MUFC: De Gea; Smalling, Jones, Evans e Evrá; Nani, Cleverley, Anderson e Young; Rooney e Welbeck. (Média de idade = 23 anos)
ARS: Sczesny; Jenkinson, Djourou, Koscielny e Traoré; Ramsey, Coquelin e Rosicky; Walcott, Arshavin e van Persie. (Média de idade = 23,6 anos)
A desculpa de que o time do Arsenal é muito jovem não cola mais. Os Gunners tinham um time com a mesma média de idade que o Manchester United no duelo do último domingo.
Mas você pode me perguntar: então por que esse placar elástico e humilhante?
A parte primordial e que ninguém discordará é: o time do Manchester United é melhor e as peças individuais dos Red Devils também são melhores que do rival londrino.
O United tem o conjunto da temporada passada e o dedo de Ferguson, que consegue mexer nas 11 peças titulares temporada após temporada – não seria exagero dizer “jogo após jogo” – e fazer com que seu time siga forte. Enquanto Wenger após em garotos de nível duvidoso e perde seus principais jogadores por lesão e também para outros clubes.
Mas há outro ponto importante que deve ser tocado: mesmo jovens, alguns jogadores que desempenham funções importantes no Manchester United são mais experientes, enquanto os garotos do Arsenal são jogados em uma fogueira que está acesa desde 2005 (ano do último título do clube).
É só fazer uma simples comparação:
Chris Smalling, zagueiro, mas que tem atuado (bem) como lateral direito neste início de temporada, tem apenas 21 anos. Ele é cria do Maidstone United e logo cedo se transferiu pro Fulham. No pequeno clube londrino, jogou por duas temporadas. Na sua última temporada pelso Cottagers, a temporada 09/10, fez 17 jogos, 9 como titular – 4 vezes na grande campanha do vice-campeonato na Europa League – e só levou um único cartão amarelo nesses 17 jogos. Isso chamou a atenção de Alex Ferguson, que o levou para o Manchester.
Em sua primeira temporada no United, disputou quase o dobro de jogos que fez pelo Fulham, – 30 partidas – mas apenas 11 como titular. Pode-se dizer então que a temporada 10/11 serviu de experiência para Smalling, que pôde jogar ao lado de jogadores experientes, como Ferdinand, Scholles e Giggs, e hoje pode ser chamado de peça importante pro United.
Agora vamos pro lateral-direito do Arsenal, Carl Jenkinson. Ele é dois anos mais novo que Smalling e é cria do Charlton, além de ter experiências por Welling United e Eastbourne Borough. Diferentemente do defensor Red Devil, Jenkinson nem chegou a disputar a primeira divisão inglesa e já entrou numa fria. Ele estreou aos 11 minutos do segundo tempo do jogo contra a Udinese, pelos playoffs da Champions League. O Arsenal levava um sufoco do time italiano e lá ia o moleque de 19 anos entrando na lateral-esquerda. Sim, na esquerda, pois o Arsenal não tinha um jogador da posição disponível.
De lá para cá, Jenkinson está no meio dessa fogueira do Arsenal. No clássico contra o United, foi expulso.
E esse é só um exemplo de muitos, como Cleverley e Welbeck, que passaram a vida sendo emprestados para outras equipes e hoje deixam nomes de peso, como Giggs e Berbatov no banco vermelho. Assim como nos Gunners há o exemplo de Ramsey e Coquelin, que andaram sendo emprestados para equipes que estão longe de um torneio forte e hoje estão tendo que entrar às pressas no time titular.
Esses garotos podem sim virar grandes jogadores, mas colocá-los numa fria dessas… É isso tipo de coisa que deixa alguns jogadores com medo, sem personalidade. Não são todos que são como Jack Wilshere, o único respiro de alívio do Arsenal. Ele passou uma boa temporada no Bolton, jogando a Premier League e hoje é tido como a salvação do clube, que já perdeu Fàbregas e Nasri. Na sua primeira temporada nos Gunners – a temporada 10/11 – Wilshere honrou a camisa vermelha e branca do Arsenal, chamando a atenção de muita gente, até de Fábio Capello, que o levou para a Seleção Inglesa.
Esses fatos também mostram duas diferenças nos longos trabalhos de Alex Ferguson e Arsene Wenger. Fergie busca seus garotos na base ou em clubes menores, coloca-os no time principal, mas vai os testando pouco a pouco, enquanto Wenger busca garotos em times pequenos e principalmente de divisões inferiores da Inglaterra e é obrigado a colocá-los como titulares. A obrigação não vem da diretoria ou de outro poderoso membro do clube, mas vem de si próprio, que não traz “gente grande” pra este time de garotos.
O Arsenal que se prepare! Pelo andar da carruagem, esse 8×2 sofrido no duelo contra o United não foi mero acaso ou apenas um dia ruim, mas sim a verdadeira realidade.
Não parecia um clássico e sim um duelo de um grande contra um pequeno!