É a hora da zebra

Sexta-feira acontecerão os jogos de ida da repescagem para a Euro 2012. Bósnia, Portugal, Turquia, Croácia, República Tcheca, Montenegro, Estônia e Irlanda brigam pelas últimas quatro vagas restantes do torneio que será realizado no próximo ano.

Embora três dos duelos pareçam ter favoritos – Portugal, República Tcheca e Irlanda -, o blogueiro que vos fala aposta em algumas zebras.

Paulo Bento já arrumou confusão com Carvalho e Bosingwa (Reuters)

No jogo de maior destaque, Portugal irá até a Bósnia enfrentar o time de Edin Dzeko, Miralem Pjanic e Zvjedzan Misimovic em um momento ruim. Se já não bastasse o time viver uma espécie de “trauma pós Felipão” – que já dura desde 2008 -, a seleção Lusa vive um racha entre jogadores e técnico. Nomes de peso do futebol do país, como Bosingwa e Ricardo Carvalho já anunciaram que não jogam mais por Portugal enquanto Paulo Bento estiver no comando da Seleção. Um fracasso na Repescagem terá um dos dois resultados à seguir: Paulo Bento sai ou mais represálias ocorrerão.

Enquanto isso, a ajeitada seleção de Safet Susic chega no momento em que pode atingir o ponto máximo do futebol no país. Independente da Iugoslávia desde 1992, a Bósnia esteve próxima de disputar a última Copa do Mundo, mas caiu na Repescagem justamente para Portugal. Desta vez, a geração de Spahic, Pjanic, Salihovic, Misimovic, Ibisevic e principalmente de Dzeko parece ter chances maiores de fazer história e conseguir a vaga para a Euro.

Fica nítido o contraste de confiança que há na Seleção da Bósnia com o clima tenso que vive o time de Portugal!

O outro jogo que pode pintar zebra é República Tcheca e Montenegro. Estas eliminatórias para a Euro foram as primeiras disputadas pelo time montenegrino e Mirko Vucinic e companhia fizeram bonito. Os comandados de Branko Brnovic terminaram na segunda colocação, atrás apenas da Inglaterra e à frente de seleções tradicionais, como Suíça e Bulgária.

Artilheiro da Euro 2004, Baros hoje está escondido no Galatasaray (Reuters)

A seleção de Montenegro tem se mostrado forte no Podgorica City Stadium e pode fazer com que o “fator campo” amanse o envelhecido time tcheco. Outrora conhecida por ter jogadores técnicos e habilidosos, hoje, a República Tcheca vive de jogadores daquela época, mas que envelhecidos, acabaram caindo demais, como Thomás Rosicky e Milan Baros. Em contrapartida, a República Tcheca tem conseguido resultados satisfatórios nas categorias de base, mas fica bem claro que a atual geração dificilmente chegará a obter os feitos de Poborsky, Nedved e Smicer.

Se Montenegro conseguir a vaga, disputará pela primeira vez um torneio oficial – que não seja uma eliminatória ou uma espécie de torneio amistoso.

O outro jogo com algum favorito é Irlanda e Estônia. Os irlandeses tem apenas a seu favor a maior experiência que seus jogadores obtem. Giovanni Trapattoni têm a disposição jogadores de muita quilometragem no futebol inglês e essa rodagem na pegada e corrida Premier League pode ser o diferencial para a Irlanda, que enfrenta a inexperiente, porém motivada Estônia. Técnicamente, há alguns jogadores de destaque, como Robbie Keane, mas isso não tem bastado para a Irlanda chegar a competições de grande porte. A experiência que o time tem, parecia ser pouca em comparação a outras seleções. Contra a Estônia, essa desculpa não serve!

Se nos dois jogos citados anteriormente, aposto minhas fichas nas “zebras” – embora não sejam verdadeiras zebras -, neste duelo entre irlandeses e estonianos, fico com o palpite tradicional. O time da Irlanda tem que ser muito ingênuo para em dois jogos perder para um time que tem como grande e talvéz único trunfo a motivação.

Petric já foi carrasco da Inglaterra em 2007 (Reuters)

No quarto e último jogo, “briga de médios gigantes”. Croatas e turcos estão mais do que acostumados a jogar torneios de grande porte, sejam as seleções ou os jogadores por seus clubes. Só pra tomar de exemplo, a Turquia tem Gokhän Töre, Arda Turan e Emre, enquanto a Croácia tem Modric, Srna, e Petric. Esse é o famoso jogo que só ouso dar um palpite após o jogo de ida, que será realizado na Turk Telekom Arena, em Istambul.

É interessante ver em competições como a Eurocopa surgirem seleções de menor porte que outras, principalmente quando essas duelam contra poderosos selecionados do continente. Para nós que estamos distantes, pode parecer só mais um joguinho bobo, mas para o país que vê o seu pequeno time nacional enfrentar uma poderosa seleção do mundo, é dia de festa. Não importa o resultado, eles irão comemorar!

Um time comum

Juve cai na Coppa Italia

Hoje quem vê a Juventus de Luigi Del Neri jogar chega a uma conclusão: “Que time comum!”

Foi a conclusão que tirei após o jogo de hoje. A Juve encarou a Roma pela Coppa Italia e não fez nenhum esboço de bom futebol. Pra falar a verdade, nem os Gialorossi apresentaram um bom futebol, foi um jogo ruim, mas a ruindade da Juventus “foi melhor” que a ruindade da Roma.

A Juve tinha uma saída de bola lenta. Dependia de mais da saída de Felipe Melo. Pro azar de Del Neri, o técnico Claudio Ranieri botou gente pra marcar a saída do brasileiro, que tinha dificuldades em colocar velocidade em sua saída de bola. Sissoko ou os zagueiros, quando tentavam sair jogando mantinham a lentidão. Pelos flancos, Pepe e Martínez fizeram partidas discretas. Pouco tocaram na bola. Pepe saiu contundido na etapa final, enquanto Martínez trocou algumas vezes de posição, de acordo com as alterações feitas por Del Neri, mas não correspondeu. Na frente, Amauri, que jogou só no primeiro tempo, não recebeu nenhuma bola e se limitou a disputar bolas no meio campo.

Del Piero não pode mais ser o "chefe da companhia"

Aí vem Alessandro Del Piero.

Aos 36 anos de idade, obviamente ele não tem mais o fôlego de dez anos atrás, mas a técnica, claro, ele não perdeu. O problema é que a Juve depende demais do camisa 10. Valia, por exemplo, olhar o exemplo do adversário da noite de hoje. A Roma tem como maior astro Francesco Totti. Ele é banco desse time. Meio irritado, é fato, mas é banco. Obviamente, os Gialorossi não dependem tanto de Totti, até porque jogadores como Borriello, Vucinic e Ménez ora ou outra estão decidindo, fazendo com que Totti não seja tão necessário quanto tempos atrás.

E na Juve? Quem decide na falta de Del Piero? Trezeguet e Nedved não estão mais lá. Vai esperar que um Krasic, que um Amauri, que um Iaquinta, Aquilani ou qualquer outro decida? Acho que não. São os típicos “trabalhadores” e não “donos”.

A Juventus não pode ser escrava do Del Piero. Daqui à pouco ele pára de jogar. E aí? O que acontece? Vai torcer pro Sissoko decidir? Claro que não! Forlán pode vir, mas o uruguaio não é mais um garoto, pode ajudar a Juve em poucos anos. É claro que Del Piero é craque, mas hoje ele está mais pra “funcionário da fábrica” do que pra “dono da fábrica” – se é que você me entende -, então ele não pode mais ser o grande astro da equipe.

Krasic apareceu como esperança de substituir Del Piero no posto de ídolo – até porque os dois atuam em posições diferentes, então somente na questão “ídolo” -, mas o sérvio tem se destacado mais na semelhança com Pavel Nedved do que no futebol, que até tem sido bom, mas nada que coloque a Juve numa posição honrosa na Série A. O jogo de hoje foi um exemplo disso. Krasic entrou no intervalo e até começou bem, buscando o jogo, mas logo entrou no marasmo que foi o jogo da Juve e declinou.

Luigi Del Neri tem culpa nisso. Esse 4-4-2 que ele “arma” é muito ineficiente e previsível. Do modo que ele escalou hoje – Felipe Melo e Sissoko pelo centro e Pepe e Martínez pelos flancos – era esperado um jogo pelas laterais mais efetivo, mas foram vistos lentos toques de bola e muito jogo pelo miolo de defesa. Martínez mal tocou na bola, assim como Pepe, embora seu lado tenha sido o mais explorado pela Juve…Mas com as subidas de Motta e não com a participação do camisa 23.

É verdade que Amauri e Iaquinta não são os atacantes dos sonhos, mas de nada adianta culpá-los se eles não recebem uma bola redondinha.

O jogo de hoje também pode ficar marcado por um momento curioso, que pode até se tornar polêmico: Aquilani esteve pronto para entrar, estando próximo à beira do gramado, mas na hora de entrar, Del Neri preferiu colocar Grosso. Até agora não vi nada nos sites italianos, pode ser que essa “polêmica” seja coisa de minha cabeça, hehe.

Até quando a Juventus perdia por 1×0 e via uma Roma recuada, preocupada em trocar passes e ver o tempo passar, não esboçava nenhuma reação, parecia achar que teria um jogo de volta, foi apática. Era bola no Del Piero e ele que se vire. Pobre coitado! Vovô do time e tendo que resolver.

Mas resumindo, a Juventus é um time comum. Tem uma defesa comum. Com um bom zagueiro – Chielini -, com um zagueiro sujeito a chuvas e trovoadas – Bonucci – e com laterais comuns – geralmente um que sobe mais e outro que fica preso -, um meio campo pouco criativo e um ataque que precisa de boas bolas – em alguns casos, excelentes bolas, pois boas não adiantam – pra marcar. Ou seja, time comum, time que merece a 6ª colocação da Série A, time que merece ser eliminado de uma Liga Europa com 6 empates em 6 jogos, mas que não é um time que honra o nome “Juventus”.

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Taddei foi pra galera após o gol (EFE)

Sobre o jogo, partida chata…Muitos toques de lado, jogo lento, poucas chances de gol – ainda voltando ao tema Juventus, Júlio Sérgio não fez absolutamente nenhuma defesa – e muitas pancadas, mas olha só, Antonio Damato deu somente dois cartões amarelos, quando mais deveriam ser distribuidos. Ele também deixou de dar um pênalti claro em cima de Del Piero no finzinho do jogo. Mexés deu um abraço no camisa 10 e o derrubou e nada foi marcado.

Digamos que a Roma foi “menos ruim”. Criou poucas chances e fez dois gols, com Vucinic e Taddei e com méritos passa de fase, mostrando que é sim um time copeiro.

A Roma vai pegar a Inter, que nos pênaltis eliminou o Napoli. Na outra semifinal, teremos Milan e Palermo. Se na Espanha a final da Copa do Rei pode ser Barcelona e Real Madrid, na Itália podemos ter Inter e Milan.

Vucinic ataca novamente

*Você que acompanha o futebol europeu ou somente o italiano com mais atenção, certamente conhece Vucinic e já deve também ter visto esse gol com essa comemoração:

No jogo entre Roma e Cagliari, Vucinic fez o gol da vitória romana e fez esse strip-tease.

Pois é, o montenegrino atacou de novo. Ontem, Montenegro bateu a Suíça por 1×0, gol do próprio Vucinic e novamente ele fez a tal comemoração

Eu não gostava muito das dancinhas que os jogadores do Santos faziam no Paulistão, mas certamente, essas dancinhas são melhores que essa comemoração do Vucinic…

Gol com direito a homem pelado e calção na cabeça