Bayern de Munique x Borussia Dortmund é a final de Liga dos Campeões da Europa que o futebol alemão tanto aguardava. De um jeito ou de outro o campeão será germânico e isso por si só será um alívio para todos que trabalham com o futebol no país. Desde o título europeu e mundial do Bayern em 2001, os clubes alemães e também a seleção têm acumulado decepções em momentos decisivos.
Desde 2001, Borussia Dortmund e Werder Bremen foram vice-campeões da Copa da Uefa, o Bayern ficou com o segundo lugar da Liga dos Campeões em duas oportunidades e a seleção alemã teve de se contentar com um vice-campeonato e o terceiro lugar da Copa do Mundo em duas oportunidades, além de um vice-campeonato europeu e uma inesperada eliminação na semifinal da edição de 2012.
Vale salientar que, tirando o vice-campeonato do Borussia Dortmund na Copa da Uefa e da Alemanha na Copa do Mundo, ambos em 2002, todos os outros tropeços foram depois de 2006, quando novas gerações de jogadores passaram a vestir as camisas dos grandes clubes do país, além, é claro, da seleção.
Bastian Schweinsteiger, Manuel Neuer e Phillip Lahm são apenas alguns dos que já vem desde a geração de 2006 – apesar do goleiro não ter disputado a Copa daquele ano – outros como Mário Götze, Marco Reus, Mesut Özil e Toni Kroos surgiram mais recentemente, mas todos eles sofrem até hoje com o estigma de serem ótimos jogadores, formarem times condizentes com suas qualidades individuais, mas que pecam na hora da decisão.
Os onze gols que Bayern e Dortmund marcaram contra a poderosa dupla Barcelona e Real Madrid se tornou o momento chave da afirmação da força do futebol no país. Futebol envolvente, toques rápidos e nenhum medo do rival. Essas foram as características que colocaram a Alemanha, pelo menos nesta temporada, no topo do futebol europeu.
No fundo, a decisão que será realizada no Wembley será um grande teste para o futuro da seleção alemã. No dia 25 de maio, Joachim Löw poderá observar nos dois times quem são os “caras”, quem não treme e pode ser decisivo para tirar a Alemanha da fila que será de 18 anos sem título em 2014.
No momento, o grande nome é Thomas Müller. Apesar de Reus e Götze pintarem como futuras estrelas da seleção, o meia-atacante bávaro voltou a jogar bem após acumular atuações fracas depois da Copa do Mundo de 2010. Müller é peça fundamental do time de Jupp Heynckes e o período em que colocou Arjen Robben no banco foi primordial para seu amadurecimento.
O momento ruim do holandês proporcionou a Müller a vaga no time titular em sua melhor função: a ponta direita e por ali voltou a mostrar o bom futebol que lhe rendeu vários elogios durante a última Copa.
O amadurecimento se mostrou nítido após a lesão de Toni Kroos, ainda nas quartas-de-final da Liga dos Campeões. Robben entrou no time, o que forçou um deslocamento de Müller para a faixa central na linha de três meias do Bayern e ele, diferente de temporadas anteriores, apresentou um bom futebol e marcou três dos sete gols de seu time na massacrante série sobre o Barcelona nas semifinais.
Falta esse amadurecimento pegar em outros atletas do time. Thomas Müller é ótimo jogador, mas não chega a ser um grande craque. Como citado anteriormente, Mário Götze e Marco Reus se aproximam mais dessa alcunha e essa final de 2013 marca o ponto de ebulição para, no mínimo, o início do amadurecimento desses atletas. Enquanto isso, para Schweinsteiger, Lahm, Weidenfeller e outros será a caminhada final rumo à consagração máxima que suas carreiras necessitam.
Mas, acima de todo amadurecimento e quebra do jejum de títulos, a final da Liga dos Campeões de 2013 será o momento em que a supremacia alemã será sentida. Desde 2010 fala-se nisso. Desde 2010 fala-se da nova geração. Desde 2010 fala-se do novo estilo de jogo do país. E, principalmente, desde 2001 fala-se do tão almejado título internacional.