A novela mais chata e arrastada desse período de “férias” dos times europeus certamente é o romance Cesc Fábregas – Barcelona – Arsenal. Uns dizem que ele quer deixar os Gunners, outros dizem que não. Uns dizem que os londrinos pedem mais dinheiro, outros já dizem que logo ele se apresenta. Enfim, é um disse-me-disse sem fim…
Acredito que assim como eu, vocês já devem ter feito essa pergunta: “Por que o Barcelona está fazendo essas loucuras para trazer Fábregas?”
E eu tenho uma resposta: É luxo!
É luxo porque o presidente Sandro Rosell quer dar uma resposta a torcida. Em outras palavras, que seus torcedores sintam um pouquinho do que os torcedores do Real Madrid sentem. Quantas vezes vemos grandes jogadores sendo especulados no clube da capital espanhola e Florentino Pérez vinha e os trazia por um trasantlântico de dinheiro? É uma satisfação cega que a diretoria dá a torcida. Cega porque a dirigência olha pelo lado do fanático e apaixonado torcedor, e não do sério e profissional dirigente que deveria ser.
Fábregas é especulado no Barcelona desde que o mundo é mundo, e sempre aparece alguém dando como certa a sua ida para a Cataluña, enchendo os torcedores ansiosos por sua eventual chegada.
Outro motivo que me faz acreditar que a vinda de Fábregas não passa de luxo é quando tento encaixá-lo no time titular do Barcelona e simplesmente não consigo. Primeiro de tudo: nenhum clube seria capaz de oferecer quase 40 milhões de euros por um jogador para deixá-lo na reserva. Por isso vou direto ao ponto de que ele vem para ser titular. A questão é: no lugar de quem?
Xavi não sai do time. Iniesta também não. Que tal um meio campo com a dupla mais Fábregas? E quem marca? Mas Iniesta poderia ser colocado na posição de Pedro e o garoto daria lugar a Cesc. Tá bom, mas Alexis Sanchéz? Veio pra quê? Pra ser segundo reserva? Sem falar de Thiago Alcântara que surge com enorme destaque. Faria esse barulhão todo na pré-temporada para ser um terceiro, quarto (…) reserva?
É uma questão dura de entender. Guardiola improvisou Deus e o mundo na sua zaga na última temporada e o clube vai atrás de um meio campista caro, que nem sabemos se terá lugar entre os 11 principais do time. Pra ver como a influência da torcida é grande…
Mas mesmo assim é momento de frustar sua torcida – como se fosse possível frustar a torcida que vê seu time tri-campeão nacional e campeão europeu jogando essa bola toda – e “pensar com a cabeça”. O Barcelona precisa de zagueiros. Não precisam ser beques de outro mundo, mas pelo menos um que substitua bem Piqué e Puyol.
E há outra história: nunca achei Fábregas esse jogadoraço que ouço falar. É muito bom jogador, mas nunca o vi como um substituto de Henry ou Vieira no quesito liderança dentro de campo no Arsenal. Muitas vezes o via sumido em campo, meio disperso e o pior, quase sempre com uma lesão.
Sei lá… podes discordar (até porque não canso de dizer que meu assunto MESMO é futebol alemão), mas nunca vi Fábregas como um grande craque.
Resumindo tudo: Fábregas no Barcelona não passa de luxo da diretoria blaugrana, de gastar com o que não precisa só para agradar a torcida e mostrar que não é tão diferente do Real Madrid, mostrando que também age impulsivamente ao ouvir gritos de torcida e imprensa.