Le Podcast du Foot #57 – Prévia da Uefa Euro 2016

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Foto: Guillaume Bigot

Está chegando o grande dia! Na sexta-feira, dia 10, a bola rola para a abertura da Uefa Euro 2016, realizada na França.

Le Podcast du Foot, é claro, não fica fora da festa. A edição #57 do primeiro e único podcast dedicado ao futebol na terra da Torre Eiffel projetou a participação francesa no torneio. Considerados um dos favoritos ao título, os Bleus terão como oponentes, na primeira fase, Albânia, Suíça e Romênia, adversária da estreia, na sexta, às 16h, no Stade de France.

O programa foi apresentado por Eduardo Madeira e teve os comentários de Flávio Botelho, Renato Gomes, Filipe Papini (do blog C’est Le Foot) e Bruno Pessa (do blog Planeta Bola). E além da projeção para o desempenho francês, nossa equipe tratou de outras questões envolvendo o torneio, como a ausência de Benzema, a possibilidade de ataques terroristas e também as greves que vão acontecendo na França.

Clique na imagem abaixo e ouça o programa!

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O brilho de um bávaro

Quando algum jogador originário da Baviera se destaca no futebol, logo nos lembramos do Bayern de Munich. O clube tem enorme tradição, vários títulos e jogadores de renome internacional. É automático, ninguém tem culpa de ter esses reflexos.

Nessa UEFA Euro 2012, um atleta do clube bávaro que tem chamado a atenção na seleção alemã é Mário Gomez. O atacante nem nasceu na Baviera, mas por jogar no Bayern ganha tal destaque. Ele foi autor de três dos cinco gols da Alemanha no torneio. Porém, o quinto gol do selecionado germânico foi de um bávaro que não tem nenhuma relação com o poderoso Bayern

Nascido e criado em Rosenheim, pequeno distrito da Baviera, Lars Bender seguiu roteiro diferente de muitos garotos da região e junto com seu irmão, Sven, não foi para o Bayern. Dos dez aos treze anos, treinaram no Unterhaching, também da Baviera. De 2002 em diante, os gêmeos partiram para o Munich 1860 e começaram a construir suas vidas no futebol.

Todo aquele momento parecia não passar de um sonho para os garotos, que tinham como grandes ídolos dois jogadores que atuaram no Munich 1860: o ganês Abedi Pelé e o polonês Piotr Nowak. A dupla defendeu o time bávaro de 1995 até 1998 – Abedi chegou em 96 -, época em que os irmãos Bender viviam a infância e imaginavam trilhar os gramados alemães como jogadores profissionais, assim como seus ídolos.

No final de 2006, a dupla de volantes iniciou a caminhada como profissional no Munich 1860. Lars e Sven vestiram a camisa dos Leões em mais de 50 oportunidades e ficaram marcados na memória do torcedor bávaro, mesmo sem conseguir tirar o tradicional time da segunda divisão, que amarga desde 2004.

Os irmãos deixaram o clube bávaro em 2009, mas se separaram. Lars foi para o Bayer Leverkusen, enquanto Sven foi para o Borussia Dortmund.

Sven Bender parecia ter mais sorte. Peça de confiança de Jürgen Klopp, foi campeão alemão em 2011 e logo chegou à seleção. Enquanto isso, Lars demorou a se adaptar ao Leverkusen e viveu altos e baixos nas primeiras temporadas.

No último ano futebolístico na Europa, a maré virou: Sven seguia titular, mas uma grave lesão fez com que perdesse a titularidade para Gündogan. Lars foi um dos poucos destaques do decepcionante Leverkusen e ainda mostrou versatilidade, ao atuar também como meia armador e lateral direito.

Os irmãos estiveram na lista de 27 jogadores feita por Joachim Löw para a Eurocopa e, na hora, o ritmo de jogo pesou: Sven Bender foi cortado, Lars ficou.

Neste domingo, contra a Dinamarca, Lars Bender fez seu nono jogo com a pesada camisa alemã e primeiro como titular, mas improvisado na lateral-direita. A partida estava empatada em 1×1 e nos minutos finais, após rápido contra-ataque, o jovem bávaro completou passe de Özil e fez o gol que sacramentou a classificação alemã. Pela primeira vez na história, um jogador revelado pelo Munich 1860 marcou um gol pela Alemanha em uma fase final de Eurocopa.

A tendência é que o suspenso Jérôme Boateng retome a titularidade e Lars Bender volte para o banco de reservas. Mas ele fez sua parte e deixou bem claro a Jögi Löw que não quer ser mero coadjuvante da promissora seleção alemã.

Bender vibrou demais com seu primeiro gol na seleção alemã (Getty Images)

EURO 2012: O grupo da vida

Para fechar esse balanço pré-Euro, chegamos ao Grupo D, o “Grupo da Vida”. Encontram-se nesta chave uma seleção se acertando, outra perdida entre diversas crises internas, outra com um dos maiores centroavantes da atualidade, além da seleção que recebe o torneio em sua casa e contará com o apoio da torcida.

Renovada, a França precisava justamente de um grupo como esse, onde saísse como favorita para conseguir confiança para o restante da competição; A Inglaterra, com muitos problemas internos e, mais recentemente, de contusão, dificilmente teria chances de se classificar em outro grupo; Ainda tem a Suécia, que conta simplesmente com Zlatan Ibrahimovic; Para fechar, uma das anfitriãs do torneio, a Ucrânia.

Confira abaixo a análise e as expectativas para cada uma das seleções nesta UEFA Euro.

UCRÂNIA: Que a torcida os ajude

Shevchenko encerrará sua carreira após a Eurocopa

Diferentemente da outra anfitriã, Polônia, a Ucrânia chega a Eurocopa com bem menos expectativas. Com sete jogadores acima dos 30 anos, o selecionado ucraniano participará pela primeira vez na história da competição européia com um time velho. O técnico Oleh Blokhin também possui em seu elenco oito atletas que, em 2006, estiveram com ele na Alemanha disputando a Copa do Mundo.

Falando no comandante ucraniano, este foi um dos problemas da seleção na preparação para a Euro. Myron Markevych iniciou no comando técnico, mas dividindo as atenções com seu time, o Metalist. Após problemas do clube com a federação ucraniana, ele teve de escolher entre um ou outro. O time que treinava desde 2005 foi a escolha. Em seguida, Yuriy Kalitvintsev assumiu interinamente, mas ficou por muito tempo, oito jogos, só atrasando o retorno de Blokhin, que já havia treinado a Ucrânia de 2003 a 2007. A indefinição só atrasou a formação do grupo e, também, uma sequência de trabalho não foi proporcionada e a seleção viveu tempos de incerteza.

Por isso, Blokhin aposta em figuras carimbadas, como Andriy Shevchenko, Artem Milevskiy, Andriy Voronin e Anatoliy Tymoshchuk, e ainda mantém como base do time os poderosos times locais, Dynamo e Shakhtar. Nove atletas do time de Kiev e seis da equipe de Donetsk foram chamados para a disputa do torneio.

Obviamente, o grande nome do time é Shevchenko, que dará um gás final na carreira nesta Eurocopa. O ex-atacante de Milan e Chelsea tenta vencer as lesões e assumir o protagonismo nessa Ucrânia que carece de atletas mais talentosos. Sheva é a grande referência do time, ao lado do experiente Milevskiy, que não viveu a melhor de suas temporadas pelo Dynamo.

Aos 22 anos, Yarmolenko e Konoplyanka surgem como boas esperanças para rejuvenescer o futebol do país, porém, ambos não parecem ser capazes de ter o brilhantismo que Shevchenko teve em seus tempos de Milan. A dupla atua no meio campo e deverá, não só municiar, como correr pela dupla do Dynamo.

A defesa não inspira nenhuma confiança. Blokhin teve problemas em definir o goleiro titular, graças às lesões de Dykan e Shovkovskiy e a suspensão por doping de Rybka. Pyatov do Shakhtar Donetsk deve ser o escolhido para assumir a titularidade, embora viva uma briga sadia com o atleta mais jovem do elenco, Maksym Koval, de 19 anos.

O ponto de confiança na defesa é Tymoshchuk, do Bayern. O volante, além de polivalente, é um dos líderes do time. Tymo é firme na marcação e não costuma comprometer nos passes.

Os ucranianos sabem que as chances de classificação são mínimas, mas o time e a torcida local querem dar um final de carreira digno ao maior jogador da história do país, Shevchenko. É óbvio que ele não repetirá as atuações de seus tempos de Milan, mas vai gastar suas últimas energias na Eurocopa.

CONVOCADOS:

Goleiros: Andrei Pyatov (Shakhtar Donetsk), Alexander Goryainov (Metalist Kharkiv), Maxim Koval (Dynamo Kiev)

Defensores: Taras Mykhalik, Yevgeny Khacheridi (ambos do Dynamo Kiev), Yaroslav Rakytsky, Alexander Kucher, Vyacheslav Shevchuk (do Shakhtar Donetsk), Yevgeny Selin (Vorskla Poltava), Bogdan Butko (Mariupol)

Meio-Campistas: Anatoly Tymoshchuk (Bayern-ALE), Oleg Gusev, Denis Garmash, Alexander Aliev, Andrei Yarmolenko (todos do Dynamo Kiev), Ruslan Rotan, Yevgeny Konoplyanka (ambos no Dnepropetrovsk), Sergei Nazarenko (Tavria Simferopol)

Atacantes: Andrei Shevchenko, Artem Milevsky (do Dynamo Kiev), Andrei Voronin (Dynamo Moscou-RUS), Yevgeny Seleznov, Marko Devic (ambos no Shakhtar Donetsk)

INGLATERRA: Um retorno sem estilo

A ausência de Rooney deve prejudicar a Inglaterra

Após nem se classificar para a Eurocopa de 2008, a Inglaterra volta a disputar o torneio europeu. Porém, o que deveria ser um retorno em grande estilo, não deve passar de mais um vexame para a enorme coleção que o English Team possui.

Assim como na Copa de 2010, o selecionado inglês tem seus problemas internos. No Mundial, o problema envolvia John Terry, Wayne Bridge e o já muito comentado -sabe-se lá porque “muito comentado” – “chifre”. Agora, o capitão do Chelsea está novamente envolvido no caso, só que desta vez é de racismo com Anton Ferdinand. Por causa disso, Rio Ferdinand, irmão de Anton, ficou de fora da lista inglesa.

Como todos também sabem, a troca de técnico no início de ano foi por causa do intercedimento da FA na capitania da seleção. Capello, técnico vencedor e experiente, não gostou disso e pediu seu boné e Roy Hodgson foi chamado para substituí-lo, enquanto muitos davam como certa a vinda de Harry Redknaap. O ex-técnico do Liverpool agora tem problemas físicos para ajeitar seu time. Frank Lampard, Gareth Barry e Gary Cahill já foram cortados por estarem lesionados.

O problema mais grave é de Wayne Rooney. Após chutar um jogador montenegrino nas eliminatórias para a Euro, o atacante do Manchester United foi suspenso por dois jogos e só poderá estrear na terceira rodada do torneio, quando, talvez seja tarde demais. Por causa dessa ausência, Hodgson vem tentando encontrar um centro-avante “tapa buraco” para esses dois jogos. Andy Carroll do Liverpool e Danny Welbeck do Manchester United foram os mais testados e a tendência é que o jovem Red Devil seja o titular.

Algumas dessas saídas forçadas deram uma rejuvenescida no elenco inglês. Além de Welbeck, os outros jovens convocados por Hodgson foram Jack Butland, Martin Kelly, Phil Jones, Jordan Henderson e Oxlade Chamberlain, todos eles abaixo dos 23 anos.

Sem Lampard e Barry, a Inglaterra terá de se virar com Parker – lesionado durante a parte final da temporada – e Gerrard – novamente abaixo do que pode render. Ambos são talentosos, mas tanto Lampard, quanto Barry fizeram boas temporadas por seus clubes e formariam uma dupla firme na faixa central do ortodoxo 4-4-2 inglês.

Com a saída da dupla central e a suspensão de Rooney, o peso cairá sobre Ashley Young. Após boa temporada pelo Manchester United, o camisa 11 inglês deverá atuar aberto pela esquerda e ser o diferencial do time, já que pela outra ponta deverá jogar o velocista Walcott. Young só precisa perder a fama de “cai-cai” que ganhou no final da temporada inglesa. Em uma Eurocopa, manter esse estilo lhe dará uma fama eterna e reconhecida mundialmente.

Diferentemente de outras competições, a Inglaterra não chega como favorita e parece saber disso. Hodgson tem preparado seu time para jogar no contra-ataque, ao melhor estilo Chelsea. Os Blues conquistaram a Europa assim, será que a história se repetirá com o English Team?

CONVOCADOS:

Goleiros: Joe Hart (Manchester City), Robert Green (West Ham), Jack Butland (Birmingham City)

Defensores: Leighton Baines (Everton), Martin Kelly (Liverpool), Ashley Cole (Chelsea), Glen Johnson (Liverpool), Phil Jones (Manchester United), Joleon Lescott (Manchester City), John Terry (Chelsea), Phil Jagielka (Everton)

Meio-Campistas: Stewart Downing (Liverpool), Steven Gerrard (Liverpool), Jordan Henderson (Liverpool), James Milner (Manchester City), Alex Oxlade-Chamberlain (Arsenal), Scott Parker (Tottenham), Theo Walcott (Arsenal), Ashley Young (Manchester United)

Atacantes: Andy Carroll (Liverpool), Jermain Defoe (Tottenham), Wayne Rooney (Manchester United), Danny Welbeck (Manchester United)

SUÉCIA: Bastará a experiência?

Ibra: bem ou mal?

Sem nenhum jogador abaixo dos 23 anos, a Suécia chega para a sua quarta Eurocopa consecutiva buscando resultados melhores. Nas edições anteriores, a melhor campanha do selecionado nórdico foi em 2004, quando caiu apenas nas quartas-de-final.

Naquela edição da UEFA Euro, Zlatan Ibrahimovic surgiu para o mundo. Em um belo gol de calcanhar, contra a poderosa Itália, Ibra mostrou do que era capaz. Hoje em dia, a Suécia de Erik Hamren vive um dilema envolvendo o jogador. Na partida diante da Holanda, ainda nas eliminatórias para o torneio, o selecionado sueco não tinha Ibrahimovic à disposição, ainda assim, venceu por 3×2. Talvez tenha sido a melhor atuação da Suécia de Hamren.

Seria um problema ter Ibra no elenco? Acredito que não, até porque os suecos baseiam seu jogo no astro do time. Quando a missão é defender, Ibrahimovic será o atacante mais isolado, buscando meter pra dentro as poucas bolas que receber. Quando o time buscará mais o ataque, a tendência é que o atacante milanista tenha a companhia de Elmander no ataque.

Mesmo assim, a Suécia não é um time que possui apenas Ibrahimovic como destaque. Ola Toivonen foi autor de 18 gols pelo PSV na última temporada e é uma boa alternativa de ataque. No meio-campo, Hamren terá a sua disposição Kim Källström, Sebastian Larsson e Anders Svensson, todos bons passadores.

Porém, o sinônimo desta seleção sueca não é técnica, como os parágrafos anteriores dão a entender, mas sim “experiência”. Cinco atletas irão para sua terceira Euro, enquanto outros cinco irão para a segunda disputa. Apenas Olof Melberg está desde 2000 jogando o torneio europeu pela Suécia, será sua quarta participação.

Porém, Erik Hamren têm conseguido mesclar razoavelmente bem a juventude com a experiência. Mesmo sem ter atletas abaixo dos 23 anos, sete jogadores que estiveram disputando a Euro Sub-21 de 2009 – que a Suécia caiu nas semifinais para a Inglaterra – foram convocados para a disputa da Eurocopa.

A seleção sueca não vem para o torneio apenas para ficar como figurante. A única ausência foi na Copa de 2010 nos últimos doze anos, a Suécia quer se tornar mais do que um time de constantes aparições, para virar, quem sabe, uma potência. A chance de classificação é real, mas mesmo apresentando um bom conjunto, Ibrahimovic precisará estar inspirado para os suecos conseguirem ir longe

CONVOCADOS:

Goleiros: Andreas Isaksson (PSV Eindhoven-HOL), Johan Wiland, (Copenhagen-DIN), Pär Hansson (Helsingborg)

Defensores: Mikael Lustig (Celtic-ESC), Olof Mellberg (Olympiakos-GRE), Andreas Granqvist (Genoa-ITA), Martin Olsson, (Blackburn-ING),Jonas Olsson (West Bromwich-ING), Behrang Safari (Anderlecht-BEL), Mikael Antonsson (Bologna-ITA)

Meio-Campistas: Rasmus Elm (AZ Alkmaar-HOL), Sebastian Larsson (Sunderland-ING), Kim Kallstrom (Lyon-FRA), Anders Svensson (Elfsborg), Pontus Wernbloom (CSKA Moscow-RUS), Samuel Holmen (Istanbul BB-TUR), Emir Bajrami (Twente-HOL), Christian Wilhelmsson (Al-Hilal-ARA)

Atacantes: Zlatan Ibrahimovic (Milan-ITA), Johan Elmander (Galatasaray-TUR), Tobias Hysen (IFK Gotemburgo), Ola Toivonen (PSV Eindhoven-HOL), Marcus Rosenberg (Werder Bremen-ALE)

FRANÇA: Últimos ajustes

Benzema vestirá a lendária camisa 10 francesa

A Alemanha tem problemas nítidos na zaga; a Holanda ainda precisa encontrar um lateral-esquerdo; enquanto a Espanha jogará sem os líderes Villa e Puyol. Dentre aos selecionados postulantes ao título, podemos dizer que a França é a mais inteira entre todas.

Completamente destruída após a Copa do Mundo de 2010, Laurent Blanc chegou e botou ordem na casa. Arrumou a defesa, trouxe talento para o meio-campo e facilitou tudo para o matador Benzema. Chamar a França de grande favorita é exagero, mas o ex-treinador do Bordeaux tem pouca coisa para arrumar nesta tradicional seleção.

Na zaga, Rami e Mexès foram várias vezes utilizados por Blanc, mas ainda não passam grande confiança para o torcedor. Enquanto Patrice Evrá, aos 31 anos, parece sentir o peso da idade e vai enxergando o mais jovem Clichy tomar um pouco de seu espaço. Mas ainda assim, é um setor que o técnico parece ter controle absoluto e consciência do que faz.

O problema da cabeça de área é apenas de quantidade. Yohan Cabaye, que fez temporada fantástica pelo Newcastle, deve ser titular ao lado de Yann M’Vila, porém, o segundo teve problemas no tornozelo nos amistosos de preparação e talvez desfalque a França em alguns jogos. O problema está aí: se M’Vila não jogar, joga quem? Alou Diarra teve temporada terrível pelo Marseille, enquanto Matuidi tem pouca experiência internacional.

O oposto acontece na linha de armadores. A dúvida de Blanc não se deve a escassez e sim ao excesso de opções. Franck Ribéry e Samir Nasri parecem ter suas vagas garantidas. Jérémy Ménez e a novidade Hatem Ben Arfa lutam pela titularidade. Florent Malouda corre por fora, porém, ter sido banco durante toda a temporada no Chelsea e ainda ter sofrido uma lesão na reta final de temporada deve pesar na decisão de Blanc. Mathieu Valbuena teve temporada decepcionante, como quase todo o time do Marseille, e deve ser a última opção do técnico.

Yoann Gourcuff poderia ser uma alternativa para suprir essa ausência, porém, o meia do Lyon não conseguiu vencer as lesões. Ele até foi convocado para a pré-lista – isso após conseguir uma boa sequência de jogos no fim da temporada -, mas não convenceu nos amistosos e ficou de fora da lista final.

No ataque, Karim Benzema é titular indiscutível. O atacante do Real Madrid teve, nos números, a melhor temporada de sua carreira, superando 2007-08. Na citada temporada, quando ainda defendia o Lyon, o atacante anotou 31 gols e deu 10 assistências. Na temporada mais recente, Benzema balançou as redes 32 vezes e ainda deu 15 assistências.

Há quem defenda a tese de que o atacante do Real Madrid deva ter um parceiro de ataque, e este seria Olivier Giroud, artilheiro do Campeonato Francês pelo Montpellier. Acredito que Blanc só usará esse esquema quando for realmente preciso marcar gols, no desespero.

A França pode ser colocada entre as favoritas. Não perde desde 2010 e o técnico Blanc tem poucas dúvidas na montagem do time titular. É claro que manter essas dúvidas no percorrer do torneio não será legal, mas comparadas a outras seleções colocadas como favoritas, os problemas são menores.

CONVOCADOS

Goleiros: Cedric Carrasso (Bordeaux), Hugo Lloris (Lyon), Steve Mandanda (Olympique de Marseille)

Defensores: Gael Clichy (Manchester City-ING), Mathieu Debuchy (Lille), Patrice Evra (Manchester United-ING), Laurent Koscielny (Arsenal-ING), Philippe Mexès (Milan-ITA), Adil Rami (Valencia-ESP) e Anthony Reveillere (Lyon)

Meio-Campistas: Yohan Cabaye e Hatem Ben Arfa (Newcastle-ING), Alou Diarra (Olympique de Marseille), Florent Malouda (Chelsea-ING), Marvin Martin (Sochaux), Blaise Matuidi (Paris Saint-Germain), Yann M’Vila (Rennes), Samir Nasri (Manchester City-ING)

Atacantes: Karim Benzema (Real Madrid-ESP), Olivier Giroud (Montpellier), Jeremy Menez (Paris Saint-Germain), Franck Ribéry (Bayern-ALE) e Mathieu Valbuena (Olympique de Marseille)

*Crédito das imagens: Reuters