Azulou

Apesar de nunca ter tido a oportunidade de assistir a um jogo do Borussia Dortmund, Frantz era fanático pelo time. Ele tinha as mais variadas camisas, conhecia todo elenco, a altura, o peso, a família, as namoradas e o restante da ficha técnica e pessoal de cada atleta que vestia o manto aurinegro.

Fanatismo? Nem tanto. Frantz gostava de ver o Borussia Dortmund vencer o Bayern e, principalmente, o Schalke. Ainda assim, não alimentava nenhum tipo de sentimento ruim pelos dois times, o que importava era o BvB e nada mais.

Ricken marcou em uma final de UCL em apenas 16 segundos(Getty Images)

Ricken marcou em uma final de UCL em apenas 16 segundos
(Getty Images)

O que era sempre uma época pra lá de especial para diversos torcedores, se tornou uma espécie de “passagem depressiva” para Frantz. A UEFA Champions League nunca foi um torneio que enchesse seus olhos. Nada em relação com a qualidade técnica dos times, com a ganância dos torcedores ou a organização da competição, mas sim pela ausência do Borussia Dortmund.

Por ser jovem, Frantz nunca viu, pelo menos com alguma atenção, seu time em uma Liga dos Campeões, muito menos pôde comemorar o antológico gol de Lars Ricken em 1997, que decidiu o torneio a favor do Dortmund, com apenas 16 segundos em campo.

Era um drama pessoal de Frantz, nem por isso ele deixava de festejar os bons resultados de times alemães, afinal, para ele, com os rivais conquistando feitos satisfatórios em torneios internacionais, significaria que eles estavam se fortalecendo e que isso obrigaria, de algum jeito, o Dortmund a se reforçar também. Posteriormente, o Campeonato Alemão também ficaria com muita força. Mas era indiferente para ele, ganhando a Liga dos Campeões ou não, a imagem do campeão mudaria pouco.

2011 foi o ano em que essa visão de Frantz mudou.

A Bundesliga começava a crescer, não só economicamente, mas tecnicamente também. Jovens jogadores começavam a despontar e a visão de “cintura dura” que assolava o futebol do país estava sumindo, principalmente porque essa nova geração não encontrou dificuldades em se adaptar com o mais antigos.

Por consequência, Frantz via os avanços dos times alemães na Champions League como a ocasião exata para a afirmação do novo momento vivido pelo futebol do país. Para isso, precisou fazer algo arriscado e impensado: criar relação com os rivais.

Para dar sequência a história, retornamos a 2010, quando o Bayern voltou a uma decisão de Liga dos Campeões após quase dez anos. Frantz queria ver o time bávaro campeão, mesmo que seus amigos borussianos torcessem contra. Era o momento de confirmação e a hora certa de mostrar para que a Alemanha viria nos próximos anos.

Apesar da força dada a dupla Robbery e companhia, não adiantou. José Mourinho copou mais uma e a Inter deixou o Santiago Bernabéu com o caneco em mãos.

No ano seguinte, bávaros e nerazzurris se reencontraram pela UEFA Champions League, desta vez, em partida válida pela fase de oitavas-de-final. Na ida, em Milão, o Bayern viu Thomas Kraft brilhar e salvar o time na vitória por 1×0. Estava ali o substituto de Oliver Kahn (só que não)!

Na volta, o Bayern tinha a faca e o queijo na mão. A Allianz Arena estaria toda a seu favor, o time bávaro era melhor – apesar de estar de frente com o atual campeão europeu, “só” desfalcado de José Mourinho – e tinha a vantagem no marcador. Frantz se preparou para o duelo como se fosse o Dortmund que estivesse em campo. Assistiu ao pré-jogo – coisa que não fazia quando o assunto era “times rivais” – preparou uma pipoquinha saborosa, tirou os refrigerantes da geladeira e se apossou do sofá na hora da partida.

O ritual, tão rotineiro em partidas que envolviam o Borussia Dortmund, futuro campeão nacional naquela temporada, não deu certo. O Bayern lutou, criou chances e até fez um gol, mas a defesa, segundo ele, “parecia uma garota desesperada de solidão em uma festa e dava bola para qualquer um que passava a sua frente”. Os bávaros pararam na Inter… de novo!

Mas sua esperança não havia acabado. O time italiano bateria de frente com o Schalke 04, grande rival do Vale do Ruhr. Só que havia um impasse: torcer pelo Bayern, time que, por tantas e tantas vezes, ferrou o Schalke, era uma coisa, até uma espécie de gratidão ou solidariedade aos bávaros, mas querer que os Azuis Reais ganhassem um jogo desse tamanho e representatividade era outra história.

Seus amigos nem hesitaram: eram Inter desde bambini! Joseph, seu melhor amigo, até comprou uma camisa da Inter, branca, é claro, não havia chance de vestir uma camisa azul, apesar das listras pretas. Mas Frantz seguia em dúvida de qual caminho seguir. Seus demais amigos, motivados pela nobre arte da secação, compraram ingressos, sabe-se lá como, para o jogo de volta no setor reservado aos torcedores italianos. Era uma enorme tentação!

Poucos sabiam que Frantz era um cara um tanto quanto rancoroso. Jovenzinho, caiu aos prantos ao ver Fábio Grosso e Alessandro Del Piero marcarem para a Itália contra a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2006. O jogo foi em Dortmund, o que lhe deixou mais triste ainda. Ver o show de Bastian Schweinsteiger na disputa do terceiro lugar contra Portugal não serviu nem de consolação para Frantz.

As duas derrotas do Bayern para a Inter fez renascer aquela angústia no peito do rapaz que sentia que seria capaz de tudo para ver os italianos, pelo menos uma vez, com uma tristeza causada pelo futebol alemão, nem que fosse torcer pro Schalke. E essa foi sua decisão, querer a inédita classificação do rival para a semifinal. Seus amigos, logicamente, não entenderam. Alguns deles até evitaram o contato nos dias que antecediam ao duelo, queriam evitar um bate-boca sem motivo – como é toda discussão futebolística, convenhamos.

Chegou o dia!

5 de abril, uma terça-feira ensolarada, propícia para adotar o ritual banhado de pipocas e refrigerantes seguido por Frantz. Seus amigos se reuniram na casa de Joseph para assistir ao jogo e secar o rival. O nosso intrépido personagem foi excluído da reunião e preferiu manter sua tradição em sua própria casa.

Frantz nem havia se ajeitado na poltrona e um gol já havia acontecido. Da forma como ele ocorreu, não dava para esperar muita coisa para o time alemão. O argentino Esteban Cambiasso lançou o compatriota Diego Milito em profundidade. Manuel Neuer, como um legítimo líbero, se antecipou e de cabeça afastou o perigo… só que não! Do meio campo, Stanković acertou um chute antológico, coisa rara mesmo, 1×0 para a Inter.

“Já vi esse filme e não gostei”, reclamou Frantz.

Só que houve um engano. O que ele não sabia era que muitos diretores de filmes mudam completamente o roteiro da “parte dois” para chamar um pouco de atenção. Foi mais ou menos isso que aconteceu.

O Schalke balançou as redes do Giuseppe Meazza cinco vezes(Getty Images)

O Schalke balançou as redes do Giuseppe Meazza cinco vezes
(Getty Images)

Menos de quinze minutos depois, veio à resposta com Matip, aproveitando um rebote de Júlio César. Quem diria que o camaronês deixaria Frantz alegre por marcar um gol? Ele sempre ria das presepadas de Matip, mas nunca imaginou vibrar com seu tento. Vibrou tanto que deu um soco na almofada que carregava consigo, mandando o sempre bem vindo “chupa” para o time italiano.

Frantz parecia prever o gol da Inter somente quando o holandês Sneijder pegou na bola aos 32 minutos. Visualizou fixamente a TV e parecia dizer com os olhos: “ele tá livre, ele tá livre!”. E ele estava mesmo livre, tão sozinho que botou a bola na cabeça de Cambiasso. No instante em que a bola chegava ao argentino, Frantz explodiu. Saltou da poltrona e mandou um sonoro “OLHA O MEIO!” e viu o Schalke voltar para trás do marcador com Milito.

“Torcer para time ruim dá nisso”, dizia Frantz.

Na parte derradeira da etapa inicial, quando viu Baumjohann correndo sozinho, Frantz parecia pronto para receber o passe. Ele avançou pela sala, driblou o tapete e ficou de frente para TV, na posição exata para mandar a bola pra dentro e correr pro abraço. Lógico que não era Frantz no lance, mas sim Edu. Quando o brasileiro teve o controle da bola, nosso amigo já simulava a finalização. Ao ver o rebote de Júlio César, praticamente implorou para que saísse o chute de Edu e saiu pulando como um garoto ao ver o gol de empate. Para completar, deu um soco tão forte na parede que quase quebrou seus dedos.

Não era um dia normal naquela vizinhança. Frantz, o borussiano, vibrando com o Schalke? Não era possível! O pior… Ou melhor, depende do ponto de vista, ainda estava por vir na etapa final.

Com menos de dez minutos, Raul recebeu um belo passe de Farfán – passe que fez Frantz soltar um sonoro “nooooosa” – e fez o terceiro do Schalke. Acreditem, Frantz estava contido pelo que ainda viria.

No lance seguinte, o espanhol Jurado escapou livre pela direita e o nosso personagem já estava de pé, efusivo, gritando: “Ah, meu Deus! Vai acontecer de novo”. Aconteceu e ainda houve uma mãozinha de Ranocchia, que cortou mal e fez contra.

Parecia uma garota desesperada de solidão em uma festa e dava bola para qualquer um que passava a sua frente” diria um conhecido de Frantz para descrever a defesa interista (risos).

Não era possível imaginar a cara de parede de seus amigos. Aqueles que, por tantas vezes dividiam as alegrias e tristezas borussianas, agora se viam divididos. Um pulava de alegria como uma criança sabendo que ganhará um sorvete, os outros estavam preocupados com a possibilidade de outro time da região conquistar a Europa.

No gol anotado por Edu, o quinto na partida, Frantz saiu correndo por sua casa, rindo como nunca. Quem o conhecia, saberia que essas risadas eram pela desgraça alheia, a desgraça interista, quem não sabia direito quem era, poderia imaginar que ali estava um fanático azul real.

Soado o último apito, Frantz se recompôs rapidamente, mostrou uma expressão mais séria e respeitosa e desligou a televisão. Embora sua aparência não demonstrasse isso, aquela goleada significou a limpeza da alma. As lágrimas e lamentações que marcaram sua vida em 2006, foram transferidas para a Itália, em uma abrangência menor, é claro, mas com efeito tão destruidor e que satisfazia todas as necessidades psicológicas de Frantz.

Constrangidos, ele e seus amigos não conversaram mais sobre o Schalke, somente quando este era adversário do Borussia Dortmund. Até mesmo os ingressos comprados para o confronto de volta – vitória alemã por 2×1 – não foram utilizados.

O Schalke não conseguiu repetir o feito do rival e parou na semifinal, perdendo para o Manchester United, mas não pôde dizer que não marcou história. Não só isso, marcou a vida de muitos torcedores do time espalhados pelo mundo inteiro e até mesmo lavou a alma de um borussiano. Quem diria?

Obs: Hoje, Frantz é um contente torcedor do Borussia Dortmund e nunca mais precisou recorrer da torcida azul real (risos);

Dia 7 está aí! Faça sua escolha!

Diriam os mais ufanistas que no domingo, 7 de outubro, será realizada a “festa da democracia”. Outros já diriam que é uma chata obrigação, que atormenta a cada dois anos. O povo vai às urnas, pressionará uma meia dúzia de botões e escolherá quem irá representá-lo na prefeitura nos próximos quatro anos. Enquanto isso, na Europa, outro tipo de eleição, que não é obrigatória, mas que pelo menos não incomoda ninguém, irá acontecer.

Essa eleição não envolve compra de votos, placas de vereadores, adesivos de prefeito e muito menos, carros de som com grudentas músicas de candidatos. Para falar a verdade, não existem perdedores nessa eleição, somente vencedores, que somos nós, admiradores do bom futebol e dos grandes clássicos do velho continente.

Poucas vezes teremos a oportunidade de ver tantas rivalidades sendo afloradas no mesmo dia e nós teremos a condição de escolher qual assistir. Dependendo dos recursos que você tiver em mãos – televisão, computador, tablet, celular -, poderá acompanhar mais de um ao mesmo tempo. Mas se você é da moda antiga e gosta de assistir apenas uma partida, confira nos parágrafos abaixo, motivos para escolher pelo menos um dos clássicos que teremos no próximo dia 7 de outubro:

Novo embate: Messi x Cristiano Ronaldo

A Espanha vai parar para acompanhar o primeiro grande jogo entre Real Madrid e Barcelona no Campeonato Espanhol – lembrando que as duas equipes já se enfrentaram pela Supercopa. Mesmo levando em conta que “clássico é clássico e vice-versa”, podemos afirmar que o time catalão é favorito neste duelo.

Com seis vitórias nos primeiros seis jogos da temporada, o Barcelona tem o melhor ataque do Campeonato Espanhol com 17 gols. Embora tenha 100% de aproveitamento, o time de Tito Vilanova passou sufoco nas partidas contra Osasuna, Valencia, Granada e Sevilla na liga. Além disso, as atuações blaugranas na UEFA Champions League não foram das melhores, com uma vitória de virada diante do Spartak Moscou e outro triunfo, esse por 2×0, diante do Benfica.

Vilanova tem alguns problemas para a partida de domingo. Primeiro no meio-campo, com o brasileiro naturalizado espanhol, Thiago Alcântara, que lesionou o joelho e deverá ficar um bom tempo fora de combate. Já o outro problema está na defesa, onde Puyol e Piqué estão contundidos, fazendo com que a zaga seja formada por Mascherano e Song, dois volantes. Porém, esses problemas são totalmente contornáveis se compararmos com os que andam acontecendo nos lados de Madrid.

Depois da “tristeza” de Cristiano Ronaldo e da indefinição do futuro de Kaká, eis que surge a notícia de que, na partida contra o La Coruña, o defensor Sérgio Ramos jogou com a camisa 10, de Özil, debaixo do seu uniforme para dar apoio ao alemão, que havia sido substituído por José Mourinho. No momento, fala-se mais do clima tenso entre jogador e técnico do que do grande clássico.

Além disso, o Real Madrid está numa preocupante 6ª colocação, com 10 pontos. Uma eventual derrota para o Barcelona o deixaria onze pontos atrás do rival e tornaria a conquista do título quase impossível, mesmo se tratando de início de temporada. Para tentar evitar essa cena, Mourinho talvez lance a campo o brasileiro Kaká, que teve boa atuação diante do Ajax e pode figurar entre os titulares.

Cafézinho pra assistir ao jogo?

De um lado, uma Inter de nova cara, agora treinada por Andrea Stramaccioni, do outro, um Milan enfraquecido e que ocupa a parte debaixo da tabela do Campeonato Italiano. Essa será a formatação do Derby della Madonnina.

A Inter vem conquistando bons resultados e com seus 12 pontos, sonha com um tropeço da líder Juventus para poder encostar no topo da tabela. A característica do time de Stramaccioni está no encaixe que a Inter faz com o adversário, tentando fazer com que seu esquema anule o do oponente, opção que, por enquanto, tem dado certo.

Uma das novidades do clássico deverá ser Rodrigo Palacio. O atacante argentino estava lesionado, mas já voltou a treinar com o grupo na segunda-feira e até foi poupado no confronto da Liga Europa, contra o Neftçi, visando o clássico.

Wesley Sneijder tinha tudo para disputar o clássico, mas o holandês está lesionado e ficará fazendo tratamento, se ausentando da partida

Se a Inter sonha em encostar nos líderes, o Milan pretende sair da parte inferior da classificação. Os Rossoneros conquistaram apenas 7 pontos e no momento, ocupam a 11ª colocação. Além disso, na UEFA Champions League, os comandados de Massimo Allegri, mesmo invictos, ‘penaram’ para derrotar o Zenit no último meio de semana.

O brasileiro Alexandre Pato voltou a treinar e pode ser escalado no domingo. O tempo que ele aguentará, só Deus sabe. Façam suas apostas!

A partida do domingo também deverá marcar o reencontro de Pazzini e Cassano com seus ex-clubes. O primeiro era interista, enquanto o segundo defendia o time milanista, hoje, atuam nos lados contrários. Não se surpreendam caso um dos dois decida a peleja.

O clima esquentou entre Fournier e Ravanelli em 1998

Historicamente, talvez seja um exagero chamar o duelo Marseille x PSG como o maior clássico da França, mas nos últimos anos, é sim o grande confronto do país. Partidas marcantes, finais de campeonato, confusões… É isso que podemos esperar no próximo domingo.

O clássico promete porque o Marseille teve seu intenso ritmo quebrado na última rodada, enquanto o PSG vai se afirmando como grande favorito ao título. Quem vencer termina a rodada no ponto mais alto da tabela de classificação.

Antes do confronto contra o Valenciennes, na 7ª rodada, o Marseille tinha 100% de aproveitamento, seis vitórias em seis jogos. Nunca em sua história havia conseguido tal feito. Porém, o jogo diante do VAFC proporcionou uma dura queda, com uma goleada por 4×1.

Fica a dúvida do quão pesado será o valor desse tropeço. Na última temporada, o OM ficou invicto de novembro/2010 até fevereiro/2011, mas após perder o primeiro jogo, ficou até maio sem vencer. O elenco atual é praticamente o mesmo da temporada anterior e cabe ao novo técnico, Élie Baup fazer um trabalho psicológico melhor do que foi feito por Didier Deschamps.

Já o Paris Saint-Germain é uma das três equipes invictas na Ligue 1 – Lorient e Bordeaux são as outras duas – e já acumula cinco vitórias seguidas. Como ponto positivo da vitória sobre o Sochaux, por 2×0, foi participação discreta de Ibrahimovic. E onde há positividade nisso? Simples. Ficou provado, ao menos parcialmente, de que a dependência do sueco não é tão grande assim.

Para este clássico do primeiro turno, fica a lembrança do jogo da última temporada, onde o Marseille recebeu o novo milionário e badalado PSG e nem tomou conhecimento, ao vencer por 3×0, com show de Loic Rémy. Será que a história irá se repetir?

Fener e Besiktas mostra bem como é quente o futebol turco

Além das empolgantes torcidas, parte da minha admiração pelo futebol turco vem destes clássicos. Neste domingo, teremos mais um Fenerbahçe x Beşiktaş, o 333º encontro das duas equipes em toda a história. O Fenerbahçe é da parte asiática da cidade de Instanbul, enquanto o Beşiktaş fica na parte europeia da cidade, ou seja, ainda há uma questão cultural que envolve o clássico.

No confronto do próximo domingo, as duas equipes visam se aproximar do topo da tabela. Embora ocupem posições intermediárias – o Fenerbahçe é 6º e o Beşiktaş é 10º -, a distância de ambos para o líder, Galatasaray, é curta e para um início de temporada, completamente reversível.

Porém, o clima nos lados do Fener não é dos melhores. Com um elenco estelar – para o nível do Campeonato Turco -, o técnico Aykut Kocaman conseguiu arrumar confusão com um dos jogadores mais antigos do elenco: Alex. O brasileiro foi afastado e os indícios dão conta de ciúmes do comandante, que também jogou no clube e hoje vê Alex batendo seus recordes.

Além desse problema interno, o Fenerbahçe tenta se livrar da sina dos empates. Em seis jogos pelo Campeonato Turco, foram três partidas com placares iguais, sendo dois zerados. Para completar a sina ruim, o time de Kocaman vem de uma derrota para o Kasimpaşa, 2×0, completando dois jogos sem vitória no torneio nacional.

A primeira reação do time após essa polêmica foi boa e veio à vitória sobre o Borussia Mönchengladbach, na Alemanha, pela UEFA Europa League. O brasileiro Cristian Baroni, que chegou a dizer que estava triste com a saída do amigo Alex, fez dois gols na partida contra os germânicos.

Nos lados do Beşiktaş, as coisas andam mais tranquilas, mesmo com a decepcionante 10ª colocação. Ainda assim, começam a pesar as críticas em cima do técnico Samet Aybaba, que acostumado a treinar times menores na Turquia, agora terá de se virar com um elenco mais ‘cascudo’.

O Beşiktaş vem de duas derrotas seguidas, uma para o Gaziantepspor, que ‘namora’ com a zona de rebaixamento, e outra jogando em casa, diante do Sivasspor, em um confronto direto. Fatalmente, o time de Aybaba ocuparia a atual posição do então adversário – 4º lugar – se vencesse aquele jogo.

A outra missão do Beşiktaş será quebrar a série de nove jogos sem vencer o Fenerbahçe como visitante. O último triunfo foi na final da Copa da Turquia de 2006, 3×2 na prorrogação, no estádio İzmir Atatürk – a última vitória no Şükrü Saracoğlu foi em 2005. Desde então, foram três empates e seis derrotas, sendo duas vitórias seguidas nos últimos duelos.

Spartak x CSKA na luta para desbancar o bicampeão (e mal colocado) Zenit

Também teremos clássico na Rússia neste dia 7: Spartak x CSKA, o derby moscovita que movimentará a 11ª rodada do Campeonato Russo.

O Spartak, time da classe trabalhadora na origem soviética do clássico, visa encostar no próprio CSKA com uma vitória. A equipe de Unai Emery ocupa a 4ª colocação com 19 pontos e caso vença a partida, empata em pontos com a equipe rival, que no momento, se posiciona em 2º.

No Campeonato Russo, o Spartak vem de uma sequência de três jogos invictos, contabilizando um empate e duas vitórias. A principal aposta da equipe é o nigeriano Emmanuel Emenike, autor de quatro gols no campeonato. Além disso, o atacante deixou duas vezes sua marca na derrota diante do Celtic na Champions League.

A grande ausência será Rômulo. O brasileiro já estava se fixando no meio-campo do time ao lado de Källström e do compatriota Rafael Carioca. O ex-jogador do Vasco se lesionou e ficará alguns meses no estaleiro, fazendo com que o holandês De Zeeuw assuma a titularidade.

Já o CSKA, time dos militares na origem do clássico, chega com uma pequena dor de cabeça. Após seis vitórias seguidas, o time do experiente Leonid Slutsky foi derrotado em outro clássico moscovita, contra o Dínamo e acabou perdendo a liderança do campeonato para o Anzhi de Samuel Eto’o.

Por não disputar nenhuma competição europeia, o CSKA acabou investindo pouco para esta temporada, por isso o time é basicamente o mesmo de anos anteriores, com o acréscimo de muitos garotos. Um deles é o nigeriano Ahmed Musa, de 19 anos e que já tem três gols na temporada. Georgi Schennikov e Ravil Netfulin, ambos abaixo dos 22 anos, também estão recebendo suas oportunidades no time principal.

Embora esses garotos tenham seus papeis de destaque, o protagonismo do time ainda está a cargo dos ‘experientes’ Dzagoev e Honda, de 22 e 26 anos, respectivamente. A dupla anotou 7 dos 16 gols marcados pela equipe no Campeonato Russo.

O Porto em festa, o Sporting em crise. Promessa de clássico nervoso em Portugal

Domingo também é dia de clássico português, com certeza! O Porto, atual campeão de Portugal, irá enfrentar o Sporting Lisboa, clube que está em uma fila de dez anos sem conquistas do principal campeonato do país.

Os dois times vivem momentos opostos no torneio. Os Dragões dividem a ponta com o Benfica, ambos com 11 pontos e invictos, enquanto os Leões ocupam a indigesta 8ª colocação com seis pontos e apenas uma vitória.

Além de não ter sido batido em terras nacionais, o Porto chega com o moral alto, pois no complicado duelo diante do Paris Saint-Germain, pela UEFA Champions League, a equipe de Vítor Pereira venceu por 1×0 e manteve os 100% no torneio.

Outro ponto a se destacar deste confronto diante do time francês é que o Porto saiu com seus jogadores ilesos do embate. Embora fosse uma partida difícil e que exigisse demais dos atletas, nenhum saiu lesionado, propiciando ao técnico Vítor Pereira, as melhores escolhas para o clássico.

Já o Sporting vive situação dramática. O técnico Ricardo Sá Pinto, de tão pressionado, acabou sendo demitido às vésperas da partida. O treino desta sexta já foi cancelado e Oceano, treinador do time B do Sporting, comandará a equipe no clássico do domingo.

O fato de ter somente uma vitória no campeonato está incomodando tanto, que o presidente do clube, Godinho Lopes, pediu desculpas a todos os torcedores após a humilhante derrota por 3×0 diante do Videoton da Hungria. Além deste tropeço, o Sporting já havia empatado com o Basel em sua estreia na UEFA Europa League.

Caso consiga quebrar a série negativa na competição, o Sporting irá se igualar ao Porto no histórico do clássico com 77 vitórias cada.

Standard e Anderlecht é um dos grandes clássicos belgas

Clássico dos opostos em Portugal… Clássico dos opostos na Bélgica.

O Standard Liège, terceiro maior campeão do país, vem de quatro derrotas consecutivas no Campeonato Belga e no momento, ocupa a 12ª colocação com dez pontos, quatro a mais que o Waasland-Beveren, primeiro time dentro da zona de rebaixamento. Enquanto isso, o Anderlecht, principal equipe e maior campeão da Bélgica, está uma posição atrás do líder Club Brugge, com dois pontos de desvantagem.

Assim como outros clássicos mencionados, existem fortes marcas culturais. O Anderlecht, da capital Bruxelas, é considerado o time dos burgueses, enquanto o Standard seria o proletariado. Também seguindo exemplo de Real Madrid x Barcelona, o encontro entre Anderlecht x Standard é chamado de “O Clássico”.

Mesmo com esse peso dado ao confronto, o valor histórico dos roxos acaba pesando mais, por isso, lideram o confronto com 83 vitórias contra 54 do Standard. Além disso, já são quatro jogos de invencibilidade do Anderlecht, contabilizando três vitórias, um empate, dez gols marcados e somente um sofrido. O último triunfo do time de Liège foi em maio de 2011, pelos playoffs do Campeonato Belga, 2×1.

Para o confronto do próximo domingo, o técnico Ron Jans depositará suas esperanças em uma dupla estrangeira: no uruguaio Ignacio González e no nigeriano Imoh Ezekiel. 9 dos 18 gols marcados pelo Standard no Campeonato Belga foram da dupla.

Em contrapartida, o Anderlecht é uma das três equipes invictas do torneio, porém, uma das que mais empatou, quatro vezes. Fica o alento de o time vir de duas vitórias seguidas, com Mbokani, artilheiro da equipe, começando a decolar, marcando três dos seis gols marcados nos últimos jogos. O atacante congolês já balançou as redes seis vezes e é o vice-goleador do campeonato, se tornando assim, a grande esperança de gols do Anderlecht.

Opostos… mas não tanto

Mais uma semana, mais jogos da Champions League. Assim como na última semana, volto aqui para mais uma prévia dos duelos que virão nesta semana. Leia abaixo o que espero dos quatro confrontos da semana.

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Um dos duelos mais equilibrados desta fase de oitavas-de-final da UEFA Champions League é entre Olympique de Marseille e Internazionale. Porém, a fase de ambas as equipes não traduz muito essa igualdade.

O time francês, que iniciou mal a temporada – o Marseille chegou a ficar na lanterna da Ligue 1 -, se ajeitou dentro das quatro linhas e não perde desde novembro. Já a esquadra italiana está com seu segundo comandante. Após os fracasso com Gasperini, Claudio Ranieri assumiu e parece tomar o mesmo caminho de seu antecessor. A Inter não vence a seis partidas e tem acumulado vexames, como as derrotas por 4×0 diante da Roma, 1×0 diante do Novara e 3×0 contra o Bologna – estes dois últimos em casa, com times da parte inferior da tabela da Série A. No momento, os Nerazzurris não iriam nem para a Liga Europa!

Loic Rémy será a grande ausência do duelo (Reuters)

Não enxergo nenhuma hipótese que coloque a Inter como favorita no duelo. O momento ruim e o péssimo futebol das últimas rodadas me fazem pensar assim. Em contrapartida, não considero o Marseille favorito.

O OM vem de dois decepcionantes empates na Ligue 1 e ainda perdeu Loic Rémy pro confronto. Um desfalque tremendo, já que o #11 do Marseille é o grande jogador do time na atual temporada.

Os últimos resultados e a lesão de Rémy podem não deixar o Marseille no mesmo patamar da Inter, mas não lhe dão uma vantagem considerável, algo que pelo menos pra mim, estava de acordo com a presença do artilheiro da equipe.

Mesmo assim, aposto em um 2×1 pro time francês e o duelo ficaria aberto para Milão.

FRANCOS FAVORITOS

O Real Madrid tem mais time, tem o brilhante José Mourinho, um craque como Cristiano Ronaldo… Enfim, há uma enorme lista de motivos que coloquem o time merengue como francos favoritos no duelo contra o CSKA.

A aposta do time russo, certamente é o frio. O CSKA tem até um time ajustado e contam com Doumbia em grande temporada, mas o fato é que o Campeonato Russo só irá reiniciar em março. Este importantíssimo duelo diante do Real Madrid será o primeiro do time em 2012.

Honda está de volta ao time (Reuters)

A boa nova do time russo fica por conta do retorno de Keisuke Honda. O japonês estava fora, contundido e ainda recebeu algumas propostas de transferência no final de janeiro, porém, permaneceu em Moscow.

Outro problema pode ser o ritmo de jogo. O Zenit, diante do Benfica, mostrou um pouco deste problema. Não atrapalhou tanto – até porque o time venceu por 3×2 -, mas claramente faltaram momentos de regularidade dentro da partida, o time de Spalletti declinou de ritmo várias vezes durante a partida. Isso deve ocorrer com o CSKA, e contra o Real Madrid tem tudo pra ser letal.

Detalhe: Malafeev, titular absoluto do Zenit, não pegou o Benfica por estar lesionado e Zhevnov, seu subtituto, falhou nos dois gols portugueses. Igor Akinfeev, titular do CSKA e da Seleção Russa, teve problemas no joelho ainda em agosto do ano passado e segue fora. Será que a história se repete?

Acho que os Merengues já definem o duelo na ida, 3×0.

TRADIÇÃO vs. OBSESSÃO

Napoli e Chelsea é outro duelo enroscado. Os italianos carregam nas costas a tradição vinda dos tempos de Maradona e Careca, além de terem eliminado na fase anterior, nada mais, nada menos que o poderoso Manchester City. Já o Chelsea se classificou na bacia das almas e com o momento não sendo dos melhores, a obsessão por conquistar a Champions League deve se tornar mais forte e eloquente na cabeça de atletas e torcedores.

É rede! (Reuters)

O Napoli vem crescendo na Série A. Não perde e não sofre gols a quatro partidas. A última derrota dos comandados de Mazzarri em San Paolo foi na metade de dezembro, quando tomou 3×1 da Roma. De lá pra cá, foram seis partidas, com quatro vitórias e dois empates. Honestamente, sempre gostei deste time do Napoli. Mazzarri coloca o time num esquema diferente – 3-4-3 – e dá certo, eles quase sempre jogam bem. E me chamam mais a atenção os três homens de frente: Edinson Cavani – autor de 16 gols nos últimos 18 jogos -, Ezequiel Lavezzi e Marek Hamsik. Se não é o melhor, está entre os cinco melhores trios da Itália!

Já o momento do Chelsea não é legal. Os Blues ainda não venceram em fevereiro e estão a quatro jogos sem vencer. Outro problema do time londrino são os empates. São sete em toda Premier League e seis deles vindo de dezembro pra cá. Menos mal que Drogba volta ao time – após Fernando Torres quebrar a marca dos 1000 minutos sem marcar gols -, mas não custa lembrar que o marfinense perdeu o pênalti mais importante de sua carreira na final da CAN, talvez ainda esteja abalado, vide o seu ótimo relacionamento com seu país.

Pobre Villas-Boas! Topou entrar em um desafio ambicioso e pode cair se o Chelsea não vingar na Champions. Roman Abramovic não tem paciência com os técnicos dos Blues e se não ver John Terry – que não deve jogar, assim como Cole – erguer a orelhuda, vai mandando “pofexô por pofexô” – aliás, Luxa está aí – embora!

Eu aposto em vitória do Napoli por 3×1.

CRÍTICAS COMO ADVERSÁRIO

O Bayern vive num turbilhão de emoções. Dos 15 pontos disputados em 2012, os bávaros conquistaram 8 e ainda eliminaram o Stuttgart da DFB Pokal. Números bons, concordam? Mas não para um time como o Bayern. Soberba? Talvez sim, mas se formos ver o contexto, o time bávaro foi ultrapassado por Dortmund e Gladbach na tabela de classificação da Bundesliga. Ou seja, os 8 pontos não foram tão bons assim…

Para completar, o time está jogando mal. Robben, criticado por todos os lados – inclusive por Beckembauer – agora é reserva. Müller segue sendo titular indiscutível, mas jogando uma bolinha murcha, enquanto Kroos e Ribéry não voltaram ao ritmo do final de 2011. As críticas são justas, mas estão pressionando demais o time, coisa que anda muito nítida nas últimas rodadas.

Todos de olho em Shaqiri (Reuters)

Já o Basel foi uma das grandes supresas da fase de grupos. A eliminação do Manchester United não foi mera sorte dos suíços. Thorsten Fink e mais tarde Heiko Vogel armaram um time consistente e tiveram méritos na classificação. Basta ver que em jogos oficiais, o Basel não perde desde agosto! Mas em contrapartida, vem de três empates consecutivos…

Mas todos os olhos estarão em cima de Xherdan Shaqiri, contratado pelo Bayern para a disputa da próxima temporada, mas que defende o Basel atualmente. É dificil saber qual será a reação do garoto de 20 anos, mas todos estarão de olho!

Após em Bayern 2×1.