Tradição alemã de 54 anos

Desde o final da temporada 1957/58, uma coisa é tradição na Alemanha: o Schalke não será mais campeão alemão. O ano em que a Seleção Brasileira conquistava sua primeira Copa do Mundo também ficou marcado como o último ano em que os Azuis Reais conquistavam o Campeonato Alemão.

De lá pra cá, muitas decepções! A lembrança mais dolorosa de todas foi na temporada 2006/07, quando o Schalke, líder da Bundesliga, foi até Dortmund enfrentar seu maior rival, em jogo válido pela penúltima rodada da competição. Se os Azuis Reais vencessem o derby e a dupla Stuttgart e Werder Bremen, rivais na luta pelo título, perdessem, seriam campeões em cima dos maiores desafetos no futebol. Só que os vários torcedores do Schalke que promoveram uma invasão no Westafalenstadion viram seu time perder por 2×0 e posteriormente, perder o título, ganho na última rodada pelo Stuttgart.

Effenberg participou do lendário "4 minuten im mai"

Ah, não podemos esquecer da temporada 2000/01, quando a torcida do Schalke invadiu o gramado do Parkstadion ao término da vitória sobre o Unterhaching na última rodada da Bundesliga, isso sem a partida do Bayern se encerrar. Eles perdiam pro Hamburgo por 1×0. Resultado: no último minuto, Patrik Andersson fez o gol de empate e que dava o título ao time bávaro, selando assim, um dos maiores micos da história do futebol alemão. Aliás, pro Schalke, mico, pro Bayern, “4 Minuten im Mai”, uma história épica!

Na atual temporada, a história parecia que iria mudar. O Schalke trocou de técnico ainda no início da temporada. Ralf Rangnick decidiu sair, e Huub Stevens retornou – ele era o técnico em 2001 – ao cargo nos Azuis Reais. Tudo parecia ir muito bem! Stevens colocava praticamente o mesmo time de seu antecessor, porém, com uma grande virtude: ele sabia fazer as alterações corretas!

O Schalke vinha fazendo uma temporada impecável! Lutava pelo título alemão e estava muito bem na UEFA Europa League. Só que o “encanto” parece ter acabado.

Após contundente vitória sobre o Wolfsburg, os Azuis Reais bateram de frente com o problemático Bayern de Munich, porém, em um jogo que foram dominados durante 90 minutos, veio a derrota por 2×0. Normal? Nem tanto se lembrarmos que dias antes deste duelo, o Schalke penou para eliminar o Viktoria Plsen da UEL. Em que pese a garra tcheca, o time alemão teve o jogo em mãos, mas com uma soberba do tamanho de seu jejum de títulos da Bundesliga, cedeu o empate. Se não fosse o cansaço e os jogadores a menos – o Plsen teve um atleta expulso e um contundido quando já havia trocado três – do time adversário, dificilmente faria o resultado favorável no tempo extra.

A prova fatal de que não se tratavam de meros “jogos complicados”, veio neste fim de semana. O Schalke foi derrotado na Floresta Negra pelo Freiburg, então lanterna do Alemão, por 2×1. Os jornais alemães já classificam esse mau momento azul real como “crise”. Eu não chegaria a tanto, mas também não pegaria leve.

Stevens está perdido no comando do Schalke (Reuters)

Pra mim, este Schalke parou de “enganar”. Huub Stevens tem tomado decisões duvidosas durante sua passagem. Para alguns, essas eternas mexidas no time titular são normais, pra mim, demonstram a dúvida que ele tem em quem escalar. A começar pela zaga. Stevens não sabe quem é seu lateral-direito. Uchida ganha algumas oportunidades, mas quase sempre é queimado no intervalo. O capitão Höwedes, sabe-se lá porque, ganha várias oportunidades na posição, tendo jogado mal em 90% das vezes. Marco Höger, jogador que mais se deu bem na lateral, só joga lá quando Stevens precisa, porque só o coloca no meio campo.

Na defesa, faltam opções confiáveis. O mesmo Höwedes não joga na zaga, quando poderia ser muito útil por lá. Metzelder, que daria um toque de experiência ao time, vive contundido. Joel Matip é muito instável e Papadopoulos é mediano – é decisivo nas subidas ao ataque, mas gosta de abrir a caixa de ferramentas na defesa.

No meio-campo, Stevens usa o instável Matip na cabeça-de-área, porém, não tem idéia de quem ocupar nas demais posições. Holtby e Jurado podem jogar ao lado do camaronês, mas ambos são muito irregulares. Höger também joga lá, mas como foi dito acima, ele se dá melhor na lateral. Na faixa direita, joga Farfán. Mesmo eu achando que ele não joga tudo que se fala, o peruano é importante pro time azul real e cumpre bem sua função na faixa direita. Mas na esquerda? Quem joga? Draxler? Obasi?

No ataque é inquestionável, jogam Raúl – esse mais recuado, quase como um armador – e Huntelaar, mas para substituí-los, Stevens parece confiar mais no mediano – estou sendo bonzinho – Ciprian Marica do que no jovem Teemus Pukki, que nas oportunidades que recebeu, foi muito bem.

Nesse tapinha de pé direito, Ribéry fez um dos gols do Bayern (Reuters)

Vamos falar a verdade: Huub Stevens não faz essas mexidas achando que a rodagem no elenco faz bem, ele simplesmente não tem idéia de quem jogar! São essas dúvidas que vão minando o Schalke da luta pelo título. Os Azuis Reais só venceram o Gladbach dos três times que estão acima, mesmo assim, no 2º turno tomou uma porrada dos Potros. O Schalke perdeu as duas partidas pro Bayern e saiu derrotado do Signal Iduna Park no duelo contra o Dortmund.

Ao que pese o reajuste do Freiburg com Christian Streich – o time tem mais conjunto sem Cissé -, a partida do sábado parece ter selado o destino do Schalke na Bundesliga. 11 pontos atrás do líder Dortmund, com problemas pra vencer jogos grandes e com um técnico que não tem idéia do que está fazendo, os Azuis Reais passam a se preocupar com a manutenção da vaga na Champions League!

TÓPICOS DA RODADA

>O Borussia Dortmund bateu o Mainz por 2×1 e disparou na liderança, com 7 pontos de vantagem pro Bayern. Foi a oitava vitória seguida do BVB, feito inédito na história do clube na Bundesliga;

>O Bayern perdeu mais uma, 2×0 diante do Leverkusen. Robin Dutt, outrora chamado por mim de medroso, foi muito corajoso neste duelo, ao deslocar Castro para a lateral-direita e jogar com dois centro-avantes na etapa final;

>Müller, que já havia discutido com Holger Badstuber nos vestiários, após o duelo contra o Basel na Champions League, bateu boca com Jêrome Boateng no meio da primeira etapa no jogo de ontem;

>Essa foi mais uma prova de que é hipocrisia jogar a culpa do mau momento bávaro na ausência de Schweinsteiger. O Bayern jogou novembro e dezembro sem ele e foi muito bem. Não custa reforçar que Schweini voltou jogando mal. Foram poucos jogos, é verdade, mas estava em péssima forma técnica. Esse time do Bayern é rachado! Já era desde os tempos de van Gaal e agora com esta má fase, só ficou mais escancarado ainda;

>O Hamburgo pegou uma síndrome contrária a do rival regional, Werder Bremen. Os Verdes são leões em casa e gatinhos mansos fora. O HSV é o inverso e reforçou isto nesta rodada. Derrota por 4×0 diante do Stuttgart e já são cinco jogos sem vencer em casa. O Hamburgo sofreu 14 gols em 5 jogos jogando na Nordbank-Arena;

>Em compensação, o HSV não perde fora desde setembro;

>Segundo jogo seguido sem Herrmann, segundo tropeço. Incrível como o Gladbach sente falta dele! Os Potros ficam sem velocidade alguma. A derrota foi diante do Nüremberg;

>Pobre é Lucien Favre, que além de ter pouquíssimas opções no banco, ainda vê Reus, Arango e Hanke atuando de forma ridícula;

>O Kaiserslautern ficou no 0x0 com o Wolfsburg e chegou ao 14º jogo sem vitórias! O time ocupa a lanterna e Marco Kurz começa a ter seu emprego ameaçado;

Kagawa volta a brilhar!

O Borussia Dortmund teve uma atuação de gala diante do Hamburgo. O 5×1 não foi só mérito de uma grande atuação coletiva do time aurinegro, mas também da partida quase perfeita do japonês Shinji Kagawa.

No muito bem dividido 4-2-3-1, Kagawa conseguiu flutuar pelo campo com tranquilidade. Coisa rara de se ver em qualquer jogador que atue em um time que adote o esquema citado anteriormente. Claro que a organização do time de Jurgen Klopp e o entrosamento do japonês com Grosskreutz ajudou, mas as confusas duplas de volantes do Hamburgo – foram duas duplas nos 90 minutos – ajudaram bastante…

No confronto do último domingo, tanto Hamburgo, quanto Dortmund, atuaram no 4-2-3-1

O japonês já teve boas atuações nesta temporada. A maioria, abaixo das séries de dribles, passes e finalizações vistas na primeira metade da vitoriosa temporada passada. Mas neste domingo, Kagawa conseguiu mostrar seu verdadeiro futebol. Foi a melhor atuação do japonês na atual temporada. Os defensores do Hamburgo ainda devem estar procurando o camisa 23 do Dortmund.

Mas voltando a falar das táticas: o time aurinegro entrou em campo no 4-2-3-1, que sem a bola virava um 4-4-2, com Kagawa ajudando Lewandowski na marcação da saída de bola. O polonês marcava o lado esquerdo, enquanto o japonês cuidava do lado direito.

Defensivamente, os laterais do Borussia Dortmund se comportaram bem. Tanto Piszczek quanto Schmelzer subiram pouco pro ataque e se preocuparam mais em guardar posição. Mas o que tornou o lado do lateral polonês como fonte de ataques do Hamburgo foi a falta de apoio defensivo. Na esquerda, Grosskreutz sempre acompanhava Diekmeier e não deixava Schmelzer no mano-a-mano. No lado oposto, Kuba seguia Aogo até a intermediária e por lá ficava, deixando seu compatriota, Piszczek, de mãos atadas.

 No mais, nenhum problema defensivo.

Ofensivamente, a movimentação foi a palavra chave do Dortmund. Kuba era o mais fixo – se somarmos isso com a pouca presença defensiva, diriamos que a atuação do polonês foi ruim, mas passou longe disso – no lado direito, sempre aproveitando o espaço que havia entre Dennis Aogo e Heikko Westermann. Kagawa jogava centralizado e buscava a aproximação no centro-avante Lewandowski. O japonês sempre caia pela faixa esquerda do campo. Isso geralmente acontecia quando Kevin Grosskreutz vinha pra dentro, abrindo um corredor em seu lado. Nunca sobrava um espaço do campo sem alguém de amarelo!

Robert Lewandowski foi o único centro-avante, porém, não estava isolado. Os meias sempre encostavam e o polonês não ficava fixo na área.

Muitas vezes, Kagawa agia como segundo atacante, atuando ao lado de Lewandowski

Se sobrou movimentação no meio campo do Borussia, faltou no do Hamburgo!

A começar pelo erro do técnico Thorsten Fink, que colocou Tesche como meia armador. O camisa 13 é volante e criou muito pouco na nova função. Não à toa, Fink teve de reposicioná-lo após o intervalo – coisa que veremos mais tarde.

Na defesa, muito espaçamento, mas muita lentidão. Bruma e Westermann, dupla de zaga, até que estavam atuando próximos um do outro, mas Aogo e Diekmeier ficavam muito abertos e distantes dos demais defensores. A saída de bola ficava restrita aos volantes Kacar e Rincón, mas ambos abusaram dos erros de passe. A marcação do Dortmund era avançada, mas não era muito forte. Mas como a saída de bola do HSV era obrigatoriamente dos volantes, ficou fácil marcá-la.

Os meias também pouco fizeram pra auxiliar. Jansen e Lam não chegaram perto do meio campo e seus toques na bola só aconteciam quando recebiam no pé, e não quando buscavam jogo. Tesche estava perdido na função de armador.

Somada a essa desorganização e falta de conjunto, o resultado era único: Isolamento do centro avante Guerrero.

Erros de passe e desorganização resumem o primeiro tempo do time de Thorsten Fink.

Com laterais distantes dos zagueiros, o Hamburgo teve dificuldades pra sair jogando com os volantes

No primeiro tempo, foi visto um domínio total do Borussia Dortmund. O time de Jurgen Klopp estava melhor distribuído em campo, os jogadores trocavam de posicionamento com sincronia e a marcação exercida na saída de bola do – desorganizado e lento – Hamburgo determinou o 2×0 no marcador.

No primeiro gol, Kagawa tirou um coelho da cartola, ao puxar a bola e trazer a marcação pra si. Sem muito equilíbrio, saiu o passe para o livre Grosskreutz marcar. Mais tarde, Lewandowski deu uma caneta desmoralizante em Westermann, passou fácil por Aogo e deu um tapinha charmoso por cima de Drobný. Foi 2×0, mas poderia ter sido mais.

Veja como se distribuíram em campo as duas equipes

Na etapa final, o Hamburgo voltou com uma mudança: Kacar, talvez o pior em campo, deu lugar a Mladen Petric. Tesche foi recuado para a cabeça de área. A mexida era necessária, mas o Hamburgo já estava muito atrás e precisava sair pro jogo, dando campo pro Dortmund fazer o que mais gosta, contra-atacar.

Mas voltando a falar sobre o Hamburgo, a alteração surtiu pouco efeito. A grande mudança foi da maior presença de Guerrero, que não estava mais tão isolado, mas o problema foi que Petric tocou pouco na bola. Jansen seguiu dormindo, Lam ficou preso na direita e os laterais deixaram os zagueiros e volantes sozinhos com os atacantes aurinegros várias vezes.

A saída de bola já não era problema. Kacar não tinha mais de organiza-la e o Dortmund já jogava mais recuado.

Jacob Sala chegou a entrar mais tarde no lugar de Jansen – invertendo com Lam e indo jogar na direita – mas já era tarde…

Lam e Jansen acabaram tendo atuação pra lá de fraca. Ambos se movimentara pouco

Já o Borussia Dortmund não mexeu nas peças, e sim na postura. O BVB é reconhecidamente um time de forte contra-ataque. Os jovens aurinegros não só são velozes, mas também se posicionam bem e correm agrupados, ou seja, nos contra-golpes, encurralam o adversário. Até por isso, o time de Jurgen Klopp jogou mais recuado no segundo tempo, não apertou tanto na saída de bola, tratou apenas de esperar o erro do Hamburgo – sem forçar – para contra-atacar e matar o jogo.

As mudanças que Klopp viria fazer mais tarde, foram simplesmente para dar ritmo a alguns jogadores.

Mas retornando aos contra-ataques, o terceiro gol aurinegro saiu de um contra-ataque armado por Grosskreutz e Kagawa, concluído por Kuba. O mesmo meia polonês viria a marcar mais um, dessa vez de pênalti. Lewandowski fechou a conta. Antes que me esqueça, Guerrero marcou pro Hamburgo. Não mereçeram, mas marcaram.

Com essa vitória, o tabú de seis anos sem vencer o Hamburgo na Nordbank Arena foi quebrado pelo Dortmund. O destalhe é que em 2006, na histórica vitória por 4×2, um polonês teve grande atuação, Smolarek – atacante que surgiu muito bem no Feyenoord e hoje está perdido no Al Khor do Qatar – que fez um gol e participou dos outros três. Na vitória deste domingo, Lewandowski e Kuba, dois conterrâneos de Smolarek foram decisivos, anotando dois gols cada.

Eu estava assistindo a partida e só caiu a minha ficha quando a partida já estava praticamente decidida: Götze não jogou! O #11 do Dortmund estava contundido e não participou da lavada na Nordbank Arena.

Se foi isso que proporcionou grande atuação de Kagawa, eu não sei, mas o japonês teve sua melhor atuação na temporada e deixa o torcedor do Dortmund com a esperança de ver seu time erguer a Salva de Prata pelo segundo ano seguido.

Desesperado, o Hamburgo deu campo pro Dortmund

Pássaro novo na Renânia do Norte-Vestfália

Não! Não é um post ecológico que vai defender o habitat natural de aves da região alemã. Por incrível que pareça, falo de futebol.

É que recentemente, migrou para a cidade de Leverkusen um tal de pardal. Dizem que ele é professor e que descolou um emprego de treinador do time da região que disputa a primeira divisão da Bundesliga.

É, pard... ops, Dutt! (Reuters)

Antes de me esquecer, chamam esse pardal de Robin Dutt!

Já faz algumas rodadas que fiquei com essa impressão do pobre cidadão, mas antes de acusá-lo injustamente, decidi ter calma, pois ele quase levou o Freiburg para a Europa League na última temporada, era início de trabalho no Leverkusen e se ele fez um time como o Freiburg, com poucos investimentos e jogadores bem limitados, quase ir para a Europa League, por que ele não conseguiria com um time de maior investimento e de jogadores renomados como o Leverkusen?

Não acusei nada, não quis me precipitar, mas acho que este é o momento certo para botar a boca no trombone: Robin Dutt é sim um professor pardal!

A prova final veio hoje. O Leverkusen vencia o Hamburgo na BayArena por 2×0 e cedeu o empate ao HSV. Se eu pudesse escolher um único culpado, seria Dutt.

Na primeira etapa, o Leverkusen estava armado num interessante 4-3-3, com Rolfes jogando centralizado, protegendo a defesa e com a dupla Bender e Ballack saindo pro jogo. Mais na frente, Sam e Schürrle jogavam abertos, com Stefan Kiessling na referência. Esse esquema deu certo. Até sair o primeiro gol, o Leverkusen não deixou o Hamburgo jogar. Depois que o primeiro zero saiu do marcador, a deficiência do adversário permitiu um domínio maior dos Aspirinas.

A saída de bola do Hamburgo era muito lenta e feita somente de toques de lado. O time não avançava com a pelota! O Leverkusen nem fazia força pra roubá-la, pois sabia que uma hora ou outra, o HSV erraria um passe. O segundo gol, marcado por Lars Bender foi de total merecimento, não só pro Leverkusen como pro jogador. O irmão de Sven – jogador do Dortmund – era o condutor do time. Fez sua parte na defesa e controlava o ritmo ofensivo da equipe. Foi o melhor em campo na etapa inicial.

O gol que o Leverkusen sofreu no final da primeira etapa foi só uma repetição de jogos passados: bola na área, surge alguém livre e manda pras redes. Esse “alguém” no caso foi o zagueiro Heikko Westemann.

Não era pro Leverkusen sofrer tanto por um gol bobo… mas sofreu demais e agradeceu aos céus quando ouviu o último apito de Knut Kircher.

Era só botar a cabeça no lugar e voltar pra etapa final… assim como era pro Leverkusen seguir tranquilo após o gol sofrido…

Se vira, Reinartz (Reuters)

Robin Dutt resolveu agir e tirou de campo Sidney Sam para colocar Reinartz. Pra quem não acompanha a Bundesliga, Sam é meia/atacante, enquanto Reinartz é zagueiro, mas sabe Deus porque, Dutt o colocou como volante. Deu tudo errado! Ele mexeu na estrutura do meio campo e o time morreu.

Rolfes passou a jogar atrás de uma linha de quatro formada por Schürrle, Reinartz, Ballack e Bender, pelo menos eu acho que era isso, pois o time de desestruturou. Um negócio escroto e sem noção que o nobre pardal armou. Dutt acabou com seu meio campo, viu o Hamburgo pressionar e empatar, com Jansen.

Dutt percebeu a besteira que havia feito e tirou de campo Rolfes e colocou Derdyiok. O esquema ficou semelhante ao original, mas o atacante suíço não tem a agilidade de Sam – que estava muito mal na partida, diga-se de passagem – e por isso tornava o esquema apenas “semelhante”.

A grande mudança que esse esquema causou foi no surgimento de Castro. Reconhecidamente um lateral ofensivo, o camisa 27 ficou muito preso, porque Reinartz “inteliJentemente” subia junto com ele e ficava um enorme buraco na direita. Até que chegou o momento que Castro se tocou que era pra ficar atrás… Quando Derdyiok entrou e Reinartz virou o primeiro volante, Gonzalo Castro pôde avançar com mais tranquilidade.

"Eu mal tenho condições de jogar, vou ter mesmo de decidir..." Deve ter pensado o mascarado Ballack

Nada disso adiantou pra tirar o 2×2 do placar.

Dediquem esse marcador a Robin Dutt, que destruiu o time do Leverkusen. Tinha uma equipe muito bem armada na primeira etapa, desarrumou, sabe-se lá porque tirou Bender da faixa central e abriu na esquerda, colocou um zagueiro de volante, prendeu seus dois laterais – que tem boas qualidades ofensivas – e fica achando que Ballack, jogando o que está jogando, será a solução de seus problemas. Pobre coitado…

…e o Hamburgo!

Já vejo evoluções no time. Claro que táticamente fica difícil notar alguma grande mudança nesse início de trabalho de Thornsten Fink, mas a grande dessarrumação vista anteriormente sumiu. Os laterais sobem alternadamente, Marcell Jansen já vem entendendo o que significa jogar no meio campo e parou de ficar sempre esperando que alguém de trás venha salvar sua vida, percebendo que ele é que tem de salvar a vida de quem está à sua frente.

Também está nítido que a posição de Gokhän Töre é mesmo aberto na direita. Antes do início da temporada, falei que a técnica deste garoto me chamou a atenção e centralizado ele não conseguia mostrar o que tinha de melhor. Pelo flanco direito, Töre consegue criar jogadas mais agudas, vide o lance do segundo gol do Hamburgo, onde ele veio por dentro e deu belo passe por elevação para Jansen, que concluiu para as redes.

…e a arbitragem!

Está uma lástima nesta rodada! Na sexta, o senhor Guido Wilkmann deu um pênalti absurdo em Nicolai Müller do Mainz e estragou o jogo. Na ocasião, o time da Renânia Palatinado virou o jogo e deixou o time do Stuttgart nervoso em campo. O Mainz venceu por 3×1.

Em outro jogo da rodada que vi – que por acaso foi o supracitado Leverkusen x HSV -, o árbitro Knut Kircher anulou um gol muito esquisito do Hamburgo, onde não ficou claro se ele assinalou toque de mão de Jansen – que não houve – ou falta de Guerrero em Friedrich – não vi falta no lance. Mais tarde, ele deixou de marcar um pênalti de Töre em Bender. Em outras palavras, prejudicou os dois times.

Não vi os outros jogos – exceto Dortmund x Wolfsburg, onde nada de anormal aconteceu – pra saber se aconteceram irregularidades, apenas pênaltis em Bremen x Colônia e Nüremberg x Freiburg. QUERO IBAGENS!