EURO 2012: Velhas e novas zebras no Grupo A

Há menos de uma semana para o início da Eurocopa, o “Europa Football” inicia sua prévia para o torneio. Aliás, “inicia” é até modo de dizer, já que os amigos estão acompanhando há meses a série “Contos da Euro”, com várias histórias que envolveram a competição.

Como diria o velho filósofo, “vamos começar pelo começo”, obviamente, o Grupo A, que terá a dona da casa, Polônia, a surpresa da última edição do torneio, Rússia, os campeões de 2004, Grécia e a figurinha carimbada, República Tcheca.

POLÔNIA: Mero mandante? Não!

Lewandowski é o grande artilheiro da Polônia (Cyfrasport)

O objetivo da Polônia nesta Eurocopa é provar que não estará lá apenas para receber as demais seleções do continente. O selecionado polaco não perde desde junho de 2011 e conta com uma seleção jovem e de ótimos valores. A esperança do povo local é que o ritmo vencedor do Borussia Dortmund contamine a seleção. Três atletas bicampeões alemães com o time do Vale do Ruhr disputarão a UEFA Euro 2012 pela Polônia. Todos eles com papéis de destaque nas conquistas.

Na defesa, Lukasz Piszczek é sinônimo de segurança defensiva e constante apoio ofensivo no time alemão. Despertando interesse de vários clubes da Europa, o lateral-direito se torna um ótimo elemento surpresa para o técnico Franciszek Smuda. Caso necessite, Piszczek pode atuar no meio-campo, posição de origem do jogador.

Na faixa central, a aposta vinda da Alemanha é Jakub Błaszczykowski, ou simplesmente “Kuba”. O meia foi reserva do Dortmund por muito tempo, entrava constantemente, mas nunca obteve grande destaque. Com a longa inatividade de Mário Götze, o polonês ganhou espaço e se tornou peça importante no esquema de Jürgen Klopp. Kuba passou a jogar bem e incorporar o futebol alegre do time, mostrando qualidades técnicas antes nunca vistas no jogador. O meio-campista do Dortmund chega ao torneio no melhor momento da carreira. Esta será a primeira Eurocopa de Błaszczykowski, que mesmo convocado em 2008, não pôde disputar o torneio por estar lesionado. Curiosamente, quem o substituiu foi Lukasz Piszczek.

O outro nome de destaque polonês viveu um momento de afirmação na atual temporada. Robert Lewandowski era reserva de Lucas Barrios e substituiu Shinji Kagawa na segunda metade da temporada 2010/11. Os vários gols perdidos deixaram os nove tentos anotados em segundo plano. Com o paraguaio contundido e demorando a recuperar a melhor forma, Lewandowski tomou conta da posição. O atacante amarelo terminou a última temporada 30 gols e, de certa forma, forçou a saída de Barrios. O polonês de 23 anos tem 13 tentos pela seleção de seu país e mais de 120 marcados em sua carreira.

Somado ao trio borussiano, aparece Ludovic Obraniak, meio-campista do Bordeaux. De bom reserva do Lille, o polonês foi um dos ótimos negócios de meio de temporada na França, ao se transferir para os Girondins, e esbanjando técnica nos chutes de longe, tomou conta da armação no retrancado Bordeaux de Francis Gillot.

Outra aposta interessante do time polonês é Rafal Wolski. O garoto de 19 anos teve uma grande temporada pelo Légia Varsóvia e foi chamado por Smuda. Seu estilo de jogo atrevido e bom de se ver lhe rendeu comparações ao também jovem Mário Götze, da Alemanha.

Sonhar com título, realmente, é algo impossível, mas pensar em chegar à segunda fase não é nada de outro mundo. A Polônia tem bons jogadores e contará com o apoio do torcedor. É uma das favoritas do grupo, se chegar no mata-mata, o que vier será lucro.

CONVOCADOS:

Goleiros: Wojciech Szczesny (Arsenal-ING), Przemyslaw Tyton (PSV Eindhoven-HOL), Grzegorz Sandomierski (Jagiellonia Bialystok)

Defensores: Lukasz Piszczek (Borussia Dortmund-ALE), Marcin Wasilewski (Anderlecht-BEL), Jakub Wawrzyniak (Legia Varsóvia), Marcin Kaminski (Lech Poznan), Grzegorz Wojtkowiak (Lech Poznan), Sebastian Boenisch (Werder Bremen-ALE), Damien Perquis (Sochaux-FRA)

Meio-Campistas: Eugen Polanski (Mainz-ALE), Dariusz Dudka (Auxerre-FRA), Adam Matuszczyk (Fortuna Düsseldorf-ALE), Adrian Mierzejewski (Trabzonspor-TUR), Jakub Blaszczykowski (Borussia Dortmund-ALE), Ludovic Obraniak (Bordeaux-FRA), Maciej Rybus (Terek Grozny-RUS), Kamil Grosicki (Sivasspor-TUR), Rafal Murawski (Lech Poznan), Rafal Wolski (Legia Varsóvia)

Atacantes: Robert Lewandowski (Borussia Dortmund-ALE), Artur Sobiech (Hannover-ALE), Pawel Brozek (Celtic-ESC)

RÚSSIA: Sprint final

Aos poucos, Kerzhakov vem tirando o espaço de Pavlyuchenko (Reuters)

Akinfeev, Zhirkov, Arshavin e Pavlyuchenko já têm história na seleção russa. Todos eles estiveram presentes na Eurocopa de 2008, onde o time treinado por Guus Hiddink chegou às semifinais, só parando para a futura campeã Espanha. Depois daquela eliminação, a Rússia se abalou e não conseguiu nem chegar a Copa do Mundo de 2010. A vaga para a Euro deste ano é um alívio e é considerado o “sprint final” desta geração envelhecida.

Andrei Arshavin, grande nome do time de 2008, já passou dos 30 anos de idade e se viu obrigado retornar para a Rússia para ter chance de viajar a Ucrânia e Polônia. Sua volta ao Zenit deveu-se ao fracasso que se tornou sua passagem pelo Arsenal. Inconstante em temporadas anteriores, Arshavin se tornou motivo de chacota em 2011/12 pelo péssimo futebol apresentado. Sua readaptação ao futebol russo custou a chegar, mas quando veio, acabou sendo importante para o bicampeonato do Zenit.

Roman Pavlyuchenko viveu a mesma situação de Arshavin. Reserva em um clube de Londres, neste caso, o Tottenham, o centro-avante foi contratado pelo Lokomotiv Moscow. Em nove aparições na Liga Russa, ele marcou somente dois gols. Essa queda de rendimento talvez explique a preferência do técnico Dick Advocaat pelo atacante do Zenit, Aleksandr Kerzhakov.

Na temporada 2011/12, o camisa 11 dos bicampeões russos fez seis jogos há menos que na temporada anterior, mesmo assim, anotou três gols há mais, 17 no total. Com o gol marcado na sexta-feira, no amistoso diante da Itália, Kerzhakov chegou à marca de 19 tentos com a camisa da seleção de seu país, um há menos que Pavlyucheynko.

A prova de que este time da Rússia é envelhecido está no fato dos moscovitas Alan Dzagoev e Aleksandr Kokorin serem os únicos jogadores abaixo dos 23 anos. Em compensação, oito atletas já têm 30 anos ou mais.

Além desta Euro ser o provável fechamento do ciclo de Arshavin, Pavlyuchenko e Cia., esta edição do torneio também será marcada pelo fim da “era Advocaat”. O experiente treinador holandês já anunciou que deixará a seleção após a Eurocopa e assumirá o PSV. Dick Advocaat treinou o time de Eindhoven de 1995 até 1998, conquistando a Eredivisie em 1997.

Os russos ainda tiveram a sorte de cair em um grupo “camarada”. Mesmo equilibrado, a Rússia desponta como a principal seleção. Embora este blogueiro entenda que os jogadores de destaque da Polônia vivam melhor fase técnica do que os russos, os comandados de Advocaat podem fazer a chama de 2008 reascender e conquistar a vaga nos mata-matas. A experiência, nessas horas, conta demais e os russos, tendo como base o Zenit, têm tudo para conseguir uma classificação.

CONVOCADOS:

Goleiros: Igor Akinfeev (CSKA Moscow), Vyacheslav Malafeev (Zenit) e Anton Shinin (Dínamo Moscow)

Defensores: Alexander Anyukov (Zenit), Alexei Berezutsky, Sergei Ignashevich e Kirill Nababkin (CSKA Moscow), Vladimir Granat (Dínamo Moscow), Yury Zhirkov (Anzhi), Dmitry Kombarov (Spartak Moscow) e Roman Sharonov (Rubin Kazan)

Meio-Campistas: Igor Denisov, Roman Shirokov e Konstantin Zyryanov (Zenit), Denis Glushakov (Lokomotiv Moscow), Igor Semshov (Dínamo Moscow), Alan Dzagoev (CSKA Moscow) e Marat Izmailov (Sporting-POR)

Atacantes: Andrei Arshavin e Alexander Kerzhakov (Zenit), Alexander Kokorin (Dínamo Moscow), Roman Pavlyuchenko (Lokomotiv Moscow) e Pavel Pogrebnyak (Fulham)

GRÉCIA: Mesclando a velha e nova escola

Fernando Santos ampliou os horizontes de pensamento grego (Reuters)

Quando se fala no futebol grego, logo nos lembramos de retrancas. O motivo deste pensamento vem de 2004. Na época, o time treinado por Otto Rehhagel conquistou a Eurocopa disputada em Portugal jogando de forma fechada, com um verdadeiro ferrolho. A única aposta ofensiva ficava na bola aérea. Foi assim que Angelos Charisteas fez o gol do título grego.

O King Otto deixou a Grécia e o português Fernando Santos assumiu em seu lugar. O treinador trabalhou em várias equipes gregas, conseguiu alguns feitos interessantes e topou o desafio de assumir a seleção nacional após a histórica Copa do Mundo de 2010, onde os gregos marcaram seu primeiro gol e venceram sua primeira partida na história do torneio.

O português trouxe uma nova mentalidade ao time. É claro que a marcação ainda é mais forte – parece que já vem embutida no cérebro dos jogadores gregos -, mas Santos já consegue tornar o time mais ofensivo. A Grécia joga atualmente no 4-3-3, com oportunista Theofanis Gekas como home de referência e com o garoto Ninis e o gigante Samaras pelos flancos.

Karagounis e Katsouranis são dois remanescentes do título de 2004 e dão um toque de experiência ao time, que além de Ninis, têm dois jovens vindos da Bundesliga: Kyriakos Papadopoulos do Schalke e Kostas Fortounis do rebaixado Kaiserslautern. O primeiro é meio “desmiolado”, porém, eficiente no jogo aéreo. Já o segundo foi um dos poucos destaques da trágica campanha do Lautern. Pode ser ele o responsável por um pouco mais classe no meio-campo.

Porém, os gregos vivem indefinições na meta. Desde a aposentadoria de Antonios Nikopolidis, Fernando Santos fica na dúvida entre o veterano Kostas Chalkias, Michalis Sikafis e Alexandros Tzorvas. A inatividade do último citado pode fazer com que o segundo citado, Sifakis, seja o titular na Euro.

Apostar em um novo milagre é demais. A Grécia tem um time ajustado e que pode incomodar na fase de grupos, sempre lembrando que com Fernando Santos no comando técnico, os gregos perderam apenas uma partida. Porém, um bicampeonato, no momento, não passa de sonho. Era também em 2004 e vimos no que deu…

CONVOCADOS:

Goleiros: Kostas Chalkias (PAOK), Michalis Sifakis (Aris) e Alexandros Tzorvas (Palermo-ITA)

Defensores: Vasilis Torosidis, Avraam Papadopoulos e Jose Holebas (Olympiakos), Kyriakos Papadopoulos (Schalke 04-ALE), Stelios Malezas (PAOK), Giorgos Tzavellas (Monaco-FRA), Sokratis Papastathopoulos (Werder Bremen-ALE)

Meio-Campistas: Grigoris Makos (AEK), Giannis Maniatis e Giannis Fetfatzidis (Olympiakos), Kostas Katsouranis, Giorgos Karagounis e Sotiris Ninis (Panathinaikos), Giorgos Fotakis (PAOK) e Kostas Fortounis (Kaiserslautern-ALE)

Atacantes: Giorgos Samaras (Celtic-ESC), Dimitris Salpigidis (PAOK), Theofanis Gekas (Samsunspor-TUR), Nikos Limberopoulos (AEK) e Kostas Mitroglou (Atromitos)

REPÚBLICA TCHECA: Sem empolgar

Tchecos esperam que o “Baros 2012” seja o “Baros 2004” (Reuters)

Acostumados a ver em campo, pela sua seleção, jogadores como Pavel Nedved, Karel Poborský e Vladimír Smicer, o povo tcheco enxerga de forma torta o time atual. Carente de bons jogadores, a República Tcheca chega à Eurocopa com um elenco envelhecido e com jovens de talento duvidoso.

O trio de destaque tcheco estava presente em Portugal 2004: o goleiro Petr Cech, o meio-campista Thomas Rosicky e o atacante Milan Baros.

O arqueiro do time é o único do trio que chega em grande forma. Campeão europeu e tendo agarrado um pênalti de Arjen Robben na prorrogação, Petr Cech terminou a temporada muito bem. Após períodos instáveis, o goleiro tcheco foi peça primordial da conquista do Chelsea, principalmente nos históricos duelos com o Barcelona.

Rosicky declinou demais na carreira. Chamado de “Pequeno Mozart” em seus tempos de Borussia Dortmund, o meia não consegue se livrar das lesões e têm sido poupado de alguns treinamentos para poder estar 100% para a disputa da Euro. Rosicky conseguiu ter uma seqüencia maior de jogos pelo Arsenal nos últimos meses, mas ainda não lembrou aquele jogador que encantou a Alemanha.

Se o declínio do tcheco gunner se deve muito mais pela questão física, a de Milan Baros é técnica mesmo. Artilheiro da edição de 2004 da Eurocopa, o centro-avante rodou por vários clubes até se fixar no Galatasaray em 2008. Pouco, para quem atuou no Liverpool campeão europeu em 2005. O que torna a sua queda mais agravante está nos números. Na temporada em que chegou à Turquia, Baros anotou o satisfatório número de 26 gols. Nas temporadas seguintes, seus tentos baixaram para 16, 11 e 8.

Para alívio do povo tcheco, o técnico Michael Bilek chamou dois jovens centro-avantes para tentar fazer sombra em Baros: Tomás Pekhart e Tomás Necid. O primeiro viveu altos e baixos no Nuremberg, enquanto o segundo fez temporada razoável pelo CSKA. Ambos têm bom histórico nas seleções de base da República Tcheca, mas pouca experiência no time profissional, o que dá a entender que Baros seguirá soberano na posição.

Todos estarão de olho no trio Cech, Rosicky e Baros na República Tcheca, mas é bom prestar atenção na dupla do Viktoria Plsen, Václav Pilar e Daniel Kolár. Os dois meio-campistas são atrevidos e chamaram a atenção de alguns clubes na última temporada. Pilar, inclusive, já está vendido ao Wolfsburg.

Michal Kadlec, Marek Suchy, Jaroslav Plasil e Petr Jiracek são outros jogadores interessantes do elenco tcheco.

Eu enxergo a República Tcheca um pouco abaixo das outras três seleções. Talvez no mesmo nível da Grécia, mas ainda assim, não no patamar elevado de russos e poloneses. A esperança está depositada nos jogadores mais experientes, cabe a eles assumirem a responsabilidade e tentar levar a seleção longe.

CONVOCADOS:

Goleiros: Petr Cech (Chelsea-ING), Jan Lastuvka (Dnepropetrovsk-UCR), Jaroslav Drobny (Hamburgo-ALE)

Defensores: Frantisek Rajtoral (V.Pilsen), Roman Hubnik (Hertha-ALE), Tomas Sivok (Besiktas-TUR), Michal Kadlec (Leverkusen-ALE), Theodor Gebre Selassie (Liberec), David Limbersky (V.Pilsen), Marek Suchy (Spartak Moscow-RUS)

Meio-Campistas: Tomas Rosicky (Arsenal-ING), Jaroslav Plasil (Bordeaux-FRA), Jan Rezek (Anorthosis Famagusta-CHP), Daniel Kolar (V.Pilsen), Vladimir Darida (Plzen), Petr Jiracek (Wolfsburg-ALE), Milan Petrzela (V.Pilsen), Vaclav Pilar (V.Pilsen), Tomas Hubschman (Donetsk-UCR)

Atacantes: Milan Baros (Galatasaray-TUR), David Lafata (Jablonec), Tomas Pekhart (Nuremberg-ALE), Tomas Necid (CSKA Moscow-RUS)

Grupo da morte? Discordo

Toda vez que chegamos no dia de um sorteio para os grupos de uma grande competição, sempre fica aquela expectativa de ver um “grupo da morte”. A expectativa é tanta, que a gente às vezes enxerga um grupo forte e logo já vamos chamando de “grupo da morte”. Na maioria das vezes o grupo só tem uns times de destaque e só, não é um grupo da morte. Pelo menos pra mim, foi o que aconteceu nesta sexta-feira, após o sorteio dos grupos da Uefa Euro 2012.

O grupo B do torneio será formado pelo segundo e terceiro colocado da última Copa do Mundo, respectivamente, Holanda e Alemanha. Além de ter seleções de certo renome, como Dinamarca e Portugal, nomes constantes em Eurocopa.

Logo após a confirmação do grupo, vários comentários surgiram como “temos o grupo da morte” ou “este é o grupo que queríamos ver”. Mas honestamente, discordo da afirmação de que o grupo B da Eurocopa é o “grupo da morte”.

Joachim Löw, Morten OIsen, Paulo Bento e Bert Van Marwijk: técnicos do grupo B (Sports File)

Primeiro de tudo: a Alemanha está acima das três seleções. A Nationalelf não tem uma grande solidez defensiva, porém, o ataque compensa. Podolski, Müller, Özil e Klose formam um quarteto letal. Isso que Jögi Löw tem a disposição no banco jogadores como Götze, Reus e Mário Gomez. Nas eliminatórias, a Alemanha fez dez jogos e venceu todos, tendo marcado 34 gols e sofrido 7. A seleção não só é favorita no grupo como é favorita ao título.

A segunda força do grupo é a Holanda. Atuais vice-campeões mundiais, a Laranja pode não apresentar um futebol vistoso como outrora, mas tem um time muito consistente. O grande pecado do time fica na falta de um homem decisivo. Sneijder acaba sendo mais um “coadjuvante decisivo”. Não é o cara que põe a bola na rede, mas é aquele que sempre deixa os companheiros em condições de fazer o gol. Robben vive machucado e desde que voltou nesta temporada, tem produzido pouco. Van Persie, grande nome holandês do momento, não traduz na seleção o que produz no Arsenal, vide a última Copa do Mundo, onde marcou somente um gol.

A terceira força do grupo fica dividida entre Portugal e Dinamarca. Muito se falou após o sorteio do grupo B que “os dinamarqueses eram a primeira seleção eliminada do torneio”, não por ser mais fraca que alemães e holandeses, mas por serem mais fracos até que os portugueses, claramente colocando a seleção de Portugal no mesmo patamar das duas citadas anteriormente. Não custa lembrar que no grupo H das eliminatórias para a Euro, Dinamarca e Portugal caíram na mesma chave e os dinamarqueses terminaram na primeira colocação, mandando o time lusitano para a repescagem. Claro que a Dinamarca já viveu anos melhores, mas colocá-la abaixo de Portugal é no mínimo desatualização.

O início dos anos 2000 – entenda-se “era Scolari” – foram ótimos para a seleção portuguesa, que conseguiu grandes feitos, como um vice-campeonato europeu e um quarto lugar mundial, mas o time envelheceu, Felipão se foi e o time está se reformulando de forma lenta. Paulo Bento já se envolveu em algumas confusões com alguns jogadores mais experientes e tenta remontar Portugal do jeito que dá, mas o futebol apresentado não agrada tanto assim…

Não é “grupo da morte”. Diria eu que é o “grupo da atenção”. Alemanha e Holanda são as melhores seleções do grupo e estão alguns patamares – ou vários patamares – acima de Portugal e Dinamarca. Mas é aquela história: são seleções perigosas. A atenção definirá os jogos. O time mais ligado levará os três pontos.

DEMAIS GRUPOS

O grupo A com certeza é o mais fraco de todos. Ele será composto por Polônia, República Tcheca, Grécia e Rússia.

Franciszek Smuda, Fernando Santos, Dick Advocaat e Michal Bilek são os treinadores do grupo A (Getty Images)

Quem agradece são os russos, que mesmo não tendo mais aquele brilhantismo de 2008, são os favoritos da chave. O time chegou na Euro vencendo o grupo B e possuem jogadores mais rodados e técnicos, pontos que lhes coloca na lista de favoritos do grupo.

Tchecos e poloneses deverão brigar pela segunda vaga. A República Tcheca já teve times muito melhores do que o atual comandado por Michal Bílek, mas pelo menos este atual time tem experiência, algo que pode ser um ponto pra lá de positivo em um grupo desses. Já os poloneses tem o fator casa, já que terão sua torcida à favor. Não adianta dizer que não adianta de nada, pois se houver uma ligação entre elenco e torcida, adiantará sim.

Gregos correm por fora, mas é aquela história, eles já não mostraram brilhantismo algum em 2004, quando conquistaram o torneio, imagina agora que o time está envelhecido e o futebol no país está quebrado…

Do grupo B já falei, agora chegamos ao grupo C, onde quem se deu bem foi a Espanha, que terá Itália, Irlanda e Croácia como adversários. Os espanhóis são francos favoritos e só uma tragédia os tirará da fase de mata-mata.

A segunda força é a reformulada Itália de Cesare Prandelli. Mas não adiantam apenas os resultados satisfatórios, o time dentro de campo ainda não tem uma grande solidez. Por isso, tudo pode acontecer quando se pega uma Irlanda, por exemplo. Os irlandeses são experientes e “cascudos”. Serão adversários complicados.

O duelo entre Itália e Irlanda marcará o reencontro da Azzurra com Giovanni Trapattoni, experiente técnico italiano e que treinou a seleção italiana de 2000 à 2004.

A Croácia corre por fora e não deve ser excluída. Os croatas tem jogadores de boa qualidade, como Srna, Modric e Olic. Se o conjunto – e a condição física – ajudar, o time pode ser uma das zebras do torneio. Não duvido disso!

O grupo D também é cascudo, ele é formado por França, Inglaterra, Suécia e um dos países sede, Ucrânia.

Enquanto a França sente falta de Zizou, ele coloca a Irlanda no Grupo B (Sports File)

Franceses e ingleses são os favoritos, mas a fase de ambos não ajuda. Les Bleus terminaram 2011 invictos, porém, jogando mal. Laurent Blanc tem testado muita gente e não encontrou uma base firme. Sem falar do fato da França ainda sentir falta de um Zidane. Não precisa exatamente de alguém que jogue como Zizou – como se fosse fácil encontrar outro -, mas precisa sim de um protagonista, de alguém que ponha a bola debaixo do braço e chame o jogo. Falta isso pra França. Já no English Team falta um melhor ambiente interno. Na copa passada tivemos o famoso caso de John Terry e Wayne Bridge. Desta vez, temos as várias trocas de capitão e a suspensão de Wayne Rooney. Somado a isso, Fábio Capello ainda não tem um time bem definido. Assim como na França, dá pra sentir que falta um “algo mais”.

A Suécia pode ser encarada como uma Dinamarca: já foi melhor, mas não pode ser desprezada. A diferença de suecos para dinamarqueses está em Ibrahimovic, esse é o homem que pode decidir para a Suécia, embora ele sofra do mesmo mal de Van Persie, o mal de dar uma sumida nas grandes competições.

A Ucrânia reserva todas as suas expectativas em cima da dupla Andriy Shevchenko e Andriy Voronin. A dupla é experiente, mas são as opções que eles tem. São matadores, o problema fica no resto do time. Não adianta ter dois bons jogadores de frente e os outros 9 jogadores não forem de boa qualidade. Para isso, o técnico Oleh Blokhin torce para que os milhares de torcedores que irão aos estádios ucranianos torcer por sua seleção, façam com que esses jogadores “melhorem”.

Confira a tabela da Eurocopa

Os clubes já voltaram… Agora foram as seleções

Após a Copa do Mundo, as seleções européias estão voltando as atividades, com as Eliminatórias da Eurocopa – Ucrânia e Pôlonia 2012. Vamos grupo por grupo para organizar, ok?

GRUPO A

Klose sempre marcando (Foto: Reuters)

A Alemanha não mostrou o mesmo futebol mostrado na Copa do Mundo, mas venceu a Bélgica no Stade Roi Baudouin. O único gol do jogo foi marcado por Miroslav Klose, após bobeira de Van Buyten, que perdeu bola na grande área para Schweinsteiger. Na próxima terça-feira, os alemães enfretarão “a poderosa equipe” do Azerbaijão. Já a Bélgica vai até o estádio Şükrü Saracoğlu encarar a Turquia. Pelo mesmo grupo, a Turquia goleou o Cazaquistão por 3×0, com gols de Turan, Hamit Altintop e Kahveci. Na próxima rodada, Turquia vs Bélgica, Áustria vs Cazaquistão e Alemanha vs Azerbaijão.

GRUPO B

Rússia começa bem a disputa (Getty Images)

Após ficar fora da última Copa do Mundo, a Rússia, agora de Dick Advocaat estreou vencendo a Seleção da Andorra. Os dois gols do jogo foram marcados por Pavel Pogrebnyak. O primeiro gol foi no oportunismo, tocando na saída do goleiro e o segundo foi de pênalti. Pelo mesmo grupo, a Irlanda estreou com uma vitória magra sobre a Armênia. 1×0, gol de Fahey. Também por 1×0, a Eslováquia derrotou a Macedônia, gol de Hološko, já nos acréscimos do árbitro. Na próxima rodada, no dia 7 de setembro, Rússia vs Eslováquia, Macedônia vs Armênia e Irlanda vs Andorra.

GRUPO C

Itála sofre... (Getty Images)

Após o vexame na Copa do Mundo, a Itália começou as Eliminatórias da Eurocopa mal, mesmo vencendo. Contra a Estônia, saiu atrás no marcador, gol de Zenjov. Após duas cobranças de escanteio, a Azzurra virou o jogo com Cassano e Bonucci. No Brasil, ninguém passou esse jogo, mas só pelas estatísticas dá para ver como o jogo foi ruim. Muitas faltas, principalmente no lado da Estônia, que fez mais da metade das faltas de todo o jogo, poucos chutes e muitos impedimentos. Ainda no grupo C, a Sérvia fez sua parte, venceu as Ilhas Faroe, por 3×0, gols de Lazović, Stanković e Žigić. Quem decepcionou foi a Eslovênia, que caiu em casa para a Irlanda do Norte, por 1×0, gol de Evans. No dia 7 de setembro, dois jogos por esse grupo: Sérvia vs Eslovênia e Itália x Ilhas Faroe.

GRUPO D

Que fase!!!!!!!!! (Getty Images)

A nova Seleção da França começou decepcionando nas Eliminatórias da Eurocopa. Uma inexperada derrota em casa para a Bielo-Rússia (entenda-se também Bielorrúsia, Belarus, etc). Aos 41 minutos do segundo tempo, Vyacheslav Hleb fez boa jogada pela direita e tocou para Kislyak marcar. A França jogou mal. Criou pouco, chutou pouco e foi afobada na marcação, fazendo muitas faltas. Pelo mesmo grupo, a boa seleção da Bósnia começou bem, com uma boa vitória sobre Luxemburgo, 3×0, gols de Ibričić, Pjanić e Džeko. Ainda no Grupo D, Romênia e Albânia ficaram no 1×1. No dia 7 de setembro teremos: Bielo-Rússia vs Romênia, Albânia vs Luxemburgo e o bom jogo entre Bósnia vs França.

GRUPO E

Não fez mais do que a sua obrigação (AFP)

A Holanda não tomou conhecimento da Seleção de San Marino e goleou por 5×0. Kuyt fez o primeiro gol e Ruud Van Nistelrooy fez o quinto, mas eu quero é destacar algo raro como um cometa caindo na Terra e destruindo tudo. Klaas-Jan Huntelaar fez três gols. Tá certo que foram contra San Marino, mas não deixam de ser três gols. 5×0 e dever cumprido. Pelo mesmo grupo, Wernbloom roubou a cena de Ibrahimović e fez os dois gols da vitória da Suécia sobre a Hungria. Para fechar sobre o Grupo E, falo que a Moldávia venceu a Finlândia por 2xo. No dia 7, mais três jogos: Suécia vs San Marino, Holanda vs Finlândia e Hungria vs Moldávia.

GRUPO F

Croácia começa bem (Getty Images)

Quem começou bem foi a Croácia, que fora de casa venceu a Letônia sem grandes dificuldades. O primeiro gol saiu no final da primeira etapa, com Petrić, na etapa final, Olić e Srna fecharam a conta em 3×0. Essa equipe da Letônia é  violenta. Fez 17 das 26 faltas e deu “incríveis” um chute à gol. No mesmo grupo, Israel bateu Malta por 3×1, com três gols de Benayoun. A Grécia ficou no empate com a Geórgia por 1×1. No dia 7 de setembro, teremos Geórgia vs Israel, Malta vs Letônia e Croácia vs Grécia.

GRUPO G

Três vezes Defoe (Getty Images)

A Inglaterra começou bem a caminhada de volta à Euro (lembrando que o English Team não classificou-se em 2008) vencendo a Bulgária no Wembley. O destaque do jogo foi Jermain Defoe, que fez três gols, os dois primeiros e o último. O terceiro gol havia sido marcado por Adam Johnson. Pelo mesmo grupo, Montenegro venceu País de Gales, gol do artilheiro Vučinić. Mais dois jogos no dia 7 de setembro: Bulgária vs Montenegro e Suíça vs Inglaterra.

GRUPO H

Por isso que eu não encho a bola de Portugal... (Getty Images)

A grande decepção da primeira rodada foi Portugal. Conseguiu empatar com Chipre, mas não foi um simples empate, foi um empate de placar anormal. Com três minutos, Aloneftis tocou por cobertura na saída de Eduardo e abriu o placar, Hugo Almeida de cabeça empatou, só que Konstantinou driblou o goleiro e fez o segundo gol cipriota. Mas chutando de fora da área, contando com a ajuda do goleiro Georgallides e de cabeça, Raúl Meireles e Danny respectivamente viraram o jogo. O normal seria Portugal à partir dali administrar o jogo, mas Okkas empatou o jogo de novo. Manú Fernandes fez um belo gol de fora da área e deu aquela velha sensação de vitória, mas aos 44 minutos, Avraam de cabeça deixou tudo igual em 4×4. Ainda no Grupo H, a Noruega venceu a Islândia de virada, 2×1. No dia 7, Dinamarca vs Islândia e Noruega vs Portugal marcam a segunda rodada.

GRUPO I

Torres volta a marcar (Getty Images)

A Espanha não encontrou nenhuma dificuldade na sua estreia nas Eliminatórias da Eurocopa. Os campeões mundiais golearam a Seleção de Liechtenstein. Os espanhóis abriram 2×0 com dois golaços (Fernando Torres por cobertura e Villa numa porrada do meio da rua). Na etapa final, Torres fez mais um e Silva fecharam em 4×0. Lituânia e Escócia ficaram no 0x0 pelo mesmo grupo. No dia 7 de setembro, República Tcheca vs Lituânia e Escócia vs Liechtenstein.