Mônaco e sua real preocupação

Giuly vibra depois da vitória sobre o Real Madrid

Há sete anos atrás, o Mônaco comandado por Didier Deschamps, que tinha Patrice Evrá, Ludovic Giuly, Dado Prso e Fernando Morientes se preparava para o histórico duelo contra o Real Madrid pelas quartas-de-final da Uefa Champions League. No dia 24, o time francês sofreu uma derrota por 4×2 do time Merengue e quase viu a vaga ir pro espaço, mas após vitória por 3×1 na França, o Mônaco avançava para a semifinal da competição. E depois de eliminar o Chelsea, o time francês chegava a final da Uefa Champions League, um grande feito.

Na final, disputada na Arena AufSchalke, o Mônaco perdeu por 3×0 do Porto e não se tornou o segundo time francês a conquistar a Europa.

Bons tempos esses, onde o Mônaco passava pelos gigantes e milionários europeus e figurava na final do maior torneio de clubes do mundo! Hoje em dia, a coisa não é mais a mesma.

O time começou a temporada francesa com o experiente Guy Lacombe no comando. Ele que já havia levado o Mônaco para a final da última Copa da França, não começou bem a temporada, levando o patrono do clube, o príncipe Alberto II à loucura, e após a surpreendente eliminação da Copa da França pro Chambéry, da 5ª divisão, Lacombe foi demitido. Nada de outro mundo. Nas dez primeiras rodadas da Ligue 1, a melhor colocação do Mônaco foi um 7º lugar, pouco para quem almejava voltar as competições europeias. Aliás, essa 7ª posição foi a melhor colocação da equipe na temporada.

Laurent Banide com a missão de evitar o rebaixamento

Guy Lacombe entregara o Mônaco na 17ª colocação para o inexperiente Laurent Banide. Missão dura, ele teria de tirar o time da zona de rebaixamento. Banide – que é filho de Gérard Banide, técnico que já conquistou o Campeonato Francês e a Copa da França pelo Mônaco – já havia treinado o time do sul da França na temporada 06/7 e tinha deixado a equipe na 9ª colocação, porém, Ricardo Gomes assumiu o posto de treinador na temporada seguinte. Depois, porém, recheou seu currículo ao treinar o Umm Salal e o Al Dhafra do Qatar, além do Kuwait SC e do Al Nasr dos EAU.

Banide não começou bem em seu retorno ao Mônaco. Empatou no Abbé-Deschamps com o Auxerre, ficou no zero com o Marseille em casa – na estreia do principal reforço da equipe na temporada, Mahamadou Diarra, ex-Lyon e Real Madrid – e perdeu por 2×0 pro Toulouse. A primeira vitória só veio depois de quase um mês de trabalho, 3×1 pra cima do Lorient. De lá a equipe engrenou. Nos últimos quatro jogos, o Mônaco somou 5 pontos. Pode parecer pouco, mas foi o suficiente para tirar o time da zona de rebaixamento.

Pelo menos há um Adriano que não seja problema...

A grande vitória veio nesse fim de semana. Jogando no Chaban-Delmas, o time comandado por Laurent Banide venceu o criticado Bordeaux por 1×0, gol do brasileiro Adriano. Aliás, como esse defensor brasileiro tem marcado gols importantes. O primeiro dele foi contra o Lille, de bicicleta. O Mônaco perdeu, tudo bem, mas o gol foi lindo. O segundo foi contra o Auxerre, duelo direto, seu time perdia por 1×0 e ele empatou a peleja. E o terceiro e último gol foi esse contra o Girondins, tirando o time da zona de rebaixamento.

Mas nem Laurent Banide, nem o príncipe Alberto II podem respirar aliviados. O Mônaco só não está na zona de rebaixamento porque tem -2 de saldo, enquanto o Auxerre tem -4 – as duas equipes tem 29 pontos. Se o Principado de Mônaco, pelo menos podem ficar alentados, pois o time da cidade estava na zona perigosa desde a 19ª rodada, quando bateu o Sochaux, fora o fato de ter ficado lá em 11 das 27 rodadas, muita coisa.

Dado Prso foi um dos destaques do vice-campeonato europeu do Monaco

Tá certo que Puygrenier e Adriano não são Evrá e Squillaci, que no meio campo atual não se encontre nenhum Plasil, nem nenhum Rothen em seus bons dias, tá certo também que Park, Maazou e Niculae não tem a mesma eficiência de Prso, Giuly, Morientes e também Adebayor, mas dá pra sair lá debaixo. Basta querer, se preparar, vencer em casa, arrancar resultados fora de casa e derrotar adversários da luta direta contra o descenso.

Pode até ser que falte experiência em uma hora decisiva para Laurent Banide tirar o Mônaco de vez do rebaixamento, mas ele recebeu o mesmo diploma da DEPF (Diploma de treinador de futebol profissional) que Laurent Blanc e Antoine Kombouaré, algo de bom ele deve ter e salvar o time do trágico rebaixamento.

O estrago feito na época de Guy Lacombe é reversível, visto a quantidade de times que podemos colocar na lista de candidatos ao descenso. Do 11º colocado, Sochaux, pra baixo, todos tem chance – poderíamos colocar o Toulouse, 10º colocado, mas o TFC não tem time pra cair. São seis pontos de diferença do Auxerre pros Lionceaux.

Se o Mônaco escapar desse descenso, a mudança terá de acontecer. A última grande campanha do time foi na temporada seguinte ao vice-campeonato europeu, 3º lugar, de um time que ainda tinha alguns jogadores vice-campeões europeus, mais Maicon, Pérez, Kallon, Chevantón e Saviola. De lá pra cá o time caiu, chegou a trazer “figurões” como Vieri, Cufré, Freddy Adu, Djimi Traoré e Di Vaio, mas o Mônaco acumulou colocações ruins, tendo a melhor – desde o 3º lugar em 04/05 – na temporada passada, um 8º lugar. Algo precisa ser mudado. A filosofia, o planejamento, as ideias, qualquer coisa, mas um time que foi sete vezes campeão francês pode até ficar na fila – que já é de 11 anos -, mas cair não!

(Só um acréscimo: O último título do Mônaco foi na temporada 2002/03, Coupe de La Ligue, será que o título da Champions League mudaria um pouquinho o “patamar” do Mônaco?)


3 respostas em “Mônaco e sua real preocupação

  1. Na minha visão, problemas internos impediram o Monaco de se manter uma equipe de ponta. O desmanche de jogadores após o vice-campeonato da UCL foi muito pesado e o clube não soube aproveitar o novo patamar que alcançou. Além do mais, o Deschamps foi o último treinador que teve sossego no comando da equipe. Os técnicos lá não duram mais que um ano e meio. É o que deve acontecer com o (?). O rebaixamento seria um duro golpe pra um clube muito mal administrado.

  2. *Na minha visão, problemas internos impediram o Monaco de se manter uma equipe de ponta. O desmanche de jogadores após o vice-campeonato da UCL foi muito pesado e o clube não soube aproveitar o novo patamar que alcançou. Além do mais, o Deschamps foi o último treinador que teve sossego no comando da equipe. Os técnicos lá não duram mais que um ano e meio. É o que deve acontecer com o Banide. O rebaixamento seria um duro golpe pra um clube muito mal administrado.

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