Texto de: Romário Henderson
Na Espanha, embora a liga nacional não tenha iniciado, a temporada já foi aberta com o superclasico Barça-Madrid. Para variar, a temporada para os espanhóis começou como havia terminado: Barcelona campeão. O jogo foi válido pela Supercopa da Espanha, que reúne o campeão nacional contra o campeão da Copa do Rei.
No jogo decisivo, no Camp Nou, pudemos acompanhar o que cada equipe pode fazer na temporada. O Barcelona, melhor time do mundo, impondo seu estilo pra lá de invejável, no “toque me voy”, abrindo espaços e contando com um jogador que, é o único na atualidade, em minha visão, capaz de decidir uma partida sozinho, no sentido de fazer uma jogada individual driblando alguns adversários e marcando o gol ou deixando um companheiro próximo disso: Lionel Messi.
Como parar o Barça? Há estratégia para tal? Muito difícil. O fato é que José Mourinho conseguiu diminuir a diferença dos catalães que, outrora, era abissal. Mourinho resolveu mandar seus jogadores se comportarem sem a bola como faz o Barça, marcando na frente, sob pressão, diminuindo os espaços, forçando o erro de passe, com, aproximadamente, sete jogadores no campo de ataque. E conseguiu em muitas oportunidades retomar a bola.
A vantagem catalã diminuiu significativamente, mesmo assim, ainda não foi suficiente para vencer seus arquirivais. Jogadores como Di Maria e Ozil precisam aparecer mais no jogo, chamando a responsabilidade, tomando as rédeas das jogadas madridistas, e não se esconderem como fizeram vergonhosamente neste duelo. Mourinho parece não acreditar em Kaká, já que o colocou apenas aos 32 da etapa final, na vaga do inoperante e reticente Mesut Ozil.
Vejo uma vez mais o Barcelona forte. Aliás, ainda mais forte do que na temporada passada, já que tem, por exemplo, opções como Thiago Alcântara – mais maduro -, Fábregas e Alexis Sanchéz. Já o Real Madrid também é muito forte, fez uma ótima pré-temporada, e, claro, brigará com afinco nas competições. Mas, hoje, ainda é inferior ao Barcelona. Na verdade, quem não é?
Chelsea robótico–> Impressionante a postura do Chelsea no primeiro tempo contra o possante West Bromwich, em Stamford Bridge. A equipe londrina tomou o primeiro gol, no erro individual e inadmissível do brasileiro Alex, e depois mostrou-se previsível em suas jogadas. Vi um Chelsea travado taticamente, sem a mínima movimentação, com lentidão na saída de bola e uma falta de criatividade inaceitável. Villas-Boas precisa fazer esta equipe variar taticamente, escalar corretamente, até porque deixar Didier Drogba no banco é um erro de técnico iniciante e incompetente, coisa que não condiz com as façanhas conseguidas pelo luso na última temporada no comando do FC Porto.
Rolo compressor–> Como amante do futebol europeu, assisti ao jogo do Bayern, na Allianz-Arena, contra o Hamburgo, e vi uma postura extremamente agressiva dos bávaros. É óbvio que o Hamburgo é uma equipe frágil, pelo menos no início da Bundesliga, mas a imposição do Bayern, com Robben de um lado e Ribery do outro, com jogadas velozes e voluntariosas chamam a atenção, além da presença de área de Mario Gomez, a habilidade e chegada de Thomas Muller, além, evidentemente, do administrador de meio-campo: Bastian Schweinsteiger. Belíssimo jogador. Bávaros bem montados, bem treinados, com um repertório de jogadas vasto, coletivamente funcionam com eficácia e individualmente conta com atletas acima da média.