O que falta a Espanha?

Pela segunda vez seguida na final da UEFA Euro e atual campeã continental e mundial, a Espanha, ainda assim, não consegue empolgar a nação futebolística. Uns dizem que é um time chato e sonolento, outros já são mais diretos e dizem que a Fúria é uma cópia mal-feita do Barcelona. Alguns são mais radicais e já dizem que a Espanha “não é nada disso”.

Qual seria o motivo de tamanha dúvida quanto a um time que pode conquistar o terceiro título seguido? Listei abaixo algumas suspeitas. Leia e tire suas conclusões.

  • Posicionamento

Na seleção, Iniesta atua pelos flancos

O Barcelona atua num 4-3-3, com Busquets, Xavi e Iniesta formando o meio-campo. Já a Espanha, de Del Bosque, atua num esquema parecido, um 4-3-3 que varia para um 4-2-3-1, mas que mexe no posicionamento do trio citado acima. Busquets e Xavi atuam juntos, mas tendo a companhia de Xabi Alonso, do rival Real Madrid. Já Iniesta é “forçado” a atuar pelas beiradas do campo e mais avançado. Acostumado a trabalhar a bola para os homens de frente blaugranas, o camisa 6 espanhol tem missão diferente pelas laterais. Na maioria das vezes, ele pega a bola dentro da área, onde o espaço para trabalhar uma jogada é menor e a finalização se torna, muitas vezes, obrigatória.

A saída de Xabi Alonso para a entrada de um ponteiro, como Navas ou Pedro, seria uma boa saída. Mas vale à pena abrir mão do volante madridista? Penso que não. Alonso me agrada bastante e, para mim, é um jogador quase completo para a função que desempenha. Claro que é um preço alto a se pagar, mas Del Bosque tem de encontrar a melhor forma de encaixar tudo que tem de melhor no time.

  • Centro-Avante

A ausência do contundido David Villa deixou Vicente Del Bosque em uma sinuca de bico. O atacante do Barcelona era o ponto de objetividade da equipe, com ele não tinha vez, era o “matador” do time. Sem Villa, o comandante campeão do mundo precisou buscar uma nova opção para o ataque, mas ainda não encontrou a ideal.

Fernando Torres consagrou-se como um dos maiores atacantes do planeta há quatro anos, ao marcar o gol do título europeu, mas hoje, se vê como uma das grandes piadas da história do futebol. Contratado a peso de ouro pelo Chelsea, El Niño não repete as atuações dos tempos de Liverpool e não passa confiança para Del Bosque. Fernando Llorente, que seria a normal segunda opção após Torres, estranhamente não é utilizado pelo selecionador espanhol e ainda vê Álvaro Negredo receber mais oportunidades.

Em meio esse acúmulo de dúvidas e incertezas, Del Bosque aposta em Fàbregas na função. Acostumado a jogar na faixa central, Cesc demonstra enormes dificuldades para ser o centro-avante do time. Porém, sem alternativa melhor, foi o titular em quase toda competição.

Fàbregas tem sido a solução de Del Bosque para a “camisa 9”

  • Objetividade

É estranho, mas a Espanha, segunda seleção que mais finalizou na Eurocopa – 49 vezes -, é criticada por muitos pela falta de objetividade. É uma crítica plausível até a página dois.

Sim, muitas vezes, falta um “cabeçudo” pra pegar a bola na entrada da área e finalizar em gol. Sim, os espanhóis parecem seguir a regra do golaço e que só vale chutar da pequena área. Sim, a Espanha dá a impressão de não ter a objetividade do Barcelona. E sim, o toque de bola da Fúria é maçante, enjoado e cadenciado além da conta.

Porém, é esse mesmo time que com a posse de bola, ao mesmo tempo em que busca o ataque, evita que o adversário o agrida. É desse time também que saem algumas jogadas geniais, muitas vezes dos pés de jogadores como Iniesta e Xavi. E como foi dito antes, a Espanha foi a segunda seleção que mais finalizou na Eurocopa, perdendo apenas para a Itália. A Fúria também tem o segundo melhor ataque do torneio, com oito gols. Ou seja, é uma crítica plausível, mas que não me parece definidora de tudo.

  • Inveja

Para muitos, o futebol apresentado pela Espanha é “bonito”. Eu entendo como uma prática vistosa, leve, mas que não me enche os olhos. Mas para muitos, as críticas levantadas nos últimos tópicos – principalmente no último ponto – são multiplicadas e transformadas em duras e injustas palavras, denegrindo todo o trabalho feito pela Espanha.

Isso não tem outro nome: inveja. Como não estou aqui para falar de sentimentos de uns e outros, por algo completamente indireto ao jogo, nem me esticarei nesse ponto.

O fato é que este time, mesmo com esses “defeitos” citados anteriormente, pode se tornar a primeira seleção na história a conquistar duas Eurocopas com uma Copa do Mundo no meio. Essa é a Espanha, que com o passar dos anos vai ganhando cancha para se fixar na história do futebol.

*Crédito das imagens: Getty Images

Arsenal em queda livre

Texto de: Romário Henderson

Arsenal sofrendo gols atrás de gols...

A gigante tradição do Arsenal não condiz com o momento instável e preocupante que vive momentaneamente a equipe. A temporada se inicia com resultados desfavoráveis, pressão da torcida, jogadores profícuos sendo vendidos, reposições questionáveis e perspectivas de uma reviravolta obscura.

A equipe londrina não é uma das favoritas ao título da Premier League, e com as perdas de Cesc Fábregas e Samir Nasri, atletas de suma importância, a luta para conseguir uma vaga na Champions 2012/2013 será bastante complicada. Segundo o técnico Arsène Wenger, que, diga-se, não é mais unanimidade perante os torcedores, as contratações serão feitas gradativamente. Wenger ainda ressalta que os setores mais carentes são a defesa e o meio-campo.

Nós nunca tivemos medo de assumir uma aposta. O que você esquece é que temos comprado jogadores. Compramos Gervinho, Chamberlain, Jenkinson, Miyaichi e você vai ver durante a temporada que são jogadores de primeira qualidade. Mas no momento temos que dar-lhes algum tempo

Nós vamos comprar. As pessoas sentem que eu sou teimoso, eu não sou, eu só quero fazer o melhor para a equipe e comprar os jogadores certos. Se eu tenho mostrado uma coisa nos últimos 15 anos, é que eu trouxe bons jogadores para o clube. Vamos trazer jogadores experientes. Mas as pessoas simplesmente falam em ‘comprar’, mas comprar o jogador certo não é uma tarefa fácil

Arsène Wenger

Espera-se que o Arsenal faça propostas aos jogadores Yann M’Vila (Rennes), Per Mertesacker (Werder Bremen), Phil Jagielka (Everton), Gary Cahill (Bolton), Chris Samba (Blackburn Rovers) e Scott Dann (Birmingham). Cá entre nós, muito pouco para a grandeza deste clube que, com essas opções de compra, mostra-se que para a temporada vigente não traça planos ambiciosos, pelo contrário, apenas lamenta a situação e resignam-se.

O Arsenal está no grupo F, da Champions. Grupo que ainda conta com o forte Borussia Dortmund, Olympiakos e Olympique de Marseille. Sem dúvida alguma, a tarefa para conseguir a classificação não será nada fácil, haja vista que, ambas as partidas contra os aurinegros serão duríssimas, e os jogos fora contra os gregos e os franceses também serão complicados.

Rooney deu show no humilhante 8x2

Até aqui, em três rodadas da Premier League, nenhuma vitória, sendo que já enfrentou Liverpool e Manchester United e foi derrotado. No Emirates, derrota para o Liverpool por 0x2. E, no último domingo, em Old Trafford, derrota acachapante e humilhante, por 2×8.

No elenco atual, Van Persie e Walcott são os melhores, e, convenhamos, jogadores que, em minha visão, ainda não possuem qualidades suficientes para liderar um grande clube, sobretudo quando este encontra-se mal servido em quantidade e qualidade.

Manchester United, Milan e Barcelona favoritos

Texto de: Romário Henderson

A temporada 2011/2012 já começou em alguns países. Após poder acompanhar alguns jogos amistosos, pude definir meus favoritos aos torneios da Premier League, Serie A e Liga BBVA.

Começando pela Premier, penso que os Diabos Vermelhos, atuais campeões, são novamente favoritos. Por fora, correm Chelsea e Manchester City, ou seja, descarto Arsenal e Liverpool.

Cleverley e Young são boas apostas do United

Um grupo jovem foi montado, e esses parecem não sentir o peso da camisa do United. Ashley Young e Cleverley, por exemplo, já se encaixaram no time titular. O primeiro se posiciona como fazia no antigo clube, o Aston Villa, aberto pela esquerda, ora cortando pra dentro, ora indo ao fundo, e sempre propondo perigo ao adversário. Já Cleverley tem um estilo mais cadenciado, de toque de bola e armação de jogo, e o faz com bastante brilhantismo.

Ao fim da primeira rodada, apenas o Manchester conseguiu vencer, enquanto Chelsea, Liverpool e Arsenal empataram. Não estou considerando o City como grande devido aos últimos torneios, cujo desempenho foi patético, digno de um pequeno, por isso os Sky Blues necessitam se afirmar dentre os pujantes.

Na Serie A, o Milan aparenta estar encaixado e preparado para conquistar o segundo scudetto consecutivo. A equipe, em minha visão, tem apenas um problema: lateral direita. Antonini, Abate, Oddo e Zambrotta são limitadíssimos tecnicamente. É um setor que preocupa, sobretudo na parte defensiva. No mais, com Thiago Silva e Nesta na zaga, Taiwo na esquerda, Van Bommel, Gattuso, Seedorf no meio e Cassano, Robinho, Pato, Ibra, Emanuelson para o ataque. São muitas opções. Enquanto isso, seus rivais estão mal servidos em quantidade e em qualidade.

Novela encerrada: Fábregas no Barcelona

Bem, na Liga BBVA, mesmo com o Real Madrid gastando fortunas para a temporada, aposto no tetracampeonato do Barça. Afinal, os catalães são os melhores do mundo. Juntando-se aos excelentes atletas do Barcelona, mais dois excepcionais jogadores: Alexis Sanchez e Cesc Fábregas.

Acompanhar jogos do Barcelona é extremamente prazeroso. Eu gosto de desfrutar do futebol brilhante, e o Barça nos proporciona de maneira sublime isto. Times com essa proposta merecem nossa torcida, pois buscam e se empenham em se apresentar cintilantemente.

É óbvio que o maior adversário do Barcelona é o Real Madrid, que tem um ótimo treinador e um plantel de dar inveja. Mas precisam colocar em prática o que podem desenvolver. É o momento de José Mourinho explorar as magníficas qualidades de seus jogadores. Mourinho pode até conseguir por ser um manager fora do comum, mas Pep é bom o suficiente para também explorar o talento dos fantásticos catalães.