Weidenfeller não mereceu ser convocado

Weidenfeller deveria fazer essa cara ao saber da convocação

Weidenfeller deveria fazer essa cara ao saber da convocação

Aos 33 anos, Roman Weidenfeller, goleiro do Borussia Dortmund, recebeu sua primeira convocação para defender a Seleção Alemã. Convocação injusta, diga-se de passagem.

Weidenfeller não merece porque é ídolo de um time que ajudou a tirar da lama.

Não merece porque está há pelo menos dois anos jogando mais que Manuel Neuer, que é mero expectador dos jogos do Bayern.

Não merece porque não vale a pena ser banco deste mesmo Neuer.

Não merece porque toda vez que entra no Signal Iduna Park, se sente pisando em uma arena de gladiadores, e que a camisa amarela e preta é um escudo muito mais forte que a branca com o brasão alemão bordado.

Não merece porque não precisa estar entre os ditos “melhores” para ser “o melhor”.

Não merece porque tem alma, coisa que uns e outros convocados não têm.

Não merece porque preza pelo amor ao jogo e ao clube, coisa que outros tantos convocados nunca nem ouviram falar.

Não merece porque ser sinônimo de Borussia Dortmund é muito mais relevante que ser mais um na seleção.

Não merece porque não é jogador pra ser convocado quando a Alemanha não precisa de resultado.

Não merece porque a seleção não tem necessidade, assim como ele não necessita estar nela.

Não merece porque Joachim Löw é louco.

Não merece porque sua carreira não vai ser um algo mais só por ter o nome presente em uma fichinha da DFB (Federação Alemã).

Weidenfeller não precisa da seleção!

Ele não merece defender o time de Löw. Tudo que ele precisa para ter carreira completa está em Dortmund e nunca sairá de lá. O que lhe completa é o clube, a torcida e a mística do Westfalenstadion.

A Seleção Alemã não vai ser nada na sua carreira. Vai acrescentar o que? Que jogou por um time que não ganha nada desde os anos 90?

Recuse Weidenfeller! Recuse a convocação e deixe Löw fracassar junto com os “desalmados”.

EURO 2012: Grupo da morte?

Entra torneio, sai torneio e a necessidade da mídia e torcedores em encontrarem um “grupo da morte” persiste. Até quando a maioria considera não haver algo do tipo, insistem em encontrar um “grupo do assalto” ou de algum que se aproxime da morte. Acredito que seja esse o caso do grupo B da UEFA Euro 2012.

Alemães e holandeses estiveram presentes nas semifinais da última Copa do Mundo e terão como concorrentes duas seleções que passaram despercebidas pelo citado torneio. É verdade que este é o único grupo da competição que reúne quatro times presentes no Mundial de 2010, mas isso não significa que seja um “grupo da morte”. Vejo Alemanha e Holanda acima de Portugal e Dinamarca.

Confira abaixo a análise dos quatro selecionados:

HOLANDA: Agora vai?

Seria Huntelaar o salvador da pátria?

Em todo torneio que chega, a Holanda gera certa expectativa em torno de seu desempenho. Sempre se espera boas campanhas e futebol vistoso, porém, a Laranja Mecânica sempre esbarrou em potências e, até hoje, só conquistou a Eurocopa de 1988. Para esta edição do torneio europeu a expectativa não é diferente!

Geralmente, olhamos para os craques holandeses e não para o conjunto que a seleção apresenta. Para esta Euro, há essa pequena mudança. Os principais jogadores do país não vivem o melhor momento técnico e psicológico e a parte estrutural acaba tornando-se um ponto mais primordial para as vitórias do que propriamente os destaques individuais.

Arjen Robben e Wesley Sneijder vêm de temporadas fracassadas por seus clubes. O primeiro, embora tenha números interessantes – 19 gols em 36 partidas -, pôs tudo a perder ao desperdiçar os pênaltis contra Borussia Dortmund e Chelsea. Por terem sido jogos na reta final da temporada, podemos dizer que Robben chega à Euro atravessando uma curva descendente.

Já Sneijder conviveu com as inúmeras lesões e não participou nem de trinta jogos na temporada. O holandês evoluiu na reta final, porém, o estrago já estava feito e ele pouco pôde fazer para ajudar a Inter. Fica a esperança holandesa que Sneijder possa repetir as brilhantes atuações de 2010, onde chegou a ser considerado por muitos como melhor jogador do mundo.

Robin van Persie ficaria incumbido de ser o grande nome desta Holanda. O atacante do Arsenal foi o artilheiro do Campeonato Inglês, com 30 gols. Porém, a indefinição de seu futuro pode atrapalhar. O clube londrino quer renovar seu contrato, mas outras equipes estão de olho no atleta, que faz um “charminho” para definir seu novo time.

Outro ponto que pesa contra van Persie é o seu “sumiço” em jogos decisivos. Mesmo com 26 gols com a camisa laranja, o atacante foi uma das decepções da Holanda na última Copa, marcando apenas um gol.

Porém, o técnico Bert van Marwijk tem uma excelente opção para eventuais más atuações – ou até para jogar ao lado – de van Persie: Klaas-Jan Huntelaar. O atacante do Schalke 04 teve passagens frustradas pelos poderosos Real Madrid e Milan, mas se encontrou na Alemanha. Artilheiro da Bundesliga com 29 gols, The Hunter já tem em seu currículo mais gols pela Holanda do que van Persie, 31 contra 28. Caso ultrapasse a marca de 40 tentos, o atacante do Schalke se tornará o maior artilheiro da história da Seleção Holandesa, deixando Patrick Kluivert para trás.

O detalhe é que caso marque dois gols, Huntelaar igualará o número de Johan Cruyff com 33 gols.

É um desafio e tanto para o jogador que apareceu muito bem no Ajax, mas que em grandes potências européias não conseguiu mostrar seu valor. Agora, consagrado na Alemanha, Huntelaar tem de assumir a “responsa” e ser o artilheiro que a Holanda tradicionalmente tem.

Se no ataque, gols não devem ser problemas, a defesa é a dor de cabeça de Marwijk. Van der Wiel, Heitinga e Mathijsen são entrosados, mas na lateral-esquerda, Pieters, substituto de Gio van Bronckhorst – que se aposentou após a Copa – está contundido e não disputará a Eurocopa. O volante Schaars deve ser improvisado na função.

A Holanda é certamente uma das grandes favoritas a conquista do torneio, porém, sempre existe aquele “pé atrás” com a seleção laranja. Além das tradicionais “amareladas” em jogos decisivos, a Laranja Mecânica obtêm o mesmo histórico inglês de quase nunca vencer uma disputa por pênaltis. No futebol moderno, onde o medo de perder sobrepõe-se a vontade de ganhar, esse se torna um detalhe importante.

Porém, van Marwijk tem gente capacitada para decidir jogos no tempo normal. Robben, Sneijder, van Persie e Huntelaar formam um quarteto interessante demais e podem atormentar as defesas adversárias.

CONVOCADOS:

Goleiros: Maarten Stekelenburg (Roma-ITA), Michel Vorm (Swansea-ING) e Tim Krul (Newcastle-ING)

Defensores: Khalid Boulahrouz (Stuttgart-ALE), John Heitinga (Everton-ING), Joris Mathijsen (Málaga-ESP), Ron Vlaar (Feyenoord), Wilfred Bouma (PSV), Gregory van der Wiel (Ajax) e Jetro Willems (PSV)

Meio-Campistas: Ibrahim Afellay (Barcelona-ESP), Mark van Bommel (Milan-ITA), Nigel de Jong (Manchester City-ING), Stijn Schaars (Sporting-POR), Wesley Sneijder (Inter de Milão-ITA), Kevin Strootman (PSV) e Rafael van der Vaart (Tottenham-ING)

Atacantes: Klaas-Jan Huntelaar (Schalke 04-ALE), Luuk de Jong (Twente), Dirk Kuyt (Liverpool-ING), Luciano Narsingh (Heerenveen), Robin van Persie (Arsenal-ING) e Arjen Robben (Bayern-ALE)

DINAMARCA: Bom passo para a renovação

Eriksen é o grande jogador dinamarquês do momento

Desde 2000 no comando técnico da seleção dinamarquesa, Morten Olsen traz para Ucrânia e Polônia uma geração renovada e que visa a Eurocopa como um torneio para fortalecer o time para a Copa de 2014. Jogadores como Christian Poulsen, Dennis Rommedahl, Thomas Kahlenberg e Stephan Andersen seguem no elenco que disputou a Euro de 2004, porém, eles se reúnem a outros nove jogadores com 25 anos ou menos.

O grande nome desta nova geração é Christian Eriksen, meia do Ajax. Nesta temporada da Eredivisie, o garoto distribuiu 21 assistências e foi um dos grandes nomes do título do Ajax. É um jogador ainda em fase de amadurecimento. Seu clube não disputa grandes ligas européias em alto nível e na Eurocopa Sub-21 do ano passado, Eriksen decepcionou na fraca campanha dinamarquesa.

Além do meia do Ajax, Andreas Bjelland e Daniel Wass são dois jogadores que participaram do torneio Sub-21 e que estarão na Ucrânia e na Polônia. Outro jovem atleta que estará presente na competição é Jones Okore, de 19 anos, defensor do campeão dinamarquês Nordsjælland.

No setor ofensivo, Olsen tem boas opções. O experiente Dennis Rommedahl deve auxiliar Eriksen na armação, enquanto o técnico Kahlenberg deverá disputar posição com Michael Krohn-Dehli, um dos poucos destaques da fraca campanha do Brondby na Dinamarca.

Na frente, a esperança de gols é Nicklas Bendtner. Inconstante nos clubes em que atua, o atacante de 1,92 de altura costuma jogar bem por sua seleção e não deixa de ser um perigo nas bolas aéreas. Como a Dinamarca deve atuar nos contra-ataques, o jogador do Sunderland tem a obrigação de aproveitar as raras chances que tiver.

Mesmo em processo de renovação, a Dinamarca ficou duas vezes na frente de Portugal, adversária na primeira fase. Nas eliminatórias para a Copa e para a Euro, os portugueses ficaram atrás dos dinamarqueses e se viram obrigados a disputar a repescagem. Esse histórico favorável diante dos lusitanos dá uma motivação ao selecionado nórdico que deve ser uma pedra no sapato de alemães e holandeses, favoritos do grupo. Imaginar um novo título, como em 1992, é um pouco demais, mas pensar que podem fazer barulho, isso os dinamarqueses podem sonhar. Digamos que será a Euro de “adaptação” dos novos jogadores ao futebol de alto nível.

CONVOCADOS:

Goleiros: Kasper Schmeichel (Leicester-ING), Stephan Andersen (Evian Thonon Gaillard-FRA), Anders Lindegaard (Manchester United-ING)

Defensores: Lars Jacobsen (Copenhagen), Daniel Wass (Evian Thonon Gaillard-FRA), Daniel Agger (Liverpool-ING), Simon Kjaer (Roma-ITA), Andreas Bjelland (Nordsjaelland), Simon Poulsen (AZ Alkmaar-HOL), Jores Okore (Nordsjaelland)

Meio-Campistas: Christian Poulsen (Evian Thonon Gaillard-FRA), Jakob Poulsen (Midtjylland), William Kvist (Stuttgart-ALE), Niki Zimling (Club Brugge-BEL), Thomas Kahlenberg (Evian Thonon Gaillard-FRA), Christian Eriksen (Ajax-HOL), Michael Silberbauer (Young Boys-SUI), Lasse Schone (NEC Nijmegen-HOL)

Atacantes: Dennis Rommedahl (Brondby), Nicklas Bendtner (Sunderland-ING), Michael Krohn-Dehli (Brondby), Tobias Mikkelsen (Nordsjaelland), Nicklas Pedersen (Groningen-HOL)

PORTUGAL: Por um brilho de Cristiano Ronaldo

Sem um “matador” na frente, Cristiano Ronaldo terá de se virar para ajudar Portugal

Finalista em 2004 e quadrifinalista em 2008, a seleção de Portugal chega à nova edição da Eurocopa sem grandes aspirações. Mesmo contando com um dos melhores jogadores do mundo, Paulo Bento carece de opções confiáveis nos demais setores do time, além de um rejuvenescimento do elenco. Do time vice-campeão mundial Sub-20 no ano passado, Nélson Oliveira é o único que disputou a competição e jogará a Euro.

Na defesa, o desmiolado Pepe e o supervalorizado Coentrão são as peças mais importantes. Com Ricardo Carvalho afastado da seleção por problemas com o treinador, Rolando surge como a grande opção para formar dupla com o defensor madridista.

Se na defesa o problema está na irregularidade dos principais atletas, no ataque o problema é técnico. Hélder Postiga e Hugo Almeida não são, nem de longe, jogadores em que se possam confiar a dura tarefa de marcar gols. A revelação Nélson Oliveira desponta como possível titular, mas como já foi visto na sua temporada pelo Benfica, ele carece de um amadurecimento.

Talvez a grande peça de apoio a Cristiano Ronaldo seja Luís Nani, mas o meia do Manchester United é outro que precisa provar muito na carreira. Mesmo em um clube de grande porte mundial, Nani não consegue ser um jogador que encha os olhos. Apesar de ser veloz e finalizar bem de longa distância, ele precisa aplicar isso em um ritmo mais expressivo durante os jogos.

A esperança acaba vindo mais de trás, com João Moutinho e Raúl Meireles. Bons passadores, a dupla pode ser um ponto de equilíbrio do time. Ambos têm características de marcação, mas também de avanço ao ataque, podendo se tornar elementos surpresas em jogos complicados.

Com esses problemas, o peso cai todo sobre Cristiano Ronaldo. O astro do Real Madrid vive grande forma, mas diferente do que acontece no seu clube, falta um melhor elenco de apoio. Em Portugal, ele terá de fazer tudo: do desarme, à finalização, o jogo português dependerá de CR7. Em um grupo que ainda conta com as semifinalistas da última Copa, Holanda e Alemanha, além da Dinamarca, seleção que tem deixado os lusitanos na freguesia, isso é muito pouco. Portugal precisa de um conjunto forte, mas falta material humano para Paulo Bento.

Bento, aliás, que em 2002 foi para a Ásia disputar a Copa do Mundo. Aquele time de Portugal tinha nomes consagrados, como Luís Figo, Jorge Andrade, Pauleta e Rui Costa, mas parou na primeira fase da competição. Dez anos depois, o time lusitano tem valores escassos e tudo cairá nas costas de Cristiano Ronaldo. História repetida?

CONVOCADOS

Goleiros: Rui Patrício (Sporting), Eduardo (Benfica) e Beto (Cluj-ROM)

Defensores: João Pereira (Sporting), Miguel Lopes (Braga), Pepe (Real Madrid-ESP), Bruno Alves (Zenit-RUS), Rolando (Porto), Ricardo Costa (Valencia-ESP) e Fábio Coentrão (Real Madrid-ESP)

Meio-campistas: João Moutinho (Porto), Raúl Meireles (Chelsea-ING), Carlos Martins (Granada-ESP), Miguel Veloso (Genoa-ITA), Rúben Micael (Zaragoza-ESP), Custódio (Braga)

Atacantes: Cristiano Ronaldo (Real Madrid-ESP), Nani (Manchester United-ING), Ricardo Quaresma (Besiktas-TUR), Silvestre Varela (Porto), Hugo Almeida (Besiktas-TUR), Hélder Postiga (Zaragoza-ESP) e Nélson Oliveira (Benfica)

ALEMANHA: Favoritos até a página 2

Jogando bem abaixo do normal, Schmelzer não se firma na Nationalelf

Após a Copa do Mundo, a Alemanha foi a seleção que apresentou o futebol mais vistoso do mundo. Bom toque de bola, controle de jogo preciso, velocidade e muita habilidade das jovens revelações do país. Os bons resultados credenciam o time germânico a conquista da Eurocopa, que não vem desde 1996. Porém, os problemas defensivos deixam os torcedores com um pé atrás.

Se no ataque, a dúvida de Joachim Löw é só de quem escalar, sempre sabendo que o nível será o mesmo, na defesa o problema é um mistério. Jerome Boateng, Per Mertesacker, Holger Badstuber, Mats Hummels e Marcel Schmelzer brigam por três vagas – levando em conta que uma é de Philipp Lahm -, mas os cinco não conseguem apresentar na seleção o que jogam em seus clubes. Pior do que simplesmente jogar bem na Alemanha, mas ser espetacular em seus times, é que os jogadores citados falham demais nos jogos internacionais, sendo totalmente o inverso do que são nos clubes.

O grande exemplo disso é Marcel Schmelzer. O lateral-esquerdo do Borussia Dortmund domina a posição na Bundesliga, mas na Alemanha tem erros infantis na defesa e não vai bem no apoio ao ataque. Sobre a questão defensiva, a ausência de Kevin Grosskreutz pode explicar um pouco, já que ele auxilia demais na marcação, porém, a ineficácia ofensiva, que deveria ser um dos pontos fortes de Schmelzer, é um verdadeiro mistério.

Löw parecia inclinado a colocar Hummels, também do Dortmund, como titular, mas ele é outro que não repete na seleção as suas atuações pelo clube amarelo. A tendência é que Mertesacker forme dupla de zaga com Badstuber, embora, com a situação de momento, seja mais seguro apostar na entrosada dupla Boateng e Badstuber, que se entenderam bem no Bayern.

No setor ofensivo, o problema é somente o encaixe. Sami Khedira é o ponto de equilíbrio do time e é titular absoluto. Bastian Schweinsteiger não perde sua posição de jeito nenhum. Podolski e Özil são outros dois a terem a confiança de Löw. Sobraria uma vaga no meio-campo, onde Marco Reus, Thomas Müller e Toni Kroos brigariam por esta posição.

No ataque, uma luta sadia: Mário Gomez e Miroslav Klose. O primeiro foi artilheiro do Bayern por mais uma temporada e tem correspondido na seleção, enquanto o segundo deixou o time bávaro e se desafiou no futebol da Velha Bota e se deu bem na Lazio. A tendência é que o atacante de origem polonesa seja o titular, mas seja quem for o homem preferido de Löw para posição, a Nationalelf estará bem servida.

Mas ainda assim, a Alemanha é uma das grandes favoritas ao torneio, graças a esta geração jovem e talentosa que surgiu no país. Mas devemos dar ressalvas à defesa do time, que ainda não está formada e baterá de frente na primeira fase com os artilheiros máximos das ligas inglesa e alemã – van Persie e Huntelaar, respectivamente.

CONVOCADOS

Goleiros: Manuel Neuer (Bayern), Tim Wiese (Werder Bremen), Ron-Robert Zieler (Hanover 96)

Defensores: Holger Badstuber (Bayern), Jerome Boateng (Bayern), Benedikt Hoewedes (Schalke 04), Mats Hummels (Borussia Dortmund), Philipp Lahm (Bayern), Per Mertesacker (Arsenal-ING), Marcel Schmelzer (Borussia Dortmund)

Meias: Lars Bender (Bayer Leverkusen), Mario Götze (Borussia Dortmund), Ilkay Gündogan (Borussia Dortmund), Sami Khedira (Real Madrid-ESP), Toni Kroos (Bayern de Munique), Thomas Müller (Bayern de Munique), Mesut Özil (Real Madrid-ESP), Lukas Podolski (Colonia), Marco Reus (Borussia Mönchengladbach), Andre Schürrle (Bayer Leverkusen), Bastian Schweinsteiger (Bayern)

Atacantes: Mario Gomez (Bayern de Munique) e Miroslav Klose (Lazio-ITA)

*Crédito das imagens: Reuters

Vaga antecipada com representações diferentes

Alemanha perto da vaga depois de bater a Áustria (Reuters)

Com o término dos campeonatos nacionais e dos torneios entre clubes da Uefa, só me resta falar das seleções, que estão disputando as Eliminatórias da Eurocopa 2012. E no fundo, sabemos que a classificação antecipada para o torneio que será disputado na Polônia e na Ucrânia representa mais para umas seleções do que para outras.

Algumas dessas seleções já carregam junto para essa fase eliminatória da Euro, uma boa base armada durante as Eliminatórias e a fase final da Copa do Mundo. Outras seleções de renome internacional, ao invés de carregar entrosamento, boa base e um leque de opções, carregam coisas piores, como desconfianças, pressões, mal futebol e poucas opções para uma eventual mudança.

Se Klose não joga, aparece Mário Gómez, que fez dois gols contra a Áustria (Dpad)

Vejamos o exemplo da Alemanha: Joachim Löw tem em mãos um grupo jovem e entrosado e também de muito potencial. Ele ainda viu na Bundesliga vários valores surgirem em praticamente todos os times, podendo assim, sempre contar com alternativas interessantes na hora do aperto. No Grupo A, a Alemanha lidera com 18 pontos, sete à mais que a vice-líder Bélgica e ainda tem menos jogos que o selecionado belga.

A Alemanha tem 4 jogos para somar cinco pontos. Ao que tudo indica, logo deve se classificar. Essa vaga antecipada não representa tanto assim para os alemães. A única grande dúvida de Low é na lateral-esquerda. Aogo e Badstuber já passaram por lá e não passaram confiança. Schmelzer é quem tem jogado por lá, mas não repete as boas atuações que teve com a camisa do Dortmund. Nos jogos que sobrariam a Nationalelf com a vaga antecipada, seriam apenas testes para os últimos detalhes serem ajustados, como a lateral-esquerda.

Seleções como Holanda e Espanha vivem a mesma situação. A vaga para a Eurocopa deve vir de forma antecipada e ambas tem bases fortes e opções boas para reposição. Bert van Marwijk e Vicente Del Bosque usariam estas partidas para cumprir tabela como testes finais para a disputa da Euro.

O figurante Lampard, ainda fez um gol de pênalti (Getty Images)

Mas há exemplos contrários, como a Inglaterra.

Depois da vexatória Copa do Mundo, onde o English Team em nenhum momento apresentou um futebol decente e foi varrida pela Alemanha nas oitavas-de-final, Fábio Capello viu as críticas aumentarem e até hoje não se sabe ao certo que time tem mesmo a Inglaterra.

No gol, Joe Hart não repete as grandes atuações do Manchester City. Jogadores como Glen Johnson e Lampard têm jogado mais pela falta de opções do que pelo bom futebol apresentado. E no ataque, Bent não passa toda confiança necessária que se deve ter em um “homem-gol”.

Ainda assim, há respiros de confiança neste time inglês. Jack Wilshere foi uma grata surpresa da temporada na Premier League e hoje já é titular do time de Fábio Capello. Scott Parker renasceu no West Ham, além do trio de defesa que já joga junta há anos: Terry, Ferdinand e Cole.

Mesmo assim, a Inglaterra não apresenta um futebol convincente, com oscilações dentro do próprio jogo e vacilos gigantescos durante a partida. Fábio Capello convive com a falta de opções e também com as críticas justas. O técnico italiano comete muitos equívocos nos jogos, como ontem no duelo contra a Suíça, quando escalou Lampard como titular. O meia do Chelsea fez figuração em campo e foi substituído no intervalo.

Capello é muito criticado (AP)

Uma vaga com antecedência representaria muito para a Seleção Inglesa. Fábio Capello poderia ter mais tranquilidade para rever algumas peças e com menos pressão, poder firmar uma base sólida e forte para a Eurocopa, até porque pelo andar da carruagem, a Inglaterra é quem quer se tornar a “nova Espanha”. Não essa Espanha atual e sim a velha Espanha. Aquela que você depositava muita confiança e na “hora H” falhava. A Inglaterra da última década foi assim…

Só que para o English Team perder esse rótulo, não terá apenas de conviver com a instabilidade de seu futebol, mas também com um duro adversário: a Seleção de Montenegro. Os montenegrinos tem a mesma campanha da Inglaterra e ainda não perderam. Pode pintar como surpresa na Euro 2012.

Quem parece seguir o caminho inverso da Inglaterra é a França. Após aquelas cenas vergonhosas na última Copa do Mundo, Les Bleus tem Laurent Blanc no comando técnico e o ex-treinador do Bordeaux tem montado uma base boa e consistente, com destaques da Ligue 1, mais as peças fundamentais, como Ribéry e Benzema – esse nem tão fundamental assim.

Blanc reconstruindo a França (EQ)

Mesmo estando em início de trabalho, Blanc já tem basicamente uma base. Rami e Mexès formam a dupla de zaga. M’Vila, Alou Diarra, Diaby e Gourcuff são as principais peças para formarem a faixa central do meio-campo. Nasri e Ribéry na criação para Benzema. Sem falar que jogadores como Valbuena, Rémy e Gameiro, destaques do campeonato nacional, começam a se tornar peças importantes do time, sempre jogando, sejam como titulares ou como suplentes que entram durante a peleja. Ou seja, já há uma base, enquanto a Inglaterra engatinha nesse quesito.

A oscilação francesa é diferente da inglesa. Les Bleus oscilam pois sua base ainda não se tornou um conjunto forte e muitas vezes falta o entrosamento, enquanto no English Team, a oscilação se deve a falta de peças e a teimosia de Capello.

A Itália segue o mesmo caminho da França: Base boa, novo técnico e boa parte do caminho andado. Para ambos, a vaga antecipada significa a consolidação de um bom trabalho feito, além da confirmação de uma boa base montada.

A vaga antecipada pode garantir conforto e confiança para uns, para outros, alívio e quanto para outros, apenas uma parte do caminho andado. Então vamos seguir acompanhando as Eliminatórias da Eurocopa para ver se essas minhas previsões realmente acontecerão.