Le Podcast du Foot #42

Seleção Francesa comemora no Stade de France logo após a heroica classificação

Seleção Francesa comemora no Stade de France logo após a heroica classificação

A França conseguiu o milagre!

Após perderem por 2-0 em Kiev, os Bleus se recuperaram na última terça-feira, venceram a Ucrânia por 3-0 e confirmaram presença na Copa do Mundo de 2014. O grande herói da partida foi o zagueiro Mamadou Sakho. O ex-atleta do Paris Saint-Germain fez o gol que iniciou a remontada e foi a “sombra” que atormentou Gusev na hora em que o ucraniano fez um gol contra.

Karim Benzema também teve sua dose de mérito. Criticado em toda campanha pela seca de gols, o atacante do Real Madrid fez dois, um em condição legal e outro ilegal. Curiosamente, apenas o tento em que estava impedido foi validado pela arbitragem.

Toda repercussão da conquista francesa foi debatida em mais uma edição de Le Podcast du Foot. A apresentação nesta semana ficou a cargo de Filipe Papini e os comentários foram de Eduardo Ramos e Flávio Botelho.

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Le Podcast du Foot #40

RibéryA seleção francesa bem que tentou e venceu a Finlândia em Paris, mas, com a vitória da Espanha sobre a Geórgia, ficou apenas com a vaga na repescagem, tendo assim que passar por duelo de ida e volta para garantir presença na Copa do Mundo do próximo ano.

Nos potes de sorteio, a França está no bloco dois ao lado de Suécia, Romênia e Islândia. O adversário sairá do pote composto por Portugal, Croácia, Grécia e Ucrânia.

Para fazer um panorama dos Bleus nesse período, traçando um paralelo entre as eras de Blanc e Deschamps e prevendo o que pode acontecer na repescagem, Eduardo Madeira, Flávio Botelho e Vinícius Ramos (mais Filipe Papini na edição) se reuniram para uma edição especial de Le Podcast du Foot.

Dê play abaixo e confira tudo que foi comentado:

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Trampolim quebrado

Não vou ficar no Shakhtar minha vida inteira. Quero fazer dele um trampolim para atingir meu objetivo, que é jogar por um grande clube na Europa. Uma ponte para um lugar melhor (…)

Douglas Costa e Messi no mesmo gramado: só como adversários

A frase acima foi dita pelo meio-campista brasileiro Douglas Costa, no início de 2010, quando deixava o Grêmio em direção do Shakhtar Donetsk. Pois é, dois anos e meio se passam e o atleta segue na Ucrânia, sem grandes perspectivas quanto ao seu sonho de atuar em um gigante europeu.

A declaração do garoto só mostra o quão ingênuos são alguns brasileiros quando se transferem para países periféricos, principalmente quando falamos de Rússia e Ucrânia. Não é segredo pra ninguém que eles possuem muito dinheiro, o bastante para contratar e se sustentarem sem precisar vender seus atletas. Chamar os donos desses clubes de “casquinhas” pode ser uma alcunha cabível, mas convenhamos, eles apenas defendem seus ‘patrimônios’. Basicamente, são times que não precisam vender, apenas comprar.

É fato que, muitas vezes, o cheque cheio de zeros seduz uma alma juvenil, mas é verdade também que a influência do empresário pode surtir um grande efeito, até porque ele também lucrará com a transferência. O papinho do trampolim, somado aos bens que podem ser consumidos com o ‘gorducho’ salário são alguns argumentos que o empresário pode usar com um jovem jogador e seduzi-lo a assinar o contrato.

Douglas Costa ainda sonha em chegar a um grande clube europeu

Com o “trampolim” e a “ponte para um lugar melhor”, Douglas Costa talvez não tivesse a intenção de atingir o clube e os torcedores, talvez eles nem tenham sabido desta declaração – registrada nesta matéria do Portal UOL -, mas, obviamente, ele não queria ir para a Ucrânia conquistar a Europa e “se tornar o melhor do mundo” – maior bobagem inventada pelos jogadores -, mas pensava mesmo em usar o clube como trampolim, até porque viver em Donetsk não parece ser o sonho de um jovem latino-americano. Douglas tem idade olímpica, poderia estar entre os atletas convocados para a competição, mas ficou de fora da lista final – fica o alento de ter ficado de fora apenas no último corte.

Geralmente, transferir-se para um clube do Leste Europeu é uma ‘furada’, mas admito que mudar-se para um Shakhtar ou para um CSKA Moscow, por exemplo, pode ter lá seu valor na carreira, já que são equipes que são constantemente vistas em competições européias, mas ser contratados por eles imaginando que poderá num futuro próximo, alçar um vôo gigantesco e chegar a uma grande liga – oi, Keisuke Honda – gerando imensas expectativas, é ingenuidade.

Olhando também o histórico de transferências do Shakhtar Donetsk, pode-se notar que é um clube que raramente vende jogadores para fora da Ucrânia, quiçá a grandes clubes europeus. Muitos dos que deixam o time ucraniano são por causa do término do contrato, outros são emprestados constantemente, até serem vendidos por um preço mais ‘camarada’, comparado ao que foi comprado. O brasileiro naturalizado boliviano, Marcelo Moreno é um exemplo. O Shakhtar o tirou do Cruzeiro por nove milhões de euros e o vendeu por seis milhões ao Grêmio, isso depois de quatro anos de sua compra e algumas temporadas fracassadas, tanto na Ucrânia, quanto na Alemanha e na Inglaterra.

A grande venda recente do Shakhtar para um verdadeiro grande clube europeu foi de Dmytro Chygrynskiy, mas não podemos de deixar de notar o quão estranha foi essa transação, já que o zagueiro não enchia os olhos de ninguém e foi comprado pelo Barcelona por 25 milhões de euros. Após algumas temporadas de lesões e poucos jogos na Cataluña, o defensor voltou para a Ucrânia por 15 milhões de euros. Jádson, Fernandinho, Srna, Luís Adriano e outros tinham grande destaque pelo Shakhtar, mas quem conseguiu ser comprado por um grande clube foi Chygrynskiy. Estranho, não?

Pode ser que até o final desta janela de transferências, Douglas Costa cale minha boca e mostre que não seja tão ingênuo assim, conseguindo saltar de seu trampolim e arranjar uma transferência para um grande clube da Premier League, Bundesliga ou La Liga, mas enquanto os ucranianos seguirem ‘defecando’ dinheiro, sem precisar vender seus atletas, congelará no Leste Europeu ou voltará para o Brasil.

*Crédito das Imagens: Reuters