Quem leu o último post do blog Europa Football, sabe da minha aposta de quem decidiria a final pro Porto. Era exatamente uma dupla colombiana que atua no Dragão. Freddy Guarín e Radamel Falcão García.
Ambos fizeram uma Liga Europa muito boa, sendo decisivos e fazendo um excelente uso de suas virtudes.
Freddy Guarín é um bom marcador e que tem uma saída de jogo precisa. É forte fisicamente, rápido, entra na área e finaliza muito bem. O camisa 6 do Porto assumiu a titularidade da equipe no meio da temporada, e com méritos. Sempre era colocado no meio das partidas por André Villas-Boas e mostrava bom futebol. Sua técnica com a bola no pé mostravam que era muito justa sua titularidade.
Já Falcão é titular incontestável. É o famoso centro-avante moderno. Não é pesadão, mas é de área. É rápido, sabe se movimentar, sair de área e buscar a tabela. E o melhor de tudo, sabe botar a bola na rede. Antes da final, haviam sido 16 vezes que Falcão havia saído pro abraço na Europa League. Matador, o colombiano sabe transformar uma bola quadrada em gol.
Quem leu o post também sabe que segundo este que vos tecla, um dia ruim da zaga do Braga e tudo poderia ir para o espaço. A zaga bracarense não esteve num dia ruim, mas teve um momento ruim na partida que custou o título.
Mas também seguindo a lógica, era hoje que o Braga deveria sofrer um gol.
Antes do apito inicial de Carlos Verdasco Carballo, o Braga só havia sofrido 4 gols em 8 jogos. Matemática pura! Gol sofrido em jogo sim, jogo não. Os Arsenalistas sofreram dois do Benfica no jogo de ida das semifinais e seguraram o ataque dos Encarnados na volta, seguindo a lógica, deveriam ter tomado pelo menos um gol hoje.
Outra coisa que “previ”, foi que seria um jogo nervoso. Aliás, qualquer um poderia prever isso. Não é pra menos. O Braga encarava sua primeira decisão européia na história, enquanto o Porto, mesmo tendo um histórico grande nas competições Uefa, é um time que nos últimos anos tinha chego nos grandes jogos como “zebra”, “franco-atirador” e com outros apelidos do tipo. Hoje era diferente. O Porto era o favorito, tinha, em tese, a obrigação de no mínimo ser mais efetivo no ataque. E isso nem sempre é bom psicologicamente. Somando os dois fatores, o resultado foi um jogo nervoso.
Esse nervosismo estragou o jogo, que foi bem abaixo das expectativas. O primeiro tempo foi de um marasmo que só… Muitos toques de lado, muitas faltas, raras chances de gol, até a minha previsão se concluir.
Freddy Guarín pegou a bola na direita, brecou a passada e cruzou para Falcão García, que aproveitando o espaço deixado pela defesa do Braga, cabeceou pro gol. Os dois colombianos e a falha da zaga bracarense não só me davam fama de vidente, como deixavam uma histórinha para contarmos sobre a etapa inicial, que como eu disse acima, foi morninha…
O Braga, acostumado a segurar os resultados, teve de fazer algo que pouco precisou nessa Europa League: gols! E essa chance veio logo no comecinho da etapa final, quando Mossoró, com 40 segundos em campo, ficou cara-a-cara com Hélton e tremeu na base, perdendo um gol feito.
Depois que Mossoró perdeu aquele gol, ficava claro que não era o dia do Braga. O time não assustou mais Hélton, além do Porto desistir de atacar, deixando o jogo mais nervoso, do que jogado.
Por quanto mais que pese a não expulsão de Sapunaru, – com cartão amarelo, o defensor fez falta dura no meio campo e o árbitro deixou passar – o Braga não atacou. Não sei se no onze contra dez os bracarenses conseguiriam algo diferente, até porque a sensação que ficou era que se ao invés do Braga fosse um time mais forte, não sei se o Porto aguentaria. Eu cansei de dizer durante a semana: “o time do Braga é muito limitado”. Claro que teve méritos em chegar a final, mas se não fizesse o jogo dos sonhos contra o Porto, poderíamos dizer que o então título bracarense seria um acidente da natureza.
Pro Braga é bola pra frente, mas é preciso olhar com muito cuidado pro futuro. Domingos Paciência deve ir para Lisboa treinar o Sporting. O capitão Vandinho já disse que seu ciclo no Braga acabou, Sílvio confirmou que jogará no Atlético de Madrid e Artur deve se transferir pro Benfica. Fora outros jogadores que possam eventualmente receber propostas de outros times. Deve haver um desmanche no Braga e não custa lembrar: o Braga não é o Benfica, não é o Porto, não é o Sporting. O Braga é um time pequeno e talvéz não consiga se remontar.
Fica a interrogação no futuro do Braga.
Embora o jogo tenha sido ruim e o Porto não tenha jogo nem 50% do que pode, o título é merecido. Os Dragões apresentaram o melhor futebol da competição, com vitórias avassaladoras e convincentes, um futebol… atraente. Não chegou a ser bonito, mas era legal de ver, era certo que veríamos um time ofensivo e que não seria por falta de finalizações que não venceria o jogo.
Somente no jogo de hoje que faltou isso. O Porto tentou furar a barreira bracarense nos primeiros minutos, mas logo desistiu e passou a entrar no jogo do Braga. Pode-se dizer que o gol saiu por acaso, quando as equipes já iam em “ritmo de intervalo”.
Parabéns ao Porto e aos fanáticos filhos do Dragão! Vocês merecem mesmo, pelo belo time montado!