Balanço da janela: França

Dando sequencia as análises das transferências na última janela de negociações, chegamos à França. Na liga mais equilibrada da Europa, tivemos uma equipe que investiu muito para desequilibrar o campeonato.

Pastore fazendo enorme barulho na França

Com a grana vinda da Qatar Sports Investiments, o Paris Saint-Germain pôde fazer um investimento pesado, visando o título da Ligue 1. Nesta última janela, o clube da capital francesa gastou a singela bagatela de 86 milhões de euros. A negociação mais cara e mais estrondosa foi de Javier Pastore. O ex-jogador do Palermo foi contratado por 42 milhões de euros, o negócio mais caro da história do campeonato francês.

Aliás, falei que Pastore veio do Palermo da Itália. O país da Velha Bota cedeu mais três jogadores ao Paris. Mohamed Sissoko veio da Juventus, Salvatore Sirigu veio do Palermo, enquanto Jérémy Ménez veio da Roma. É o famoso “efeito Leonardo“, que estava trabalhando no futebol italiano e chegou no PSG para ser o diretor esportivo do clube.

Completando os investimentos do time parisiense, vieram do Saint Etienne, Matuidi, do Valenciennes, Bisevac, do Lorient, Gameiro, do Rennes, Douchez e o reforço mais recente, Diego Lugano, vindo do Fenerbahçe.

Das saídas, destaque para os aposentados Coupet e Makélélé, de Ludovic Giuly, que foi para o Mônaco e para o goleiro Apoula Edel, que foi pro Hapoel Tel-Aviv.

Foi um investimento pesado e a exigente torcida do Paris não irá aceitar algo diferente do título. A vaga para a Champions League serviria mais como um consolo, já que investir mais de 80 milhões em um time e sair de mãos abanando não é nada bom.

Agora falando do atual campeão, Lille, que comprou bem, mas vendeu muito bem. Dos quase 26 milhões de euros obtidos em vendas, os LOSC conseguiu 18 milhões vendendo Gervinho pro Arsenal – 12 milhões – e Rami pro Valencia – 6 milhões. Cabaye, outro titular na conquista da última Ligue 1 também foi vendido, só que por um valor abaixo dos outros dois citados. O Newcastle pagou 5 milhões por ele. O brasileiro Émerson não era titular, mas jogava com frequência, porém, foi vendido ao Benfica.

Joe "Incógnita" Cole

O grande negócio do Lille vem da Inglaterra. Joe Cole vem por empréstimo do Liverpool e tentará reencontrar seu bom futebol em terras francesas. Bom… esse foi o negócio mais barulhento, até por isso citei como “grande negócio”, mas não prevejo grandes acréscimos de Cole ao Lille, diferente de Payet e Pedretti. O primeiro veio do Saint Etienne e o LOSC investiu 9 milhões em seu futebol, enquanto o segundo veio do Auxerre por 1,5 milhões.

Payet pode não ser tão rápido e habilidoso como Gervinho, mas pode dar a precisão nos passes e nos chutes, que algumas vezes faltavam ao marfinense. Quanto a Pedretti, ele pode ser uma boa peça de cadência e experiência no meio campo do Lille.

O LOSC ainda gastou alguns trocados para trazer Basa do Lokomotiv Moscow, Rozehnal do Hamburgo e Rodelin do Nantes. Enyeama – o homem que parou Messi na Copa -, Bonnart e Jelen chegaram de graça nos atuais campeões franceses.

A maioria dos reforços são modestos em relação o PSG, mas são cirúrgicos e acrescentaram ao elenco do Lille. Deverá seguir na luta pelo troféu da Ligue 1.

Enquanto uns investem muito, outros pouco se mexem e preocupam seus torcedores. É o caso dos Olympiques Lyonnais e Marseille.

O Lyon gastou pouco mais de 4,5 milhões, mas não fez negócios impactantes. Bakary Koné veio do Guingamp e foi o investimento mais caro. O OL precisou pagar 2 milhões de euros ao clube da segundona francesa. O jovem Fofana e o rodado Mouhamadou Dabo completam a lista de chegadas no Lyon. Nada de outro mundo…

Já as saídas são outra história. O voluntarioso César Delgado não teve seu contrato renovado e foi pro futebol mexicano, enquanto Jérémy Toulalan e Miralem Pjanic acabaram aceitando propostas ousadas de clubes de outras ligas. Toulalan foi pro Málaga e Pjanic foi pra Roma. Dois novos ricos!

O Marseille lutou para trazer Alou Diarra

Já no Marseille, pelo menos houve uma negociação que fizesse um pouco de barulho. Por 5 milhões, Alou Diarra, capitão do Bordeaux, chegou no OM com a função de mandar na cabeça de área do time. Jérémy Morel e Amalfitano, vindo do Lorient, não deixam de ser bons reforços. Bracigliano vindo do Nancy e a dupla do Monaco, Nkolou e Traoré completam a lista de chegada no OM.

Todas as saídas do elenco do Marseille foram por fim de contrato, mas algumas irão deixar saudade, como Heinze, que mesmo não sendo um grande zagueiro, fazia o feijão com arroz na defesa do OM. Taye Taiwo foi outro a sair e deixará uma lacuna na lateral-esquerda. Edouard Cissé e o brasileiro Hilton eram boas opções para uma eventual ausência de um titular, hoje reforçam outras equipes.

Resumindo os Olympiques: o clima tenso que ronda as duas equipes desde a temporada passada é tão grande, que deu uma atrapalhada nas negociações de ambos. Poucas entradas, poucas saídas. Pouco dinheiro entrou, pouco dinheiro foi gasto.

Só pra constar, algumas equipes que pro seu atual nível, não economizaram: Toulouse e Saint Etienne.

Rivière é o novo centro-avante do Toulouse

TFC gastou 11 milhões de euros e o grande negócio vem do Saint Etienne. Emmanuel Rivière foi contratado por 6 milhões. Bom centro-avante, que pode tapar o buraco que Gignac deixou após ir pro Marseille. Bulut do Trabzonspor, Ninkov do Estrela Vermelha, Abdennour do Etoile du Sahel (Tunísia) e Riou do Auxerre completam as transferências do Toulouse.

Já o Saint Etienne gastou 13 milhões, mas não chegou a fazer nenhuma grande loucura. O investimento mais caro vem pro gol: o ótimo Stéphane Ruffier veio do Mônaco por 3 milhões. O rodado Sinama-Pongolle veio por empréstimo do Sporting e terá de ser o substituto de Rivière. O brasileiro Paulão, que fez bela Europa League 10/11, veio de graça do Braga. Mignot, Clément, Lemoine, Gradel, Kitambala e Nicolita completam a lista de reforços do ASSE.

Só pra constar, o Saint Etienne havia trazido Malbranque do Sunderland, mas ele encerrou sua carreira para cuidar de seu filho, que está com câncer.

Agora é esperar pra ver se as duas equipes voltaram a ser grandes ou se o investimento acabou sendo pouco…

BOLA DENTRO (CHEGADAS)

– Duas bolas dentro do Ajaccio: Ochoa e Ilan. Sobre o mexicano, nem há muito do que se falar. É um goleiraço. Já sobre o brasileiro, não o acho mal atacante e sua experiência no futebol francês e sua história de “resgates” – Ilan fez gols importantes, evitando o rebaixamento do West Ham há duas temporadas – pode acrescentar ao Ajaccio;

Hilton substituirá Spahic no MHSC

– O Montpellier trouxe o brasileiro Hilton, que estava sem contrato no Marseille. Bom zagueiro, chegará para substituir Spahic;

– Yannick Djaló decidiu trocar os pesados ares do Sporting pra se aventurar no Nice. Achei uma boa pros dois;

– Ainda no Nice, chegou Fabrice Abriel, ex-Marseille. Com tempo pra jogar, ele poderá render mais do que rendeu no OM;

– Pro lugar de Jelen, o Auxerre trouxe por 2 milhões, Jemâa. Atacante interessante, mas não deixa de ser uma aposta meio arriscada;

– O Bordeaux trouxe do Sochaux, Maurice-Belay. Jogador inteligente e costuma desfalcar pouco as suas equipes. Bom reforço pros Girondins;

– O Caen trouxe o experiente P.A. Frau. É bom atacante e o fator quilometragem pode ajudar a equipe na luta da parte debaixo da tabela;

– O promovido Évian fez três contratações de risco. Podem ser o maior sucesso, como o maior fracasso. Os experientes Govou, Leroy e Poulsen. Pra quem vai disputar lá embaixo, tá bom;

– O Lorient foi na liga suíça buscar o jovem Innocent Emeghara. Jogador veloz e habilidoso. Bom reforço;

– Já o Valenciennes trouxe Gil do Cruzeiro. Ele não é mal zagueiro, pode se dar bem na França;

BOLA DENTRO (SAÍDAS)

– O Montpellier até segurou por algum tempo o zagueiro Spahic, mas quando foi pra vender, pode não ter faturado tanto, mas não reforçou uma equipe da Ligue 1. Vendeu pro Sevilla;

– O Rennes deixou o contrato de Leroy se encerrar e nem renovou. Fez bem. Ele é bom jogador, mas já tem 36 anos. Dificil imaginar os rubro-negros faturando algo no futuro, caso renovassem seu contrato;

– O Bordeaux não renovou o contrato de Cavenaghi e ele foi pro River Plate. Desde que o argentino se transferiu pro Mallorca, ele ficou sem clima nos Girondins;

– Ainda no Bordeaux, continuando sua renovação, o brasileiro Fernando foi vendido pro Al Shabab. Bom pro clube que ganhou 6 milhões com a negociação e bom pro brasileiro, que vai ganhar uns cascalhos à mais;

– O Caen vendeu um de seus poucos destaques da última temporada: El Arabi. Vendeu pra fora da França e por um bom valor. O Al Hilal pagou 7,5 milhões pelo atacante. Vendeu bem o Caen;

BOLA FORA (CHEGADAS)

– O Nice trouxe o rodado Meriem, que honestamente, deve acrescentar pouco ao OGCN;

– O Rennes trouxe Pitroipa, que estava no Hamburgo. Jogador medíocre, só corre;

– O veterano Zebina trocou a Juventus pelo Brest. Preparem suas canelas!

BOLA FORA (SAÍDAS)

– O Nice não renovou o contrato de Ljuboja. Pode não ser um primor de atacante, mas fazia sua parte. Eu faria um esforço à mais para renovar seu contrato, mas agora já é tarde, porque ele foi pro Légia Varsóvia;

– Carlos Bocanegra entra na lista: “não é um primor de jogador, mas tem seu valor”. Mas o Saint Etienne não soube dar esse valor e vendeu ele pro Rangers por 460 mil euros. Poderia ter segurado!;

– Pior foi o Auxerre, que segurou por tempo demais os seus destaques, Jelen e Birsa. Ambos acabaram saindo de graça e o clube não ganhou nenhum centavo;

– O Bordeaux vendeu o brasileiro Wendel pro Al Ittihad por 1,5 milhões. Acho que ele tinha lenha pra queimar no Girondins, mesmo tendo feito uma temporada 10/11 ruim;

Até a próxima!

Quarta força… e caindo!

As derrotas se tornaram rotina para o Arsenal

Depois da Bundesliga e da Ligue 1, é a vez da Barclays Premier League se iniciar. Nesta temporada, o Campeonato Inglês tem um favorito disparado: o atual campeão nacional e vice-europeu, o Manchester United, além de times que almejam esse posto devido os grandes investimentos, como o novo rico, Manchester City e o sedento por títulos, Chelsea.

Mas a temporada 2011/12 pode culminar no declínio absoluto em algo de gosto duvidoso que é feito há anos por um dos mais tradicionais clubes do país: a política de contratar jovens valores feito pelo Arsenal.

É de conhecimento de todos que há algum tempo que os Gunners não fazem grandes investimentos nas janelas de transferências e decidem apostar mais em garotos. Claro que se investir em moleques há os prós e contras, mas a parte contrária parece pesar de forma esmagadora no clube londrino.

O Arsenal tem um longo histórico nos últimos anos de contratar garotos que se destacam na base de clubes e seleções de fora da Inglaterra, sempre mostrando que podem ter um futuro imenso. Mas quando chegam ao clube londrino, mostram exatamente o contrário: falto de preparo, nervosismo e afobação.

Adeus e até a próxima?

Mas como foi citado anteriormente, há os prós também. Cesc Fábregas e Samir Nasri estão no Arsenal desde jovens – Nasri ainda teve experiência no Marseille – e hoje são grandes pilares da equipes. Mesmo Cesc não me parecendo um líder como era Vieira ou Henry, é nítida a mudança de comportamento dos demais jogadores quando ele está em campo. Já Nasri é importante pois sempre joga e é regular.

Mas de que adianta ter os dois se não vem mais ninguém para ajudar?

De que adianta ter Fábregas e Nasri se quando van Persie não joga, a esperança de gols fica para Bendtner, mais uma aposta furada de Arsene Wenger?

De que adianta a dupla, se o lateral direito é Sagna, que acerta um cruzamento de vinte tentados?

Poderiamos ficar nisso o resto do dia…

Mas o fato é que esses negócios de gosto duvidoso vão derrubando o Arsenal. Nasri e Fábregas devem sair do clube e a responsabilidade, que já era grande, ficará ainda maior para cima dos garotos citados acima.

Menos mal que há Jack Wilshere, grande esperança do futebol inglês pro futuro.

Mas entrando de vez no tema central do post, lembro que após essa janela de transferências e o início da nova temporada, poderemos ter uma nova configuração de “forças do futebol inglês”.

Se formos olhar através dos últimos anos, colocaremos o Manchester United como principal força, graças aos títulos nacionais e as boas colocações obtidas em torneios Uefa. Logo em seguida, vem o Chelsea, que como foi citado antes, é sedento por títulos e para saciar essa sede, gasta dinheiro como se não houvesse amanhã. A terceira força deveria ser o Arsenal, mas eu não penso assim.

Já não é de hoje que os Gunners fazem boas temporadas, mas destoam em clássicos e jogos bobos, deixando a conquista do título como impossível. A gota d’água foi na temporada passada. O United começou a tropeçar em alguns jogos e o Arsenal tinha tudo para encostar, mas tropeçou mais que o rival e caiu demais na tabela. A derrocada foi tão vertiginosa, que os Gunners terão de disputar a fase prévia da Champions League, isso porque acabaram em quarto na última temporada do Campeonato Inglês, logo atrás de United, Chelsea e Manchester City.

Gervinho que se vire...

Temo pelo desempenho gunner nessa temporada. Apenas três reforços: Gervinho, Campbell e Oxlade-Chamberlain. Gosto demais do futebol do marfinense, mas não será ele que salvará a horta do Arsenal. Campbell tem feito barulho na Costa Rica, mas não é de hoje que os Gunners fracassam ao trazer jogadores daquela região do planeta. Já Chamberlain tem 17 anos e é uma promessa do futebol inglês, que jogava no Southampton. Os três negócios não animam em nada o torcedor do Arsenal…

Menos mal que o Arsenal se livrou do traste Clichy e o garoto Gibbs poderá mostrar para que veio no mundo futebolístico, mas volto a destacar a possível saída de Nasri e Fábregas. Se isso acontecer, o time “que necessitava só de amadurecimento e umas peças aqui e ali”, vai virar um time comum, com jogadores normais e um ou outro que se diferencia dos demais.

Pior ainda é ver que o posto de quarta força – que já não é algo agradável para um time 13 vezes campeão nacional – pode ser perdido.

Tottenham e Liverpool despontam como principais candidatos a essa simbólica vaga.

Os Spurs já tem uma base firmada há algumas temporadas, base essa que parece se enfraquecer através dos anos, mas não por saída de jogadores, pois a diretoria se mostra firme e não libera facilmente algumas peças, como Luka Modric, desejado pelo Chelsea. Esse enfraquecimento se deve as derrotas que sofrem e o modo como esses tropeços ocorrem.

Liverpool e o gatilho mais rápido da Inglaterra para acertar Suárez

Mas para este blogueiro, o principal time que pode tomar esse símbolo do Arsenal é o Liverpool. Na temporada passada, o time comandado por Kenny Dalglish se acertou durante a segunda metade da temporada e com o dinheiro da New England Sports Ventures, fez a contratação mais eficaz da última temporada na Inglaterra: Luís Suárez.

Se formos colocar em um contexto, poderiamos afirmar que o Ajax seria bombardeado de propostas por Suárez caso ele ficasse no clube holandês até este estágio do ano, mas os Reds foram mais espertos e o contrataram na metade da temporada 10/11. Agilidade que valeu à pena, pois o uruguaio foi muito bem naquele restinho de temporada.

Kenny Dalglish também tem seus méritos ao começar a usar mais garotos, que diferentemente do “esquema Arsenal”, são melhores aproveitados e tem a pressão aliviada. Jogadores como Martin Kelly e Jay Spearing mostraram na última temporada que tem bola para atuar entre os 11 titulares do Liverpool, sem sentir a pressão da enorme fila de títulos do clube.

Ah! Não podemos esquecer dos garotos que vieram de outros clubes, como Andy Carroll, que chegou na metade da última temporada, mas ainda não estorou, vide o grande investimento feito. Para essa temporada, chega um dos destaques do Sunderland, Jordan Henderson, de 22 anos.

O Liverpool se reforçou também trazendo o grande destaque do rebaixado Blackpool. Pode parecer redundante destacar isso como reforço, mas há de se confirmar que Charlie Adam se mostrou um jogador de grande qualidade vestindo a camisa dos Tangerines. Pode acrescentar demais ao elenco red e se tornar uma opção confiável caso demonstre no Liverpool o mesmo futebol que apresentou em seu tempo de Blackpool.

Os Reds se reforçaram bem e mantém o bom trabalho da temporada passada. É um bom modo e voltar a disputar a Champions League, que tem sido algo que não anda no cardápio de competições do clube.

Pelo jeito, Wenger terá de fazer mais consolos

E o Arsenal que se cuide. Poucos negócios feitos e esses “poucos” são de gosto duvidoso, pra não dizer ruins, com garotos que nunca estouram e fazem um jogo bom em nove, dez… Essas negociações duvidosas e a escassez de títulos faz com que destaques como Fábregas e Nasri migrem para outras ligas ou outras forças do país.

É crítica a situação! Se os reforços de peso não vierem, o Arsenal ficará naquela zona que fica entre o 6º e o 3º colocado. Pouco para um time que fica sempre almejando altos objetivos, mas nunca sai de sua zona de conforto.

Quem gosta disso é o Manchester City, que no seu plano de crescimento, desbanca um grande e ainda vai enfraquecendo esse rival.

Wenger precisa rever esse conceito dele de não gastar muito e só gastar com jovens jogadores. Claro, é de cada um o modo de dirigir o clube, mas isso não garante bom futebol, cancha, títulos e até torcida. Aliás, que garotinho vai querer torcer para um time que há anos não ganha nada?

Considerações finais sobre a Ligue 1

A Bundesliga se encerrou com o Borussia Dortmund campeão e com o Wolfsburg se salvando do descenso na última rodada. Na Inglaterra, o Manchester United era campeão inglês, o Arsenal iria pra fase prévia da Champions League, enquanto o campeão da Carling Cup, o Birmingham, era rebaixado. Na Espanha, o Barcelona garantia o título e o Málaga era salvo por Júlio Baptista. Na Itália, o Milan era campeão, Napoli e Udinese voltavam a Champions e a Sampdoria era rebaixada. Faltava mais um campeonato a se encerrar.

Não falta mais. Hoje tivemos a última rodada da Ligue 1. Faço abaixo as considerações finais sobre o torneio.

A torcida do Lille tirou a barriga da miséria com dois títulos (AFP)

– Título mais do que merecido pro Lille. O time do norte francês apresentou o melhor e mais vistoso futebol do torneio. Melhor ataque com 65 gols e segunda melhor defesa, com 34 gols sofridos. O trio Gervinho-Hazard-Sow foi o diferencial da equipe.

– Mas o título do Lille se tornou mais possível ainda devido aos tropeços tolos do Olympique de Marseille, que encerrou mal a temporada. Heinze já disse que vai embora. Talvez aconteçam mais mudanças.

– O Lyon não mereceu ir para a Champions League… muito menos o PSG. As duas equipes tropeçaram muito nas últimas rodadas. O OL somou 8 pontos dos últimos 15 e o Paris somou 4, ou seja, foi pra UCL o time que errou menos. Mas se fosse possível fazer uma ‘doação’ de vagas, doaria essa vaga da França pro Hannover na Alemanha.

Carlão ajudou o Sochaux nesta caminhada para a UEL. Ele renovou seu contrato até 2014

– O Sochaux jogará a Europa League muito por sua bela campanha no Stade Auguste Bonal. Dos 58 pontos conquistados pelo time do Franco Condado, 40 foram conquistados em seu estádio. Só Lille e Lyon conseguiram mais pontos como mandantes.

– O Rennes, que chegou a brigar pelo título, caiu demais e ficou fora até da Liga Europa. Isso graças a sua vertiginosa queda nas últimas rodadas. Depois que emendou cinco vitórias seguidas do jogo contra o PSG (1×0 em 05/02) até o 1×0 sobre o Montpellier (05/03), o Rennes jogou mais 12 partidas e venceu só uma. Foram pontos que fizeram muita falta, que caso fossem somados, poderiam deixar o time da Bretanha até com chances de título.

– O Bordeaux foi a grande decepção da temporada. Houve uma grande mexida no elenco e até no comando técnico. Tigana, que substituiu Blanc só estragou um time que já estava aos pedaços e foi demitido no fim da temporada. Brigas, trocas e péssimos negócios marcaram essa péssima temporada dos Girondins.

– Nessa listinha de decepções, entram também Auxerre, Toulouse e Saint-Etienne. O AJA foi a grande surpresa da última temporada, tendo chegado até na fase de grupos da Champions League, mas na atual temporada, chegaram até a figurar na zona de rebaixamento. Já as campanhas de TFC e ASSE começaram de forma empolgante, com os dois lá em cima, mas logo caíram e terminaram a Ligue 1 de forma irregular.

– O saco de pancadas do torneio foi o Arles Avignon, com ridículos 12 pontos e somente duas vitórias. Foram 21 gols marcados e 70 sofridos, pior ataque e pior defesa.

Derrota por 2x0 diante do Lyon, rebaixou o Monaco

– A nota triste do torneio fica por conta do rebaixamento do Monaco, 7 vezes campeão nacional. O time do principado precisava somente vencer o Lyon, mas perdeu por 2×0 e caiu pra Ligue 2. Foi simplesmente o desfecho de uma má organização que já dura anos. A campanha do Monaco foi muito irregular. Só pra tomar de exemplo, no mês de abril, os vermelhos e brancos somaram 9 pontos de 12 e chegaram a vencer o Lille, futuro campeão. Mas no mês de maio, foram somados 6 pontos em 15. Essa irregularidade pesou na queda.

– Só pra fechar: acho que na próxima temporada a mídia deveria dar mais espaço pra Ligue 1, que provou nesta temporada que pode sim ser tão boa quanto qualquer outra. Muito equilíbrio, – algo que muita gente diz pesar a favor do Brasileirão – primeiro na briga pelo título e depois de uma filtrada na luta, veio a briga contra o descenso. Na última rodada, tínhamos 9 times querendo escapar do descenso.

O outro ponto é de opinião minha: Prefiro ver os garotos do Lille jogarem do que o experiente time do Manchester. Não estou dizendo que um é melhor que o outro, só que prefiro ver Hazard-Gervinho-Sow do quê Rooney-Chicharito-Giggs. É só questão de gosto.