair no braço.

Pode-se dizer que esse yellow card mudou o rumo da partida. O Liverpool, que já tinha tido que mexer na defesa – Fábio Aurélio saiu contundido e Kyrgiakos entrou em seu lugar – seria obrigado a mexer de novo pra melhorar a defesa. E ainda os Red Devils perderam Nani, que saiu contundido na entrada de Carragher, mas em contra-partida, Chicharito, que entrou em seu lugar, fez o gol de honra do Manchester. “Gol de honra” porque o Liverpool venceu por 3×1, com três gols de Kuyt e atuação de gala de Suárez.

Acima de tudo, não estou contestando a vitória do Liverpool, que foi justa, os Reds jogaram melhor e tiveram Luís Suárez como o diferencial, mas sim que uma eventual expulsão de Carragher poderia mudar o rumo da partida.

Thomas Tuchel falando poucas e boas pro bandeirinha (Witters)

O outro grande erro de arbitragem foi na Bundesliga. Hamburgo e Mainz se pegavam na Imtech Arena e faziam um jogo disputado, de muito perde e ganha, mas um erro do juizão virou polêmica. A partida estava 0x0 e após levantamento do croata Petric, a zaga desviou e a bola sobrou limpinha para Jansen, que finalizou bonito. A bola bateu no travessão e na queda, caiu logo em frente a risca do gol, não foi em cima da linha nem depois dela, foi na frente, ou seja, não foi gol. O árbitro Babak Rafati confiou no mal posicionado assistente, Holger Henschel, que deu gol. Veja o vídeo abaixo e perceba que não foi gol.

Sorte do Mainz – outros diriam da arbitragem, mas não é a vitória do time prejudicado que apaga o erro – que André Schürrle esteve em dia inspirado e seu time venceu por 4×2, com dois gols do garoto e mais uma assistência.

Só por curiosidade: Vocês com certeza devem conhecer o polêmico gol de Hurst na final da Copa do Mundo de 1966, onde a Inglaterra venceu a Alemanha em Wembley, onde nunca se soube se a bola ultrapassou a linha ou não. Pois é, esse gol foi marcado no Wembley e no país germânico, esse gol ficou conhecido como “Wembley Tor” (gol de Wembley). Todos os gols onde fica a dúvida se a bola cruzou a linha ou não, ganham esse apelido de “Wembley Tor”. O gol de Jansen ganhou esse apelido.

Frau evitou a injustiça causada pela arbitragem (Presse Sports)

No outro jogo, não achei vídeo individual – até porque é uma dureza achar vídeos da Ligue 1, geralmente só encontro os gols -, só os melhores momentos, que tem um dos lances que eu destacarei, mas vale também o registro por escrito. No jogo mais importante da rodada do Campeonato Francês, Marseille x Lille, a arbitragem de Johan Hamel foi muito ruim e muito conivente com a violência. O primeiro lance mais violento, foi quando Ayew deu um carrinho duro em Beria, por cima da bola. O ganês levou amarelo, mas poderia ser vermelho. Esse foi o lance mais plausível de cartão amarelo. Agora, nos outros lances não há discussão. No meio do segundo tempo, o costa-marfinense Gervinho recebeu em velocidade e dentro da área, foi duramente empurrado por Diawara, Hamel fez que não viu o empurrão e mandou o atacante do Lille se levantar. Mais tarde, os visitantes estavam próximos de armar um ótimo contra-ataque, quando o mesmo Diawara voou para dar um carrinho muito forte, com as duas solas e de frente para Sow. Falta grave que só resultou em um cartão amarelo pro zagueiro. Lance pra cartão vermelho indiscutível. Mas diga-se de passagem, tá certo que os maiores erros da arbitragem foram à favor do Marseille, mas o Hamel errou pros dois lados.

E a cada dia vai ficando mais claro que não é no país x que a arbitragem é ruim e que no país y é boa. Em todo o mundo está ruim. A arbitragem inglesa, que “era exemplo para todos, de como se administrar uma partida de futebol”, tem recebido críticas de todos os lados desde o início da Premier League. A alemã não anda tão mal, mas segue um tanto quanto conivente com a violência. Na França, assim como em outros países, mantém o mesmo ritmo de arbitragens boas, ruins, péssimas…

(Se você souber de outro grande erro de arbitragem nesse fim de semana, é só dar um toque!)

Seguindo o critério Torres: Zebra

"O que eu fui falar?"

Fernando Torres estreou nesta noite pelo Chelsea, justamente contra o seu ex-clube, o Liverpool.

A estreia dele não foi boa. Ficou preso numa forte e bem postada zaga do Liverpool. Tocou pouco na bola e viu seu ex-time vencer.

Se seguirmos o seu critério, o que aconteceu hoje em Stamford Bridge pode ser chamada de “zebra”. Ora, mas por que zebra? Simples. Fernando Torres simplesmente diminuiu seu ex-clube na primeira entrevista no Chelsea, ao dizer que agora sim estava num clube grande. “Mas como? Os Blues se agigantaram na última década, o Liverpool sempre foi grande, como o time londrino pode ser maior?”

Declaração infeliz do espanhol. Ele usou mal as palavras.

Mas seguindo esse critério, a vitória do Liverpool sobre o Chelsea foi zebra.

Forte disputa entre Lucas e Kalou

Mas agora falando sobre o jogo, começo destacando as duas escalações.

No Chelsea, Carlo Ancelotti tirou o 4-3-3 e mudou o time para um 4-1-2-1-2, com Anelka – ponta direita no antigo esquema – jogando como um ponta de lança, logo atrás da dupla Torres-Drogba. Erro fatal do italiano. O francês não tem nenhuma característica de armador e mostrou séria dificuldades de cumprir essa função.

Já Kenny Dalglish deu uma aula de como se montar um time fechado, marcando forte e se aproveitando do erro adversário. Ele montou seu time com três zagueiros, algo pouco visto na Europa – na Itália alguns times ainda usam esse esquema. O esquema de seu time era um 3-6-1, mas no campo, era um 3-4-2-1. Tática boa pra evitar as subidas dos laterais dos Blues.

A primeira etapa foi muito disputada, sem um domínio amplo de ninguém. Algo que ficava nítido eram os erros das duas equipes. O Liverpool jogava no erro adversário por estratégia própria, já o Chelsea jogava no erro dos Reds por incompetência própria, de não conseguir entrar na área dos rivais e finalizar. Só que algo pode sim ser destacado. O gol feito que Maxi perdeu. Gerrard foi a linha de fundo e cruzou pro argentino, que com a trave aberta deu de tornozelo na bola e jogou por cima.

Só faltaram os socos (PA)

No fim do primeiro tempo, vimos outra cena curiosa. Após cruzamento de Maxi pra grande área, Cech saiu pra fazer a defesa, mas foi atrapalhado duas vezes por Ivanovic. Os dois tiveram uma curta discussão ainda na grande área, o clima ficou tenso.

Mas nem a Mãe Dinah em seus tempos inspirados iria prever que outra cena parecida decidiria o jogo…

Tudo começou com o Liverpool trocando passes com calma, até a bola chegar em Gerrard. O camisa 8 foi a linha de fundo e cruzou. Enquanto a bola passava pela pequena área, Ivanovic e Cech chegavam, eis que um esperou o outro e a bola passou pelos dois, chegando em Raúl Meireles, que de pé esquerdo mandou pras redes.

Torres, que já havia sido substituído, era focalizado pelas câmeras no banco de reservas, com cara de bobo, de não entender o que aconteceu: “Como? Eu saio do Liverpool, venho pro Chelsea e no primeiro jogo contra eles eu perco?”.

Há alguns destaques individuais que podem ser feitos. Torres foi mal, mas que o quê? Bateu de frente com Carragher, Skrtel e Agger. Todos os três foram bem, especialmente o inglês e o eslovaco, que estiveram inspirados. Pararam tanto Torres quanto Drogba. Kuyt foi um batalhador, como sempre. Se na técnica deixa a desejar, sempre se supera na raça e era o grande homem do time nas puxadas de contra-ataque. No Chelsea, Lampard esteve muito mal e errou muito. Essien deixou a desejar em suas tradicionais subidas ao ataque. Foram poucas (ou nenhuma).

A festa do Liverpool (Reuters)

É Torres…O “gigantesco” Chelsea foi derrotado pelo “inferiozado” Liverpool. Derrota que custa caro pros Blues. Se viessem os três pontos, a diferença pro líder Manchester United seria de 7 pontos e levando em conta que as duas equipes se pegam ainda duas vezes, essa desvantagem poderia cair pra um mísero ponto. No momento, a briga do Chelsea não é por título e sim por vaga na Champions League, vaga que disputa com o Tottenham.

O Liverpool segue com sua reação desde a chegada de Kenny Dalglish. Já são 4 vitórias consecutivas e o 6º lugar na tabela de classificação. São 38 pontos, nada que possa dizer que o time briga pela volta à Champions League, mas pode sonhar.

Vitória importante também quem conquistou foi o Birmingham. Os Blues venceram o adversário direto contra o rebaixamento, o West Ham, fora de casa, gol de Zigic e ficam fora da zona de rebaixamento. Os Hammers dormem lá…