
Weidenfeller tem feito por merecer uma chance na Nationalelf (Getty Images)
Não canso de dizer que a Alemanha, além de possuir as melhores fábricas de automóveis e cervejas, produz muitos goleiros de ótima qualidade. Ainda assim, ciente da enorme concorrência, faço um pequeno apelo ao técnico da seleção alemã, Joachim Löw: convoque para seu time Roman Weidenfeller.
Aos 32 anos, o goleiro que defende o Borussia Dortmund desde 2002, tem apenas passagens pelo time B que a Alemanha formou para preparar garotos visando a Copa de 2006. Ainda assim, Weidenfeller fez apenas um jogo e era muito jovem na época, apenas uma aposta borussiana para substituir Lehmann, que havia se transferido para o Arsenal.
Atualmente, acabo entendendo que Löw opte por Manuel Neuer, que mesmo não sendo exigido no Bayern como era no Schalke, ainda é o melhor da posição no país. Entendo também que chame os jovens Marc-André ter Stegen e Ron-Robert Zieler, já que ambos necessitam dessas chances para evoluírem na carreira e sucederem Neuer no futuro.
O que não entra, de maneira nenhuma, em minha cabeça é como o intempestivo e completamente instável Tim Wiese tenha recebido várias convocações, enquanto Weidenfeller ficou chupando dedo esse tempo todo.
O goleiro do Dortmund é sinônimo de segurança. Weidenfeller é firme nas bolas aéreas, tem reflexos apurados, se impõe debaixo dos três postes e raras vezes falha, mantendo sempre uma boa regularidade. É um goleiraço!
Para quem quiser ver só um pouco do que ele é capaz, procure assistir o jogo entre Manchester City 1×1 Borussia Dortmund, pela 2ª rodada da UEFA Champions League. Boa parte do crédito do empate foi colocada na conta do goleiro do time inglês, Joe Hart, mas muitos acabaram se esquecendo que na etapa inicial, Weidenfeller fez diversas defesas complicadas, evitando a abertura do placar ainda no início da partida.
A participação do goleiro que mais me chamou a atenção na citada partida foi em um lance com Kun Agüero. O argentino recebeu com liberdade pela direita e viu Weidenfeller saindo e fechando o ângulo, porém, ficou com as pernas abertas. O atacante não hesitou e mandou a bola justamente ali, mas em um ato de puro reflexo e agilidade, o arqueiro borussiano dobrou uma das pernas e evitou o gol inglês.
Essa foi somente uma das várias defesas monumentais de Weidenfeller na etapa inicial daquele jogo, onde o Dortmund teve atuação de gala. Aliás, só para desabafar um pouco, o árbitro Pavel Kralovec estragou a melhor partida do BVB desde o 3×1 sobre o Bayern em 2010/11 com um pênalti fajuto, marcado nos minutos finais.
Voltando ao Weidenfeller, não custa reforçar que ele é um dos símbolos do novo Borussia Dortmund, que passou de time praticamente falido e coadjuvante no país a clube bicampeão nacional e exemplo no continente. O goleiro pode não ser um dos jogadores citados quando lembram exemplos de futebol bonito, como Mario Götze, Kuba, Robert Lewandowski e Ilkay Gündoğan, mas é sempre lembrado como líder e jogador de grupo, como Sebastian Kehl, Sven Bender e Mats Hummels.
Pedir que Weidenfeller seja titular e até presença constante nas convocações de Löw talvez seja exagero demais de minha parte, mas não soa bem saber que o goleiro do time bicampeão alemão e um dos mais regulares do país, nunca tenha recebido uma mísera convocação para a seleção nacional. Por isso, faço esse apelo ao técnico da Alemanha: leve Weidenfeller para um amistoso, dê 90 minutos a ele! Se não se satisfizer, tudo bem, não o chame mais, mas não deixe a carreira deste grande goleiro com um vazio desses.
Obs: Talvez jogue todas as palavras acima no lixo ao dizer isso, mas não nego a ninguém que tenho certa afeição pelo Borussia Dortmund, até por isso, você pode entender que o texto seja passional ou algo do gênero. Enfim, é o que penso sobre Weidenfeller e como fã do BVB, não fico contente em vê-lo assistir a Nationalelf pela televisão.