Le Podcast du Foot #59 – Os franceses lá fora

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Foto: Reprodução

Le Podcast du Foot chega a sua edição #59 para falar das ambições das equipes da França em âmbito europeu. A fase de grupos da Uefa Champions League começa nas próximas semanas e os times franceses estão se preparando para fazer bonito. Paris Saint-Germain, Monaco e Lyon fazem as últimas contratações e os primeiros ajustes antes do debute em seus respectivos grupos.

O time da capital francesa, equipe mais forte do país, ficou no grupo A, ao lado de Arsenal, Basel e Ludogorets. O Lyon, vice-campeão francês na última temporada, caiu numa chave difícil, a H, ao lado de Juventus, Sevilla e Dínamo Zagreb. Já o time do Principado terá pela frente Bayer Leverkusen, Tottenham e CSKA Moscou, no grupo E.

Nesta edição, se reuniram Eduardo Madeira, Filipe Papini e Renato Gomes para analisar e projetar a participação francesa na Champions League. Além disso, demos uma palhinha do que pode acontecer na Liga Europa.

Clique abaixo e ouça o programa!

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Quarta força… e caindo!

As derrotas se tornaram rotina para o Arsenal

Depois da Bundesliga e da Ligue 1, é a vez da Barclays Premier League se iniciar. Nesta temporada, o Campeonato Inglês tem um favorito disparado: o atual campeão nacional e vice-europeu, o Manchester United, além de times que almejam esse posto devido os grandes investimentos, como o novo rico, Manchester City e o sedento por títulos, Chelsea.

Mas a temporada 2011/12 pode culminar no declínio absoluto em algo de gosto duvidoso que é feito há anos por um dos mais tradicionais clubes do país: a política de contratar jovens valores feito pelo Arsenal.

É de conhecimento de todos que há algum tempo que os Gunners não fazem grandes investimentos nas janelas de transferências e decidem apostar mais em garotos. Claro que se investir em moleques há os prós e contras, mas a parte contrária parece pesar de forma esmagadora no clube londrino.

O Arsenal tem um longo histórico nos últimos anos de contratar garotos que se destacam na base de clubes e seleções de fora da Inglaterra, sempre mostrando que podem ter um futuro imenso. Mas quando chegam ao clube londrino, mostram exatamente o contrário: falto de preparo, nervosismo e afobação.

Adeus e até a próxima?

Mas como foi citado anteriormente, há os prós também. Cesc Fábregas e Samir Nasri estão no Arsenal desde jovens – Nasri ainda teve experiência no Marseille – e hoje são grandes pilares da equipes. Mesmo Cesc não me parecendo um líder como era Vieira ou Henry, é nítida a mudança de comportamento dos demais jogadores quando ele está em campo. Já Nasri é importante pois sempre joga e é regular.

Mas de que adianta ter os dois se não vem mais ninguém para ajudar?

De que adianta ter Fábregas e Nasri se quando van Persie não joga, a esperança de gols fica para Bendtner, mais uma aposta furada de Arsene Wenger?

De que adianta a dupla, se o lateral direito é Sagna, que acerta um cruzamento de vinte tentados?

Poderiamos ficar nisso o resto do dia…

Mas o fato é que esses negócios de gosto duvidoso vão derrubando o Arsenal. Nasri e Fábregas devem sair do clube e a responsabilidade, que já era grande, ficará ainda maior para cima dos garotos citados acima.

Menos mal que há Jack Wilshere, grande esperança do futebol inglês pro futuro.

Mas entrando de vez no tema central do post, lembro que após essa janela de transferências e o início da nova temporada, poderemos ter uma nova configuração de “forças do futebol inglês”.

Se formos olhar através dos últimos anos, colocaremos o Manchester United como principal força, graças aos títulos nacionais e as boas colocações obtidas em torneios Uefa. Logo em seguida, vem o Chelsea, que como foi citado antes, é sedento por títulos e para saciar essa sede, gasta dinheiro como se não houvesse amanhã. A terceira força deveria ser o Arsenal, mas eu não penso assim.

Já não é de hoje que os Gunners fazem boas temporadas, mas destoam em clássicos e jogos bobos, deixando a conquista do título como impossível. A gota d’água foi na temporada passada. O United começou a tropeçar em alguns jogos e o Arsenal tinha tudo para encostar, mas tropeçou mais que o rival e caiu demais na tabela. A derrocada foi tão vertiginosa, que os Gunners terão de disputar a fase prévia da Champions League, isso porque acabaram em quarto na última temporada do Campeonato Inglês, logo atrás de United, Chelsea e Manchester City.

Gervinho que se vire...

Temo pelo desempenho gunner nessa temporada. Apenas três reforços: Gervinho, Campbell e Oxlade-Chamberlain. Gosto demais do futebol do marfinense, mas não será ele que salvará a horta do Arsenal. Campbell tem feito barulho na Costa Rica, mas não é de hoje que os Gunners fracassam ao trazer jogadores daquela região do planeta. Já Chamberlain tem 17 anos e é uma promessa do futebol inglês, que jogava no Southampton. Os três negócios não animam em nada o torcedor do Arsenal…

Menos mal que o Arsenal se livrou do traste Clichy e o garoto Gibbs poderá mostrar para que veio no mundo futebolístico, mas volto a destacar a possível saída de Nasri e Fábregas. Se isso acontecer, o time “que necessitava só de amadurecimento e umas peças aqui e ali”, vai virar um time comum, com jogadores normais e um ou outro que se diferencia dos demais.

Pior ainda é ver que o posto de quarta força – que já não é algo agradável para um time 13 vezes campeão nacional – pode ser perdido.

Tottenham e Liverpool despontam como principais candidatos a essa simbólica vaga.

Os Spurs já tem uma base firmada há algumas temporadas, base essa que parece se enfraquecer através dos anos, mas não por saída de jogadores, pois a diretoria se mostra firme e não libera facilmente algumas peças, como Luka Modric, desejado pelo Chelsea. Esse enfraquecimento se deve as derrotas que sofrem e o modo como esses tropeços ocorrem.

Liverpool e o gatilho mais rápido da Inglaterra para acertar Suárez

Mas para este blogueiro, o principal time que pode tomar esse símbolo do Arsenal é o Liverpool. Na temporada passada, o time comandado por Kenny Dalglish se acertou durante a segunda metade da temporada e com o dinheiro da New England Sports Ventures, fez a contratação mais eficaz da última temporada na Inglaterra: Luís Suárez.

Se formos colocar em um contexto, poderiamos afirmar que o Ajax seria bombardeado de propostas por Suárez caso ele ficasse no clube holandês até este estágio do ano, mas os Reds foram mais espertos e o contrataram na metade da temporada 10/11. Agilidade que valeu à pena, pois o uruguaio foi muito bem naquele restinho de temporada.

Kenny Dalglish também tem seus méritos ao começar a usar mais garotos, que diferentemente do “esquema Arsenal”, são melhores aproveitados e tem a pressão aliviada. Jogadores como Martin Kelly e Jay Spearing mostraram na última temporada que tem bola para atuar entre os 11 titulares do Liverpool, sem sentir a pressão da enorme fila de títulos do clube.

Ah! Não podemos esquecer dos garotos que vieram de outros clubes, como Andy Carroll, que chegou na metade da última temporada, mas ainda não estorou, vide o grande investimento feito. Para essa temporada, chega um dos destaques do Sunderland, Jordan Henderson, de 22 anos.

O Liverpool se reforçou também trazendo o grande destaque do rebaixado Blackpool. Pode parecer redundante destacar isso como reforço, mas há de se confirmar que Charlie Adam se mostrou um jogador de grande qualidade vestindo a camisa dos Tangerines. Pode acrescentar demais ao elenco red e se tornar uma opção confiável caso demonstre no Liverpool o mesmo futebol que apresentou em seu tempo de Blackpool.

Os Reds se reforçaram bem e mantém o bom trabalho da temporada passada. É um bom modo e voltar a disputar a Champions League, que tem sido algo que não anda no cardápio de competições do clube.

Pelo jeito, Wenger terá de fazer mais consolos

E o Arsenal que se cuide. Poucos negócios feitos e esses “poucos” são de gosto duvidoso, pra não dizer ruins, com garotos que nunca estouram e fazem um jogo bom em nove, dez… Essas negociações duvidosas e a escassez de títulos faz com que destaques como Fábregas e Nasri migrem para outras ligas ou outras forças do país.

É crítica a situação! Se os reforços de peso não vierem, o Arsenal ficará naquela zona que fica entre o 6º e o 3º colocado. Pouco para um time que fica sempre almejando altos objetivos, mas nunca sai de sua zona de conforto.

Quem gosta disso é o Manchester City, que no seu plano de crescimento, desbanca um grande e ainda vai enfraquecendo esse rival.

Wenger precisa rever esse conceito dele de não gastar muito e só gastar com jovens jogadores. Claro, é de cada um o modo de dirigir o clube, mas isso não garante bom futebol, cancha, títulos e até torcida. Aliás, que garotinho vai querer torcer para um time que há anos não ganha nada?

Esse (não) é o Schalke que eu conheço!

Em pouco tempo, Ralf Rangnick já tem influência esse time do Schalke

Os jogos de ida da fase de quartas-de-final da Uefa Champions League já acabaram e a grande surpresa certamente foi o Schalke 04. Os Azuis Reais foram ao Giuseppe Meazza e simplesmente acabaram com a Internazionale.

Aliás, foi uma atuação que me deixou de queixo caído. Há tempos – levando em conta também os bons anos na metade da última decada – eu não via o Schalke jogar assim. Jogadores outrora chamados de medíocres, como Jurado e Edú, tiveram bela atuação. O time acostumado a cautela de Félix Magath, jogou solto agora no comando de Ralf Rangnick.

Mas só pra constar, foi um partidaço. Com 25 segundos de jogo, Stankovic acertou um petardo do círculo central e marcou o primeiro gol, isso porque Neuer havia saído para afastar uma bola e não voltou em tempo. O Schalke absorveu bem o gol. O time trocava passes com calma e também com extrema facilidade. A marcação interista era frágil e estava toda recuada.

Algo que percebi é que o time alemão havia feito pelo menos uns dois levantamentos para a grande área e tinha ganho todos. Pois é, em uma cobrança de escanteio, Papadopoulos teve liberdade pra cabecear e Matip marcou no rebote de Júlio César.

Porém, o Schalke se acomodou na vantagem e acabou recuando. A Inter não conseguia trabalhar tantas jogadas, por isso apostava muito nas bolas longas, porém, obtinha sucesso nessas jogadas. Quando trabalhou a bola, voltou a frente. Sneijder lançou Cambiasso, que escorou para Milito marcar.

O Schalke havia acordado, mas não mantinha o mesmo ritmo dos minutos iniciais.

Só que em boa jogada de Baumjohann, Edú marcou após finalizar duas vezes.

Edú jogando muito bem...coisa rara!

Baumjohann, aliás, é um dos “ressucitados” de Ralf Rangnick. O ganês Sarpei, por exemplo, que era reserva do reserva, do reserva (…) no Schalke, passou a ocupar a posição de titular, antes ocupada por Lukasz Schmitz. Kluge, peça importante do antigo esquema de Magath, foi barrado. Edú pode ser considerado um “ressucitado” de Rangnick também. Ele até jogava com frequencia com o Mago, mas como meia direita, mas Ralf Rangnick recolocou o brasileiro em sua verdadeira posição, o ataque.

O torcedor da Inter já não gostou muito da primeira etapa de seu time. Os Nerazzurri só encontravam jogo na bola longa e jogadores como Eto’o e Sneijder estavam muito mal e ainda tiveram de ver um Schalke menos tímido que o normal. Mas como eu disse, “se o torcedor da Inter já não gostou muito do primeiro tempo”, deve ter sentido vontade de pedir o seu dinheiro de volta

O que se viu foi uma Inter entregue, sem ação nem reação. Após um começo de segundo tempo razoavelmente bom, falhas defensivas resultaram no gol da virada, anotado por Raúl – aproveitando a bobeira de Zanetti, que parou na área e deu condição pro espanhol -, o quarto gol, que foi contra de Ranocchia – de novo no cantinho esquerdo, de Zanetti e Chivu, esse último com atuação lamentável -, uma expulsão de Chivu e o quinto gol, anotado por Edú – num lance esquisito, onde a regra parecia ser: “A bola fica na defesa”.

Sobre a Inter: atuação ridícula e vexatória. O time estava desorganizado no meio campo, falhou demais na defesa e seus principais homens ofensivos não jogaram.

Jurado é outro que teve grande atuação. Raúl fez o de sempre (gols na UCL)

Sobre o Schalke: atuação maravilhosa. A melhor do time na temporada. Os Azuis Reais se defenderam bem, tinham calma na saída de jogo e tinham mais calma ainda para trocar passes no ataque. E de lambuja, contou com uma grande atuação de jogadores de nível duvidoso, como Jurado e Edú. O meia espanhol deitou e rolou no meio campo, se movimentou com muita liberdade e distribuiu muito bem o jogo. Já o brasileiro foi uma ótima opção de ataque, fazendo o pivô, se movimentando e principalmente, aproveitando as brechas na defesa interista.

Para resumir essa atuação do time alemão, dá para dizer que não foi o Schalke que eu conheço. E no bom sentido. O time não teve aquele futebol insonso dos tempos de Magath e sim um futebol vistoso e ofensivo, dos tempos de Rangnick no Hoffenheim. É só não cair no oba-oba que administra o placar com tranquilidade. Lembrando que o Schalke tem que perder por 4 gols de diferença para cair fora.

Para fechar sobre a Inter, o texto fica à cargo de Michel Costa

Barcelona praticamente classificado

Já a dupla espanhola encaminhou bem a classificação. O Real Madrid finalizou mais de 20 vezes e sofreu menos 5 arremates do Tottenham, não à toa meteu 4×0 no time londrino. Dificilmente os Merengues sofrerão uma derrota parecida. Se os Spurs quiserem ir à Wembley, só pelas arquibancadas. Se nas oitavas de final o Barcelona perdeu o jogo de ida pro Arsenal, nas quartas-de-final a história foi diferente. 5×1 pra cima do Shakhtar em um jogo muito movimentado. Pelo andar da carruagem, teremos um Superclasico em uma das semifinais.

No duelo inglês das quartas-de-final, o Manchester United bateu o Chelsea por 1×0 no Stamford Bridge, gol de Rooney e vai jogar pelo empate no Old Trafford. O jogo foi ruim, mas o time londrino foi prejudicado pela arbitragem. No fim do jogo, Ramires foi derrubado escandalosamente por Evrá dentro da área, mas Undiano Malenco não deu nada. Mas mesmo assim, o Manchester mereceu vencer. Jogou bola, já os Blues abusaram do jogo no modo “abafa”.